quarta-feira, 16 de abril de 2014

Comunicação popular

(da Redação)
Quando se fala em regulamentar a mídia, no Brasil, o debate, geralmente, torna-se ideológico, com histérica reação da direita e, claro, da próprio mídia interessada em manter privilégios. Nos projetos apresentados nesse sentido, sejam de governos ou de partidos, não se fala em controle ou censura de conteúdo coisa, que, convenhamos, não cabe no Brasil de hoje e são amplas as demonstrações de que nenhum governo propôs isso desde a redemocratização. Os poucos episódios de censura prévia que aconteceram foram por lamentável iniciativa da Justiça a partir de ações movidas por empresas e pessoas interessadas em impedir versões de fatos que as incomodam. A regulação proposta é empresarial e não de conteúdo. Por exemplo, em muitos países é proibida a propriedade cruzada de meios de comunicação. Aqui, uma mesma família é dona de TV, rádio, jornal, revista e portais em uma mesma cidade. Já se vê que será difícil alterar tal padrão tantas são as pressões e os bilhões em contrário. Um caminho para democratizar a comunicação seria dar concessões a organizações sociais e de classe, abdicando da política de formação de imensas redes e pulverizando a propriedade dos meios. Um exemplo é a TVT, primeira emissora de televisão brasileira administrada por um sindicato de trabalhadores, concedida pelo governo Lula. A TVT vai bem e ganhou, na última segunda-feira (14/4), o direito de transmitir em alta definição a partir de São Paulo (SP), no canal 44 UHF.administrado pela Fundação Sociedade, Comunicação, Cultura e Trabalho, entidade criada e mantida pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.  A internet, que avança, já possibilita uma comunicação popular  diversificada em contraponto à linguagem única dos grandes e poderosos grupos de mídia. Mas é pouco. O Brasil precisa de mais  TVs, emissoras de rádio e jornais que levem aos leitores a verdadeira voz do trabalhador.

3 comentários:

J.A.Barros disse...

Na verdade vc quer é a comunização da imprensa falada, escrita e televisiva. Aí mesmo é que a comunicação no Brasil vai acabar no brejo. Por acaso as empresas de comunicação no brasil – além de serem verdadeiros cabides de emprego – se tornarama um sucesso? A TV Educativa ou a Hora do Brasil? serão modelos para uma nova forma de comunicação com o fim das empresas privadas jornalísticas criadas por homens de talento e de coragem que sózinhos iniciarem as suas empresas?
A União Soviética faliu e se acabou com o sistema estatal. Que melhor exemplo de incompetência do Estado para gerir e empresariar indústria e comércio?
Vc precisava ver e ouvir as bobagens que um senador do PCdB, um tal de Arruda, falou no questionamento à corajosa mulher que preside a Petrobras, Graça Fortes, que só, enfrentou aquela bando de "boas vidas " a lhe fazerem perguntas, algumas sem nenhum nexo e qualidade.
Esse Arruda nem sabe o que significa "mercado " na economia em geral. Acho que nem sabe o que é economia de mercado.
A imprensa é feita por homens de talento e criatividade. E não será na gestão pública que esses homens irão surgir porque o processo público é incompatível com o grau de qualidades deles.

Isabela disse...

Trabalhadores são brasileiros e precisam ter voz sim. Político não devia poder ser dono de meio de comunicação. Empresas deviam ser proibidas de acumular tantos veículos. É assim nos países democráticos.

J.A.Barros disse...

Mas as vozes que estão no legislativos deixaram, há muito e muito tempo, de ser as suas vozes representativas. Na verdade essas vozes, hoje, representam elas e os donos delas.
Os trabalhadores, o povo, apesar de os elegerem com os seus votos, não tem mais representantes seus no Congresso. O povo está abandonado e sem voz ativa e só lhe resta as ruas e avenidas para demonstrar o seu protesto nas passeatas e manifestações. As passeatas voltarão às ruas e novos líderes surgirão e novas idéias se imporão a esses governos corruptos e viciados que tomaram conta do país.