por Eli Halfoun
Todo dia tem um político,
um artista, um atleta, uma pseudo-celebridade ou quem quer que seja usando a
mídia (desaprova, mas usa na boa) para dizer que a imprensa é a culpada. Não
importa o que realmente tenha acontecido: aconteceu ou deixou de acontecer é
culpa da imprensa, como se jornais e jornalistas tivessem todo esse poder nas
mãos. É verdade que às vezes a imprensa exagera e erra. Ainda assim a imprensa
brasileira, que está sem dúvida entre as melhores do mundo, tem sido de fundamental
importância para manter o ritmo de uma democracia que mesmo censurada e
perseguida ajudou muito (foi fundamental) a conquistar e construir. A boa
imprensa não inventa nada e digo isso com base sólida nos meus 50 anos de
experiência profissional no jornalismo diário. A imprensa pode sim cometer
erros de avaliação (mas aí é uma questão de opinião) de falta de apuração, mas
jamais constrói os fatos: simplesmente porque o papel da imprensa é refletir os
acontecimentos. Está mais do que na hora de acabar (encheu o saco) com essa agressão
das celebridades de culparem a imprensa pelos erros que eles cometem sejam erros
profissionais ou pessoais. São as celebridades que se expõe, falam demais e quando
exageram na exposição a culpa passa a ser da imprensa que até pode ter as suas
culpas, mas é de maneira nenhuma a culpada de tudo. Celebridades que usam a
imprensa para não assumirem seus atos precisam olhar para o próprio rabo. Ou
melhor: deixar o rabo menos exposto. É muito cômodo culpa a imprensa de forma
generalizada, ou seja, sem citar os que supostamente tenham errado. Agredir e
culpar a imprensa de forma geral é covardia. É não ter coragem de assumir erros
- coisa que, aliás, a imprensa democrática tem feito com muita tranquilidade e
honestidade. Desonesto é culpar quem não tem culpa de nada. (Eli Halfoun)
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