por Eli Halfoun
Barretão, ou melhor, o cineasta Luiz Carlos Barreto, que tanto fez e faz pelo cinema nacional, publicou na coluna de Ancelmo Gois em O Globo artigo no qual faz uma espécie de defesa de José Dirceu, acusado de ser o cabeça do mensalão. Barreto acha estranho que tudo o que se fala de Dirceu se atém aos fatos ligados ao mensalão, como se ele tivesse nascido com o escândalo. Antes de qualquer julgamento, Dirceu foi praticamente condenado pela maior parte da mídia e população. Só a justiça dirá se mídia e povo erraram e se precipitaram. O passado heróico de José Dirceu, que lutou incansavelmente pela democracia, parece realmente não ter existido desde que ele virou um dos principais acusados do mensalão - acusado, mas até agora inocente já que não foi legalmente julgado e condenado. É sempre assim: qualquer criminoso (a palavra é forte, mas é só para exemplificar) só é lembrado pelo crime que cometeu. Se tudo o que se tem dito e publicado for realmente provado a conclusão é simples: foi o próprio Dirceu quem enterrou o seu passado trocando-o por um presente que não honra aquele passado de luta com mo qual ele deveria ser lembrado e reverenciado para sempre, se ele mesmo não tivesse estragado tudo, o que é realmente uma pena. Dirceu merecia destino melhor. O Brasil também. (Eli Halfoun)
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