por Eli Halfoun
Os monstros nazistas que torturaram e
assassinaram milhares de judeus (e não só judeus) nos campos de concentração da
Alemanha não ficaram impunes: fugiram, esconderam-se com o rabo entre as pernas,
mas acabaram presos, julgados e evidentemente condenados pelas desumanas
atrocidades que cometeram. Alguns foram encontrados mortos, o que não significa
que se deva fazer justiça pelas próprias mãos, embora muitas vezes ela seja
vista apenas uma espécie de troco aos assassinos. A morte do coronel Paulo
Manhães (foi encontrado morto por asfixia em sua casa no Rio) não chegou a ser
nenhuma surpresa. Depois que ele deixou o país abismado diante da fria
confissão das torturas e mortes que cometeu nos tempos de um regime militar que
só prejudicou o Brasil era de se esperar uma reação. Não se sabe ainda o que
realmente aconteceu (será que saberemos?) e se não podemos concordar com esse
tipo de julgamento e condenação também não devemos nos surpreender nem agora e
nem no futuro. Há quem diga que o coronel recebeu o que merecia (nem tanto já
que ao contrário dos que matou com requintes desumanos de crueldade certamente
sofreram o que ele não sofreu e muito menos o que deixou de sofrimento para tantas
famílias. Ninguém pode ficar impune diante de tamanhas atrocidades cometidas em
nome de um poder que não resistiu muito tempo porque não significava poder. Aliás,
não significava nada, a não ser um retrato de quanto o homem pode ser cruel com
seu semelhante. Os torturadores nazistas que envergonharam a Alemanha (como os
nossos envergonham o Brasil) foram presos e condenados. Ninguém quer matar
ninguém por vingança, mas todo o país quer e precisa que os torturadores não
fiquem impunes como não ficaram os monstros nazistas. Esses foram condenados. Os
monstros brasileiros também não podem viver impunemente e precisam ser presos,
julgados e condenados. Se bem que já estão condenados pela sociedade e pela
vida, mas ainda é preciso dar uma satisfação ao país, mesmo que jamais esqueçamos
as barbaridades cometidas pelo regime militar. Essa é uma vergonhosa e
horrorosa memória que não se apaga. (Eli Halfoun)
2 comentários:
Olha que país é esse o nosso. Em todos o países – ou quase todos – os seus líderes que iniciaram guerras ou sob o seu domínio como a Albânia, o Camboja cometeram crimes contra a humanidade, sem esquecer Kosovo – quando não se mataram – foram presos, julgados e condenados muitos à morte e outros à prisão perpetua. Até na Argentina os generais comandantes foram presos.
Aqui no Brasil inventaram um anistia que surgiu de repente e nunca referendada pelo povo deixou impunes os torturadores e matadores dos rebeldes que lutavam contra a ditadura. Impunes não é palavra certa, essa anistia os deixou livres e sem culpa pelos crimes que cometeram.
Agora, depois desses anos todos que passaram querem condenar esses mesmos torturadores e criminosos que deixaram livres e sem culpa formada? Quem essa comissão de verdade quer enganar.
Até porque a maioria desses bandidos já morreu e vão condenar o que e quem? cadáveres, restos humanos? Estão brincando.
Esse e o pais da impunidade. Se os bandidos e criminosos mandam e desmandam no pais o que se esperar de uma justica contra os bandidos politicos se os propios governantes desse pais sao bandidos que praticam crimes contra a sua propia sociedade.
E exigir demais do BRASIl.
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