por Eli Halfoun
A televisão se impôs com tanta força no país e no mundo (é sem dúvida o nosso mais poderoso veículo de comunicação) que também impôs aos jornais e revistas a obrigatoriedade de abrir espaço cada vez maior para tudo o que se relaciona com a programação (novelas especialmente) e bastidores. Há anos (e bota anos nisso) os jornais resistiam ao assunto televisão (não queriam dar colher de chá) e mal cediam pequenos espaços (geralmente apenas notinhas) para tratar do assunto. Novos tempos: agora todos os jornais dedicam páginas e até cadernos para fazer da televisão um dos principais assuntos do noticiário diário. Um dos assuntos que mobilizou a, digamos, "mídia especializada" nos últimos dias foi o processo movido por Silvio Santos proibindo que a turma do "Pânico", com quem sempre manteve amistosas relações, se aproxime dele. O inesperado pedido de Silvio tem um único motivo: além de evitar um constante incômodo, Silvio não quer que sua presença seja (sempre é) um motivo para reforçar a audiência do programa que é seu concorrente direto nas noites de domingo. Quando o programa era da Rede TV não importava muito porque ninguém via mesmo. O que se noticia agora é que o Pânico terá de pedir desculpas públicas para Silvio Santos, o que certamente mudará uma das praxes do programa que é a de não desculpar-se com ninguém. Besteira: pedir desculpas não é demonstração de covardia ou medo. Pelo contrário: é a forma mais elegante e corajosa de reconhecer um erro e corrigi-lo. Além do mais Silvio Santos, que é um "boa praça" com todos, tem todo o direito de preservar uma imagem construída em, mais ao de 50 anos de carreira e não permitir que seja utilizada como reforço de seus concorrentes. Ainda mais quando é de graça. (Eli Halfoun)
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