segunda-feira, 24 de junho de 2013

A violência que vi


por deBarros
Antes de jogarmos pedras nos estudantes, pelas cenas de vandalismo que aconteceram durante as passeatas, que balançaram o sistema político brasileiro vamos parar e repensar o que vimos nas transmissões pelas TVs brasileiras, principalmente as imagens transmitidas pela TV Globo. O policial militar brasileiro não é um policial preparado para agir contra manifestações políticas como passeatas de estudantes, ele é basicamente preparado para agir contra marginais, traficantes de drogas, estupradores, pedófilos, ladrões e assaltantes através da força física através da violência. Nas imagens que focalizaram o assalto à Assembléia Legislativa do Estado, percebi que havia policiais militares na calçadas e nas escadarias, armados com fuzis e que dispararam balas de borracha contra o grupo de manifestantes que cercava o Palácio Tiradentes além de bombas de efeito moral. De repente, os manifestantes se agruparam e arremeteram contra os policiais militares que se achavam plantados nos degraus da escadaria numa arrancada de uma coragem assustadora obrigando os policiais a recuarem estrategicamente para se refugiarem  para trás dos portões do prédio da ALERJ.  Essa arrancada parecia uma tropa de assalto determinada a arriscar as suas próprias vidas na tomada de um “Bunker” inimigo. Com que armas eles avançaram contra os policiais armados? As suas próprias mãos, pedras e pedaços de pau contra fuzis Ar-15, revólveres, balas de borracha, Spray de pimenta, bombas de efeito moral e gás lacrimogênio. Agora eu pergunto onde estava a violência? Quem mais estava preparado para exercer atos de violência? A TV Globo divulgou imagens de policiais disparando seus fuzis Ar-15 e revólveres na rua da Assembléia contra o grupo de manifestantes que se agrupara naquele momento na rua 1º de Março, mas insistia sempre mas imagens dos movimentos de baderna e destruição promovida por jovens e também por elementos infiltrados nos grupos separados do eixo central da passeata que continuava a desfilar pacificamente nas avenidas do Rio de Janeiro.
Daí por diante, o cerco ao Palácio Tiradentes se perdeu nos excessos dos manifestantes, levados pela ira e pela revolta que se achavam possuídos e o vandalismo começou incendiando carros, fazendo fogueiras, derrubando postes de sinalização e dessa loucura de comportamento se aproveitou, – o que sempre ocorre em todas as passeatas – os marginais e assaltantes para quebrar, invadir e roubar lojas comercias, além de depredar Agências Bancárias. Aliás, os Bancos cujas Agências foram depredadas não estão muito preocupados e chorosos com as suas Agências quebradas. Dinheiro não lhes falta para as remodelarem e, como sempre, vão cobrar do governo o custo das obras.
No final da década de quarenta, estudava no Liceu de Niterói, e aconteceu um aumento de tarifas de transporte de bondes e ônibus tanto em Niterói como no Rio de Janeiro. A passeata de protesto, liderada pelos estudantes, começou no Rio de Janeiro, inclusive depredando ônibus e bondes, e os estudantes do Liceu de Niterói entenderam que não podiam ficar atrás do movimento e depois de se reunirem na Praça da República, em frente ao Liceu, partiram para a passeata de protesto e no primeiro ônibus que parou e ameaçou depredar saltou dele um homem bem vestido se dizendo Comissário de Polícia – na época existia a figura do Comissário de Polícia – tentando impedir o assalto ao veículo. Até hoje me lembro que do meio do grupo saiu um colega, chamado Bira – nunca me  esqueci do nome dele – que partiu para cima do Comissário e deu-lhe um soco com tal força que ele rolou ao chão e fomos todos acabar presos na Delegacia.
Na ocasião vim a saber que protesto estudantil contra aumento de tarifas de passagens de veículos de transporte de massa tinha se tornado uma tradição no país desde a Guerra do Vintém, no século XIX, ainda sob a coroa Imperial.
Até hoje, esses protestos vem se sucedendo sempre que ocorrem esses aumentos de tarifas. Esse ano, em razão da divulgação desses protestos, pela rede social, o movimento tomou essa dimensão nacional, primeiro contra o aumento de R$0,20 centavos nos preços das passagens e logo depois se incorporou a ele outros protestos que viriam a atingir diretamente o governo federal como cartazes contra a PEC 37, outros pedindo a prisão imediata dos réus do mensalão e muitos contra a realização da Copa do Mundo e contra a FIFA. Alguns muito originais como:
MENOS EU, MAIS NÓS; NEM PT, NEM PSDB; COPA É O CARALHO; NÃO ME MACHUQUEM PORQUE NÃO TEMOS HOSPITAIS; CADEIA AO MENSALEIROS; ELES NÃO NOS REPRESENTAM MAIS; SE A TARIFA NÃO BAIXAR SÃO PAULO VAI PARAR e vai por aí afora.
PS.: Os ex-líderes estudantis de ontem ignoram que quem precisa de linha é carretel

3 comentários:

Wedner disse...

Pelo que vi, as manifestações seguiam bem, sem violência, até que prédios, monumentos, sinais de trânsito, placas de ruas eram quebrados e arrancados. Foi aí que a polícia interviu. Ou você queria que tocassem fogo na cidade? Vamos com calma, as manifestações são boas, não estamos em um ditadura e não há comparação com o passado. O mais útil que poderia sai dessas manifestações seria obrigar políticos a fazer reforma política, a aprovar leis que botoem corruptos e corruptores na cadeia. Acabar com o financiamento privado de campanha que nada mais é do que compra de voto por empresas, seria um bom caminho.Sem entusiasmos juvenis, vamos avaliar: até agora os vencedores são os empresários de ônibus. Vão receber mais subsídios para continuar prestando péssimo serviço. Veja o caso do Alkmin, acaba de cancelar aumento para o pedágio mas o governo vai pagar a diferença. Festa pros empresários. Alkimin nao pensa em reformar contrato extorsivos firmados na época da privatização. Isso não faz. Olha a sacanagem: o povo vai pra rua pedir redução do preço de um serviço, consegue mas vai pagar a conta. É palhaçada ou não é? Os manifestantes acabam de ganhar um atestado de babacas.

debarros disse...

Por que os governos são indulgentes com os grandes empresários? Porque são eles que financiam as suas campanhas eleitorais. Os empresários de transporte neste país se tornam empresários de companhias de aviação e financiados pelos governos que se sucedem. Os primeiros provocadores as manifestantes em passeata, não tenha dúvida, são s policiais militares nacionais que só entendem uma linguagem: a da violência.

Menezes disse...

Só vejo riquinho nas ruas e bandido saqueador. Nunca vi tamanha babaquice, vão trabalhar vagabundos