Copa de 1938: a primeira transmitida para o Brasil, via rádio |
A Copa de 1950 era exibida nos cinemas, dias depois dos jogos |
Em 1958, rede de rádios trazia as emoções da Suécia |
Em 1962, a chegada do videotape |
Em 1970, a primeira transmissão de uma Copa do Mundo, ao vivo, pela TV, ainda em preto e branco |
Em 1974, Zagalo convoca o torcedor a ver a Copa em cores |
Desde 1930, quando a bola tinha cadarço, a Copa do Mundo já mobilizava jornais, revistas e rádios.
O primeiro mundial transmitido direto para o Brasil foi o da França, em 1938. Com estática e tudo, coube ao rádio trazer a Copa "ao vivo" e, com ela, as jogadas de Leônidas da Silva e Domingos da Guia, os astros do scratch, como a seleção era chamada.
Os locutores tentavam fazer com que ouvinte "visse" o jogo, antecipando os lances que as precárias radiofotos dos jornais mostrariam nos dias seguintes. Daí a rica e panorâmica linguagem dos radialistas.
O escritor Luís Fernando Veríssimo já escreveu que se decepcionou na primeira vez em que foi a um estádio: o jogo, na voz do locutor, disse ele, era muito mais emocionante.
Trazer a "imagem" do jogo não era um desafio apenas dos locutores. O texto, nos jornais, era detalhista e, mais do que opinar, os jornalistas descreviam a experiência de ver os lances, as defesas do goleiros, os gols.
O futebol mudou e o caminho da bola até a sala da casa do torcedor, também. A Copa de 1950, no Brasil, ofereceu aos cariocas a chance de ver o jogo, de fato, embora com um atraso de dias, no cinema, mais precisamente no antigo Cineac, na Avenida Rio Branco. Nos anos seguintes, os cinejornais da Atlântida e, depois, o Canal 100, tornaram mais ágil a chegada dos jogos de futebol às salas de cinema. 1958 foi a última Copa em que o rádio reinou absoluto. Foi também o ano que o radinho portátil, a pilha e transistorizado, chegou ao Brasil. No Mundial de 1962, o videotape desembarcou aqui. As fitas eram despachadas por avião, do Chile, e exibidas por uma rede de TV poucas horas depois dos jogos. 1970 foi o ano da Copa colorida. Mas não no Brasil, para nós foi só a estreia da Copa ao vivo. Embora transmitida em cores, do México, a imagem do Tri ainda era distribuída em preto e branco pela TV brasileira. Apenas alguns postos da Embratel especialmente montados para autoridades e convidados mostraram o novo sistema. Em 1974, Copa da Alemanha, sim, o Brasil viu as cores do Mundial. Pena que em tempo de derrota.
Aquele torcedor que, em 1938, ouviu os jogos do scratch pelas pioneiras Rádios Clube do Brasil e Cruzeiro do Sul se surpreenderia com a quantidade de modos e maneiras de ver futebol ao vivo que a Copa da Rússia 2018 vai oferecer à galera. TV aberta, TV por assinatura, sites e redes sociais, streaming, 4K, transmissão em 3D para salas de cinema e portais que narram em texto, minuto a minuto, o desenrolar das partidas, há gosto pra tudo e mídias para todos os gostos.
Até mesmo para o rádio, que sobreviveu à TV e pegou carona nos smartphones, tablets e PCs, nos receptores dos carros, nos modernos micro systems caseiros, sem esquecer as folclóricas "amplificadoras" que, por incrível que pareça, ainda existem em pequenas comunidades do interior do Brasil.
De um jeito ou de outro, a partir de 14 de junho, a Rússia é aqui.
2 comentários:
Para mim o que mais se destaca nessas Copas é a realização dos cartazes. É gritante a diferença dos cartazes daquela época com os cartazes atuais. Os cartazes de então eram feitos nas gráficas pelos técnicos gráficos, o paginadores, que presos aos recursos que tinham em mãos se limitavam a montar os tipos nas ramas e com tipos, pelo que se pode notar, tipos já antigos e com defeitos. A organização das Copas, em tempos mais recentes entenderam que era preciso modernizar a feitura desses cartazes e passaram a entregar as Agências de publicidade as campanhas publicitárias e a criação dos cartazes, Com isso, as Agências com profissionais competentes e criativos modernizaram os cartazes tornando–os mas bonitos e pode–se dizer mais expressivos. A partir daí, cada pais se comprometeu a fazer a sua campanha publicitária enriquecendo essas mesmas campanhas com uma divulgação bem mais modernas criadas pelas Agências de publicidade.
Confesso que acho estranho mas as vezes acompanho jogo que não está na TV pelo texto no Globo. com Esporte. É meio angustiante, mas informativo quando não tem nada mais e resta o celular para torcer.
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