segunda-feira, 24 de junho de 2013

Uma lição para ser aprendida com o povo

por Eli Halfoun

Ninguém é dono da verdade e a presidente Dilma Rousseff deixou claro que sabe disso ao fazer há dias um pronunciamento sobre as manifestações de descontentamento escancaradas em todo o país que ela dirige. Dilma não fugiu das explicações e cobranças justas feitas ao governo. Pelo contrário: reconheceu os erros e com bom senso mostrou disposição para ouvir e aprender - aprender principalmente que é preciso de saída acabar com a corrupção, o que, reconheçamos, ela tem tentado desde o início de seu governo não admitindo os malfeitos (expressão que ela utiliza com freqüência) de ninguém. Pode ser que haja um enorme descontentamento com o governo de Dilma. O descontentamento não é tão grande assim como ainda mostram as pesquisas. A Presidência da República apóia as manifestações populares (enquanto simples cidadã Dilma participou de muitas e também fundamentais e históricas) e sabe que o grito de insatisfação não a tem como único alvo. É um grito coletivo contra os políticos de uma maneira geral, contra a corrupção e contra uma situação que só nós podemos mudar protestando principalmente através do voto... do não voto. Como um Judas (o que ela não é nunca foi e nunca será) Dilma foi pendurada no poste par levar pauladas e por isso mesmo não se pode negar que ela foi corajosa ao vir a público colocar a cara ainda mais a tapa (creio até que ela conseguiu diminuir o número de pauladas) e mostrar que está disposta e realmente consciente a marchar junto com povo. Afinal, presidente da República também é povo quando aceita a democracia com sabedoria e até e principalmente na hora dos protestos. (Eli Halfoun)

Um comentário:

debarros disse...

Nas soluções apresentadas o grande obstáculo vai ser o Congresso. Se a questão dos roialtyes do petróleo não ficou resolvida não vai ficar agora quando a proposta é destinar 100% do petróleo que se retira até hoje e 50% do petróleo do pré-sal para a Educação. O que melhor se poderia fazer no momento seria fechar o congresso atual e eleger uma nova Constituinte com a condição de que nenhum parlamentar da Câmara e do Senado poderia ser candidato a essa nova assembléia. E isso tem que ser feito no prazo máximo de 1 mês. As passeatas não vão parar e na quarta-feira desta semana, dia 26 de junho de 2013, está sendo marcado um encontro na Candelária para uma passeata contra a PEC 37 e outras reivindicações como a renúncia do Renan Calheiros da presidência do Senado. O país está em plena revolução social. As únicas balas, de borracha ou não, não serão disparadas pelo povo das passeatas.