quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O Senado devia cobrar couvert artístico. A Sabatina é um espetáculo de terrir!

Estou enganado ou o Estadão fez a foto da semana?
Alexandre de Moraes e Edison Lobão,
presidente da Comissão de Constituição e Justiça,
que articulou a aprovação do indicado de Michel Temer ao STF.
Eram muitos os fotógrafos na sala da CCJ, mas coube a Dida Sampaio
 levar à capa do Estadão a imagem que traduziu o fato.

por Omelete
O Senado devia se registrar no Ministério do Trabalho como produtor artístico. A Sabatina é um espetáculo, devia prolongar a temporada e fazer uma turnê pelo país.
O Brasil ia se conhecer um pouco mais.
Originalmente, a palavra sabatina indicava a recapitulação das matérias da semana que os estudantes faziam antigamente, aos sábados.
Agora, Sabatina é show.
O indicado a ministro do STF passou doze horas respondendo a perguntas das suas excelências da Comissão de Constituição e Justiça. No dia seguinte, sua indicação foi ao plenário. "Surprise"! - diria o correspondente da Gazeta de Honolulu. Alexandre de Moraes, o indicado por Temer, tornou-se o novo integrante do STF.
Há várias semanas, o Brasil inteiro sabia disso. Mas os atores republicanos foram pro picadeiro,  cumpriram sua missão e fizeram cara de surpresa. Mesmo que indicados e senadores tenham se perguntado o que diabos faziam alí em plena véspera de Carnaval com os blocos já nas ruas.
O Brasil não tem casas de apostas como as de Londres, que abrem jogo até sobre atos e fatos e não apenas sobre disputas esportivas. Mas, se tivesse, em quanto estaria cotada a rejeição do nome do escolhido? Seria a maior zebra da História da civilização, a mais espetacular.
Vamos chutar: o louco que apostasse um real na reprovação do indicado de Temer - e o Senado realmente desse nota zero para Alexandre de Moraes -, levaria quanto? A casa de apostas pagaria 1 bilhão e meio de reais? Um trilhão?
Não ia ficar longe disso.
Apenas uma vez na sua história, o Senado rejeitou ministros indicados. E faz tempo pra caramba, foi em 1894. E todas as seis bolas pretas daquela época foram para os indicados do Marechal Floriano Peixoto.
Durante a recente ditadura militar, o governo fez o que quis com o Senado e com o STF. No caso da Alta Corte, aumentou o número de ministros, aposentou outros e indicou um lote de sumidades que o Senado aplaudia e o STF enfiava a toga feliz, embora o espetáculo em cartaz fosse um drama.
A Sabatina não, a Sabatina é um sensacional reality show de terrir. Que, como você sabe, é o gênero de filmes que conjuga humor com terror.

5 comentários:

Bruna disse...

A foto é sugestiva mesmo

J.A.Barros disse...

O pior dessa "Sabatina " era a queda figura horrenda na presidência dos trabalhados. Só a figura do presidente, sentado naquela mesa, era além de ridícula era de um mau gosto incrível. Com voz rouca, quase inaudível, não se entendia o que queria dizer.Foi patética presença deste senador, indiciado pela 'Lava- Jato " desmerecendo – diria até invalidando essa "famosa sabatina " de caras marcadas. Ora, no velho estilo brasileiro político de não contrariar o poder executivo, o senado seguiu as regras como manda o figurino. O interessante que muitas das vezes o candidato enrolava e não respondia à pergunta feita e o interessante é que o interlocutor se dava por satisfeito e até elogiava o candidato. Coisa da política brasileira, que não se pode levar a sério, aliás esse país, de há muito deixou de ser um país sério.

Fat disse...

Vergonha nacional tudo isso.

B72 disse...

Situação dá porra, do caralho, desse pais picareta.

J.A.Barros disse...

O que fazia aquela patética figura na presidência da sabatina do senado ao candidato a ser ministro do STF?