terça-feira, 10 de abril de 2018

Memória da propaganda: quando o Brasil sonhou com o american way of life...

O carrão Nash.


O brasileiro queria ser o "Howard Hughes" dos trópicos e...


...aposentar a navalha. 


Enlatados para as crianças e...


...o fabuloso Studebaker para o pai.


As mulheres se livraram das toalinhas e...


... as mamães tinham gelo em casa e congelavam alimentos.


Contra o calor do Rio, Crush importado de Chicago. (Reproduções bqvMANCHETE)
por Pedro Juan Bettencourt 

O Brasil anda deprê. Mas há 70 anos, o país acelerava a urbanização e ensaiava momentos de euforia. A industrialização patinava com carência de energia elétrica, estradas e mão de obras especializada, grande parte da população ainda vivia em áreas rurais.

Apesar disso, com os cofres cheios de divisas acumuladas desde o boom de exportações de minério, borracha, madeira, açúcar etc, motivado pela Segunda Guerra, o governo do militar Eurico Gaspar Dutra implantou política econômica liberal, manteve o câmbio valorizado, facilitou pagamentos ao exterior e abriu os portões da alfândega.

Com as economias destroçadas pela guerra, a Europa e o Japão perderam relevância no comércio mundial. Os Estados Unidos, que não tiveram o parque industrial afetado por bombardeios, ao contrário, cresceram no período, eram os grandes fornecedores de bens de consumo para o mundo. Eles tinham o que vender e Dutra queria comprar. Carrofs, eletrodomésticos, produtos de beleza, alimentos enlatados, viagens aéreas, roupas, aparelho de barba, canetas, máquinas de costura, produtos farmacêuticos, brinquedos de plástico lotavam navios rumo aos trópicos.

Foi um breve surto, o Brasil acabou torrando as divisas e voltou ao pendura.

Enquanto a festa durou, as revistas ganharam páginas de anúncios.

E incipiente classe média das capitais a ilusão do american way of life.

3 comentários:

J.A.Barros disse...

É verdade. O que se comprava nas ruas, até amendoim sem casca, fez evaporar os dólares acumulados nas caixas do Tesouro nacional. E o pior, um general presidente comandado por uma mulher, acaba com qualquer jogo – convidado de azar – em todo território nacional. Desemprego aos milhares. Enquanto no mundo inteiro o jogo era confinado em estações de veraneio e os EUA criavam "Las Vega " – cidade no deserto – onde os maiores cassinos floresciam e enriqueciam os cofres do país com os impostos pagos.

J.A.Barros disse...

Quis dizer: considerados de azar.

Prof. Honor disse...

Dutra também liberou divisas para comprar coca cola e chicletes Adam. Dizem que Dona Santinha, mulher dele, a primeira dama carola que mandou fechar os cassinos, gostava de hóstia e goma de mascar e rebatia com uma refrescante coca cola.