por Eli Halfoun
Norma Bengell sempre foi uma estrela.
Agora será muito mais: não passou os últimos tempos de sua vida brilhando como
a estrela que era. Enfrentou doenças, enfrentou dificuldades financeiras e
passou até a depender de favores dos poucos amigos que permanecem ao lado nas
horas mais difíceis. A melhor lembrança que tenho de Norma e a do dia em que
foi convidada por Carlos Machado para ser a estrela de um musical no Teatro
Serrador. Machado queria um show que colocasse no palco uma Brigitte Bardot brasileira. No primeiro ensaio quando Norma entrou no palco deslumbrante e sensual
em um vestido longo aberto lateralmente, cabelos louros e soltos e com uma
piteira não mão Carlos Machado não teve dúvidas e cochichou no meu ouvido:
"escreve aí: essa será uma estrela”. E foi. Não recebeu tudo o que
merecia, mas ainda assim deixa obras que mudaram o cinema brasileiro e da qual
podemos sem dúvida nos orgulhar e, portanto, dar para Norma todo o
reconhecimento e o brilho que as maiores estrelas merecem. Na vida e na morte.
(Eli Halfoun)
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