por Eli Halfoun
Se a turma do "Pânico" não tomar cuidado acabará jogando no lixo a criativa fórmula de um programa que pretendia ser engraçado, mas está se transformando rapidamente e cada vez mais em um esquema grotesco, agressivo, de mau gosto e que, portanto, não tem a menor graça. Em nome da audiência (que, aliás, não é das melhores mesmo agora que está na Band) o programa fica parecendo cada vez mais com aquelas breguices apelativas das quais felizmente a televisão parece estar abrindo mão inclusive em seus mais populares programas. O suposto humor do "Pânico" está limitado agora a expor seus integrantes (alguns de enorme talento, como é, por exemplo, o caso de Carioca) a humilhações e até a tortura (podem ser apenas simulações comuns na televisão) que não têm nada de divertido ou engraçado. Pelo contrário: o programa tem sido um circo de horrores que só serve para dar péssimos exemplos aos seus jovens telespectadores. Humorismo de verdade não é nada do que o "Pânico" exiba ultimamente. Até as antes às vezes divertidas abordagens para entrevistar celebridades partiram para o exagero ou apenas falta de respeito com quem se dispõe a conversar com a equipe do programa. Por conta do desrespeito e das brincadeiras de mau gosto ficou inclusive difícil encontrar alguém que se disponha a dar entrevista, mesmo que seja de alguns segundos. Foi sempre grande a torcida do público e da crítica para que o "Pânico" realmente se firmasse como um novo humor. Não deu (ainda é tempo de mudar) simplesmente porque o programa não conseguiu perceber que humor de qualidade não é absolutamente avacalhação e muito menos apelação de mau gosto. Os talentosos integrantes do "Pânico" precisam urgentemente repensar o formato do programa. Do jeito que está não dá a menor vontade de ir. Só de chorar. De raiva e de pena. (Eli Halfoun)
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