quarta-feira, 16 de abril de 2014

Café em caneca é mania imposta pelo cinema americano

por Eli Halfoun
Você conhece alguém que ainda tome o tradicional cafezinho em xícaras adequadas (as pequenas) ou tome café com leite (a também tradicional média) e chá em xícaras convencionais (aquelas que as antigas mamães usavam na mesa do café da manhã?) Provavelmente não há um único brasileiro que ainda utilize as digamos velhas e adequadas “ferramentas”. Adotamos mais uma mania imposta pelos americanos através do cinema: café completo ou cafezinho só são consumidos agora em canecas de todos os tipos e tamanhos que na maioria das vezes nos levam ao desperdício: como a caneca é grande o costume é enchê-la de café quase até a borda, tomar uns quatro ou cinco goles e depois jogar o restante fora. Sabemos que, muito antigamente, especialmente no interior, usavam-se canecas de alumínio ou esmaltadas para consumir o café nosso de cada dia, mas era um hábito pouco comum nos grandes centros. Já as canecas americanizadas fazem parte do cotidiano de todos os brasileiros, que não é de hoje copiam o que os americanos acham legal e impõe ao mundo.

Outra imposição americana que também começa a tomar conta do pedaço é a de abreviar palavras. Exemplo: o Bra de Bradesco ganhou uma abrangência que serve para definir qualquer coisa. Nos Estados Unidos é comum abreviar quase todas as palavras e muitas vezes o inglês que você aprendeu em um dos muitos cursos espalhados por aí não serve para absolutamente nada porque não é o idioma que os americanos ainda falam nas ruas. Abreviar palavras acaba criando uma espécie de dialeto, o que é muito complicado: se no Brasil mal se sabe falar o português abreviar palavras será sem dúvida mais rápido, mas muito menos eficiente do que o verdadeiro idioma que o povo precisa aprender a falar e a escrever. (Eli Halfoun)

Um comentário:

J.A.Barros disse...

O brasileiro sempre copia o pior modelo. Criou-se na cabeça do brasileiro que "criar é copiar", acredito até que essa frase nasceu do "Chacrinha " Abelardo Barbosa. Mas, a xicrinha, de louça portuguesa, em que se tomava café veio dos tempos imperiais e era "chic " ao tomar da xícara com uma das mãos, o importante era manter o dedo mindinho reto, e a outra mão espalmar o pires na altura do colo.
Detesto essas xicrinhas, principalmente as que eram usadas, antigamente, nos bares e cafés das cidades.
Hoje nos bares o café é na maioria das vezes – e bota maioria – servido nos copos mal lavados nas pias sujas das copas. Mas esses cafézinhos em xícara ou copo, acabaram porque os bares foram
substituidos por pastelarias dirigidas por coreanos e chineses refugiados de seus países.
Em casa uso os dois, tanto a xícara como a caneca e me dou bem com a caneca.
Não sou contra essas canecas americanas e o resto
é implicância política alimentada pelos "bravos "progressistas de bares e boates de Ipanema e Leblon.
Essa abreviação de palavras já é antiga no Brasil, pelo menos no Rio de Janeiro. O "Tá" na abreviação do está e principalmente nas identidicações dos clubes como"Fla, Flu, Bota e vai por aí afora. É a linguagem do povo que cria e forma vocábulos novos e modifica os vocábulos antigos abreviando-os. O "ermo populis", como diria o meu professor de latim.