Agora que virou uma novela praticamente
policial, ou seja, embarcou no mesmo filão e ritmo de “Avenida Brasil”, “Salve
Jorge” tem conquistado mais audiência. Pode melhorar a imagem inicialmente fracassada
na reta final, mas não adiantará muito: por mais que aumente seu ibope, a novela
de Glória Perez terá mesmo seu fim antecipado. A decisão da Globo é definitiva,
até porque a emissora não quer mais correr nenhum risco. A antecipação do final
da novela tem algumas vantagens: a primeira é que obriga a autora a
apressar o ritmo e a fechar vários blocos que só serviam para fazer a novela
perder-se em sua própria e exagerada trama. A segunda vantagem é a de atrair mais
atenção do público que sempre quer saber como tudo acabou (é por isso que
sempre lemos as últimas páginas de um livro antes mesmo de lermos o início). A terceira vantagem e que ao saber
que falta pouco para acabar, o elenco se acalma e desiste de continuar pedindo para
sair da novela, como aconteceu com Ana Beatriz Nogueira, excelente atriz que
teve a personagem Raquel assassinada porque não aguentava mais fazer uma espécie
de figuração de luxo com pouca participação, pouca ação e um texto que não lhe
dava a oportunidade de dizer absolutamente nada que tivesse pelo menos
coerência. É o mesmo caminho seguido pela personagem Aída, de Nathália do Valle
e por quase todos os chamados figurões que parecem ter sido escalados apenas
para fazer número e para que a novela pudesse dizer que tinha um grande elenco.
Um elenco realmente de qualidade, mas que acabou sobrando na história, o que
sem dúvida desagradou os atores e também os telespectadores que sempre esperam
mais dos grandes atores, ou seja, os que foram feitos figurantes em “Salve
Jorge”. Resultado: queimaram a imagem de um monte de gente boa que agora terá
de ficar um tempo longo tempo longe do vídeo para poder retornar dentro de um
ou dois anos, quando o público tiver esquecido suas desastrosas participações em
“Salve Jorge”. Eles não mereciam, mesmo que a intenção fosse a melhor possível.
(Eli Halfoun)
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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