por Eli Halfoun
Telefilmes são comuns na televisão
americana e demorou muito para que a Globo entrasse nesse esquema que é, por
exemplo, mais barato do que produzir um seriado, mais rápido e, o que é mais
importante, abre espaço para produtoras independentes, ou seja, libera a
emissora de ter de produzir toda a programação. Filmes feitos especialmente
para a televisão e não necessariamente pela televisão costumam ter um bom
retorno de audiência porque não obrigam o telespectador a acompanhar capítulos
diários e, como nos corridos dias de hoje, o público tem pressa uma atração
vapt-vupt (como dizia Chico Anysio) com começo meio e fim definidos em um único
episódio. A fórmula atrai o público que parece não ter mais paciência para seguir seriados
e novelas que se arrastam em tramas sem fim e muitas vezes sem mostrar
absolutamente nada que realmente interessa. A recente exibição de “Doce de Mãe”
mostrou que o caminho dos telefilmes terá muita distância para percorrer na programação
da Globo. “Doce de Mãe” é um produto produzido no Rio Grande do Sul que brindou
o público com mais um maravilhoso trabalho de Fernanda Montenegro, colocou em
discussão um tema atualíssimo que é o de como cuidar de nossos velhos e fez
tudo isso em ritmo der comédia, que é sempre melhor aceito do que as tragédias.
Me parece que essa deverá ser a trilha adotada pela Globo com Renato Aragão e
com Xuxa que serão atrações mensais de telefilmes. Esse é o caminho moderno e
eficiente da televisão: a Globo se livra de produzir mais programas, abre
espaço para que mais profissionais sejam utilizados por produtoras
independentes e ganha atrações que com movimento cinematográfico não mais encherão
a paciência dos telespectadores. (Eli Halfoun)
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