por Gonça
Ray Bradbury era um dos nomes mais celebrados da ficção científica. Morreu na última quarta-feira, aos 91 anos. Ele costumava dizer que não fazia ficção científica, escrevia fantasias.Pelo menos duas dessas "fantasias" conquistaram gerações: "Fahrenheit 451" e "As crônicas marcianas". O primeiro, certamente inspirado na perseguição nazista aos intelectuais, retratava o cenário político dos anos 50, tempos do macartismo e da Guerra Fria. No segundo, Bradbury imaginou a colonização de Marte, o cotidiano de um planeta estranho que refletia questões do mundo real, o medo da Bomba H, por exemplo. Nos anos de chumbo - e já falo aqui dos sombrios Anos 70 neste nosso planeta tropical - os dois livros eram leitura obrigatória. Com censura, opressão, sequestros políticos, torturas e assassinatos, vivíamos o Fahrenheit brasileiro. Já "As crônicas marcianas" eram o ingrediente psicodélico daqueles dias. Tristes dias que os livros de Bradbury ajudaram a iluminar.
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