sábado, 14 de abril de 2018

Chico Anysio, a graça do dia - por Guina Ramos

Chico Anysio, 1978. Foto de Guina Araújo Ramos
Chico Anysio no Canecão. Fatos & Fotos, Agosto de 1978. Fotos de Guina Araújo Ramos


por Guina Ramos (para o blog Bonecos e Pretinhas)

De repente, falam no Vídeo Show que 12 de Abril é o Dia do Humorista. Fui dar uma olhada na Internet e conferi: realmente, a data é oficial.

O engraçado foi encontrar dezenas de sites que repetiam o mesmo texto, sobre comediantes e humorismo, mas aos poucos vi que a coisa era séria: o Dia do Humorista é uma homenagem a Chico Anysio (e, não por acaso, marca o seu aniversário).

Durante a comoção internacional pelo ataque terrorista à revista francesa Charlie Hebdo, em Janeiro de 2015, a ex-presidente Dilma Rousseff sancionou uma lei, proposta, em 2008, pelo deputado José Airton Cirilo (PT-CE), que instituía o dia 12 de abril como o Dia do Humorista. A data já se tornara oficial no Estado do Ceará desde julho de 2003, passando então o Dia do Nacional do Humorista a ser comemorado, a partir de 2015, em todo o Brasil.

Chico Anysio nasceu em 1931 e faleceu em 23 de março de 2012. Criou mais de 200 personagens diferentes, que se apresentavam nas mais diversas situações. Entre os personagens clássicos estão o Professor Raimundo, Bento Carneiro, o vampiro brasileiro e o repórter Alberto Roberto. Chico é referência no humor, não só pelo talento de criar tantos personagens, mas por escrever os próprios roteiros durante os 40 anos em que trabalhou na televisão brasileira.

Fotografei Chico Anysio dezenas, quiçá centenas de vezes, em produções de filmes, em palcos de teatro, em shows individuais, mas, na grande maioria das vezes, nos estúdios de TV, gravando os programas que apresentava na TV Globo. À época, antes da construção do Projac, que centralizou os estúdios, essas fotos aconteciam, conforme a época, na própria sede da Globo, no Jardim Botânico, ou nos estúdios Herbert Richers, na Usina, ou mais frequentemente nos estúdios da Cinédia, na Taquara, em Jacarepaguá.

Das poucas fotos que me restaram, esta foto (no alto) me parece a mais interessante, e pelo simples detalhe de que Chico Anysio está quase sério...

E gosto especialmente desta edição da revista Fatos & Fotos (# 888, Agosto de 1978), de uma série de entrevistas feitas por Renato Sérgio, em que, por artes do pessoal da Bloch e numa improvisada colagem de recortes, Chico Anysio, como ele muito bem sabia fazer, mais uma vez se multiplica!

Fonte: Guina Araújo Ramos trabalhou na Manchete e na Fatos & Fotos, é autor dos livros "O Jogo do Resta um", "Personagem Cabal", "A Outra Face das Fotos", "2112... é o fim", "Rio Só de Amores" e (O dos) Bonecos e (a das) Pretinhas", mantém a editora Guina Edita e o blog Bonecos e Pretinhas que você pode conhecer AQUI 

Um comentário:

Adauto disse...

Vejo duas referências do Rio no seu artigo: Chico Anysio e o Canecão. O primeiro se foi na ordem natural da vida, o segundo, a casa dos shows que fizeram história, desapareceu pela incompetência privada - o grupo inquilino não pagava aluguel e tudo foi parar na justiça - e depois pela falta de tino administrativo da UFRJ, dona do Canecão. Perde o Rio uma casa bem localizada e que era templo da MPB. Lamentável. A foto do Chico Anysio no palco do Canecão é a boa lembrança desse tempo. Parabens pelo blog que valoriza a memória cultural.