domingo, 31 de março de 2013

A importância das modernas vovós na vida moderna

por Eli Halfoun

Não é de agora que se ouvem comentários geralmente críticos afirmando que as meninas de hoje com até no máximo 18 anos engravidam irresponsavelmente. Irresponsavelmente, ou seja, sem cuidado preservativo. Pode até ser, mas a gravidez adolescente não é novidade desse tempo dito moderno. Em outras épocas, a gravidez também surgia no início da juventude. A diferença é que agora as meninas-mulheres parem porque sabem que não precisarão necessariamente criar seus filhos geralmente entregues aos cuidados das avós. Em outras épocas as meninas casavam cedo (muito cedo) para terem seus filhos e os criavam mesmo que para isso tivessem que abrir mão da juventude de diversão e muitas vezes irresponsabilidade. Há outro importante fato na gravidez adolescente de agora: atualmente mulheres de qualquer idade conquistaram mais lugar nos estudos (faculdades) e no mercado de trabalho. Para que possam estudar e trabalhar a única opção e solução é deixar os filhos no colo bondoso das avós, mesmo daquelas que também trabalham fora, ou seja, a maioria. As vovós que passam a ser a mãe da mãe e mãe dos netos são de fundamental importância na sociedade moderna e de certa forma no aumento da população infantil. As vovós também têm finalmente suas presenças reconhecidas com justiça, o que sem dúvida tem feito diminuir a crença de que "avó é para estragar o neto e fazer todas as suas vontades". Não é mais: agora avó é para criar o neto (ou netos) e criar significa educar e dar limites, porque, afinal, limite é o que encontramos e enfrentamos a vida inteira.

O fundamental reconhecimento das avós está presente também (e nem poderia ser diferente) nas novelas. Em "Salve Jorge" a vovó Lucimar (belo trabalho da atriz Dira Paes) é presença importante na criação do neto e na decisão de Morena (Nanda Costa) ter aceitado ir para o exterior: sem a constante presença da avó-mãe ela não poderia ter viajado tão tranquilamente como viajou antes de saber que estava entrando numa fria. É a segurança depositada nas avós que permite aos casais aceitarem propostas de empregos no exterior.

Já em "Flor do Caribe" a "vóinha" interpretada por Laura Cardoso (que atriz maravilhosa) criou os três netos depois que a filha (mãe dos hoje filhos criados) sumiu no mundo. "Guerra dos Sexos" também tem uma avó muito presente: está claro que embora não tenha tido necessidade de fazer qualquer tipo de sacrifício Charlô (agradavelmente interpretada por Irene Ravache) foi presença importante na criação das netas Juliana e Analu

Não importa o motivo: justiça é ver e aplaudir com carinho a presença (na maioria das vezes sacrificada) das vovós modernas na moderna vida de hoje. (Eli Halfoun)

Um comentário:

debarros disse...

As sagradas vovós brasileiras, a "nonas" italianas e as "babuchicas" russas, as eternas e carinhosas vovós d nossomundo. Quem não não teve a sua protetora e querida vovó na sua infância?