por Eli Halfoun
Há anos acompanho de perto e
profissionalmente (hoje nem tão de perto assim) a música brasileira e nunca
entendi a separação feita entre MPB e os muitos e ricos ritmos que faz com que
sejamos um dos mais musicais países do mundo. Não entendo porque (nunca me
deram uma explicação exata ou pelo menos convincente) sobre o que leva as
pessoas, inclusive os músicos, a não incluir o samba (a maior e mais popular expressão
musical do país) no que se convencionou chamar hoje de MPB, como se a sigla representasse
um ritmo diferente e não tudo o que é Música Popular Brasileira. Minha estranheza aumenta cada vez que ouço
alguém dizer que “gosto de rock, de MPB e de samba”, como se o samba não fosse
nosso e, portanto, da MPB. Até entendo que quando as pessoas dizem MPB se referem
a obra musical de Chico Buarque, Caetano Veloso, Djavan, Gilberto Gil e outros
tantos geniais compositores brasileiros que queiramos ou não na maioria das vezes
fazem samba também. Alguns modismos acabam virando sinônimos e esse é o caso de
MPB que deixou de ser plural e englobar todos os nossos ritmos para ser apenas
sinônimo de um tipo de música que é brasileiríssima. O que fica cada vez mais
difícil entender é a não inclusão do samba popular, aquele que supostamente só
vem do morro (e agrada as classes mais pobres), do xaxado, do baião, do xote e de
tantos outros ritmos que viajam e nos fazem viajar por esse país não fazem parte
da MPB. Fica sempre a pergunta: afinal, samba, baião, xaxado, xote e tantos outros
rimos nascidos, criados ou desenvolvidos aqui são ou não são Música Popular Brasileira
e, portanto MPB. Deixa-los der fora da sigla que engloba nossa música é falta
de informação e preconceito, como se nossos rirmos mais populares não pudessem
frequentar a alta roda de uma MPB da qual são a parte mais importante e devem
ser um orgulho nacional. (Eli Halfoun)
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