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por JJcomunic
O Globo publicou há dias um inacreditável editorial. No texto, o jornalão defende a tese de que os problemas dos planos de saúde (filas, péssimo atendimento, recusa de atendimento, falta de médicos, mensalidades extorsivas, clientes recorrendo à justiça para obter serviços previstos em contratos etc) são culpa dos milhões de brasileiros que foram obrigados a contratar tais planos. Para refrescar a memória: nos anos 90, sob a bandeira neoliberal, o governo da época, com apoio entusiasmado da mídia, deixou de investir o suficiente em saúde pública e abriu espaço para a multiplicação de empresas privadas e a ocupação predatória do setor. Era a era do 'mercado". Liberou a legislação e transformou o usuário em peça de um sistema cruel. Recentemente, os mesmos políticos, de novo com o apoio da mídia, se mobilizaram para retirar da saúde pública bilhões de reais que o setor recebia via CPMF. E o objetivo - acabar com mais um imposto - levou pro brejo o importante mecanismo de controle de transações financeiras embutido no desconto, que flagrava notórias práticas de "lavagem de dinheiro" ou de "troca de empréstimos" em empresas de um mesmo grupo, tática comum para enganar o 'leão'. Teria sido este o verdadeiro objetivo das campanha, mas essa é outra história. Com a saúde pública comprometida - apesar dos avanços de programas com o do SUS e da queda, por exemplo, da mortalidade infantil -, e a melhoria de renda de milhões de brasileiros nos últimos anos, a população recorre aos planos. Com as empresas de saúde sob pressão dos médicos, que reclamam dos preços das consultas, e dos usuários, que mofam em filas ou aguardam data de atendimento por meses, o editorial vai buscar um argumento cínico: os planos estão em crise poruqe a saúde pública não tem condições de atender aos consumidores, especialmente aqueles da recém-chegada Classe C. Os planos, sugere o editorial, não são pra esse pessoal que teve a audácia de melhorar de renda e contratar um serviço. Estão atrapalhando o atendimento da elite. Devem ser atendidos exclusivamente pelo governo. Curioso é que no caso das crises dos aeroportos e das companhias, o chamado "caos aéreo", esse falso argumento - o de que os pobres passaram a lotar os aviões e o setor não estava preparado para isso - não foi considerado. A situação é semelhante, não? A procura é maior do que a oferta. O editorial tem razão em um ponto: governos devem investir em saúde pública, melhorar a remuneração de médicos e enfermeiros,impedir que planos privados ocupem leitos públicos sem pagar por isso, fiscalizar o setor e não terceirizar a vigilância para uma das tais agências de (des) regulamentação e impedir a evasão de recursos da saúde na onda de certas Ongs e "organizações sociais" que ocupam instituições públicas. Só que tudo isso é ferozmente criticado e combatido. Enquanto as inovações não vêm ou até mesmo quando vierem, não vá na onda desse tipo de argumentação casa-grande-e-senzala: todo e qualquer brasileiro tem direito a adquirir um plano de saúde e cobrar atendimento decente de acordo com o contrato assinado.
Ou o Brasil com apartheid vem aí?
Um comentário:
Interessante.É sempre a direita causadora de posições negativas que atrasam e emperram o desenvolvimento da sociedade na busca de uma vida melhor para todos.
Se a direita política é conservadora e cautelosa por outro lado a esquerda política é devastadora nos meios utilizados para deter o poder em suas mãos. Temos o Terror, na revolução francesa, com Robespiere, Danton, Marat que mandaram matar e se mataram na volúpia do poder que detetiveram por determinado tempo e no mundo moderno, como exemplo, a esquerda política derrubou um Império secular que reinava na Russia para impor um novo regime comunista experimental se impondo através do regicido e assassinato em massa de sua população. Por fim o próprio regime comunista não se aguentou e caiu sem dar um tiro na defesa de seus princípios sociais
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