quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Livro-reportagem "Memória Leiloada, bastidores da Bloch Editores"

No começo do ano, as jornalistas paulistas Gleissieli Souza e Daniela Arbex estivem no Rio entrevistando fotógrafos e editores que trabalharam nas revistas da Bloch. O objetivo da dupla foi reunir material para um livro-reportagem intitulado "Memória Leiloada, bastidores da Bloch Editores". Missão cumprida, elas acabam de enviar a seguinte mensagem: 
"Olá! Agradecemos a ajuda que nos deram para a realização do nosso  trabalho  de conclusão de curso da faculdade (livro-reportagem). Apresentamos para a  banca e fomos aprovadas, com louvor, e esse sucesso foi fruto do apoio e paciência que vocês tiveram conosco. No momento, estamos analisando a melhor forma de imprimir novos exemplares  para entregar uma cópia a cada um de vocês. O nome do livro é "Memória Leiloada: Bastidores da Bloch Editores". Nele reunimos as histórias contadas nas entrevistas e temos como pano de fundo o sumiço do acervo. Esperamos entregá-los no primeiro semestre do ano que vem. Mais uma vez obrigada por tudo. Boas Festas".
É bom saber que novas gerações de jornalistas demonstram preocupação com o desaparecimento de cerca de 12 milhões de imagens que compunham o valioso acervo da extinta Bloch. Mas é preocupante constatar que, ao mesmo tempo, instituições públicas que deveriam cuidar da memória nacional se omitem em relação a essa grave situação. No momento, apenas um grupo de ex-empregados da Bloch, o SJPMRJ (Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a ARFOC (Associação dos Repórteres Fotográficos), que movem ação judicial para tentar localizar o arquivo (ação até agora sem qualquer resultado prático), demonstram preocupação com a possível perda e deterioração de milhares de fotos de valor histórico e jornalístico. Orgãos como o Ministério da Cultura, Arquivo Nacional, Associação Brasileira de Imprensa, Museu da Imagem e do Som, Biblioteca Nacional e outras instituições receberam, em vão, apelos dos jornalistas que ajudaram, ao longo de décadas, a construir o acervo. Até agora, a burocracia assiste inerte ao desaparecimento de parte da memória nacional. 
    

3 comentários:

Ludmila disse...

Soube dessa verdadeira tragédia ao ler há tempo uma reportagem no Globo sobre o assunto. Os anos passam, essas fotos devem estar se perdendo. Não há termo apropriado aos bons ambientes para classificar a omissão dos responsáveis pela memória nacional, como dos orgãos citados por você. Onde estão os responsáveis? Politicagem sabem fazer, viagens às custas do nosso dinheiro também, mas trabalho sério nem pensar

Rubin disse...

Como fotógrafo amador e admirador dos grandes nomes da fotografia brasileira, fico triste com o desaparecimento do arquivo da Manchete. Os mais velhos sabem que fotógrafos fantásticos registraram a vida, as florestas, índios, pessoas. Tudo é história. Como pode haver desprezo das autoridades por um arquivo desses? As jornalistas autoras do livro estão de parabéns e dão exemplo a políticos e intelectuais que são vaidosos para aparecer mas incompetentes para fazer e agir.

debarros disse...

Se o acervo histórico e valioso dos arquivos da Biblioteca Nacional está se perdendo por falta de cuidado e preservação o que se pode esperar que governos se preocupem com os arquivos fotográficos da Bloch Editores que contam a história cultural e política desse pais? Eu não vejo solução para esse problema.