sábado, 26 de abril de 2014

Quando jornalismo se confunde com política partidária, dá nisso.. Era mentira, Terta!

(da Redação)
Não pegou tão mal, porque, para muitos setores da sociedade, há veículos que já jogaram sua credibilidade no fundo do saco. Virou, infelizmente, rotina. Essa semana, a velha mídia ofereceu dois exemplos de jornalismo com carimbo de título eleitoral. Trata-se de um "técnica" de apuração de boca-de-urna que ainda não entrou no currículo das escolas de comunicação. Primeiro, com ares de "denúncia" espetacular, colunistas publicaram que, ao contrário do que divulgou, a Polícia Federal, não usou um drone na operação que levou à captura de alguns importantes chefes do tráfico de drogas em uma favela do Rio. Utilizavam essa "informação" como crítica dissimulada à aquisição dos pequenos aviões-espiões. Segundo, um jornal deturpou vergonhosamente uma declaração que o ex-presidente dera durante um evento na Espanha. Nos dois casos, a máscara caiu. A PF teve que divulgar imagens detalhadas obtidas com os vôos dos drones na citada operação. Quanto à "declaração de Lula", foi igualmente grave a tentativa de manipulação. Durante cerimônia na Universidade de Salamanca, Lula foi abordado por um repórter da Folha que lhe perguntou sobre as denúncias que envolvem a Petrobras e que circulavam no Brasil naquele dia. De uma frase do ex-presidente, o jornal extraiu a manchete: "Estou por fora, diz ex-presidente Lula sobre caso Petrobras". O Instituto Lula teve que vir a público e divulgar o áudio completo da fala de Lula: "Deixa eu te falar uma coisa,, eu não li, estou fora. Não vou responder uma coisa que eu não li, que eu não compreendi. Peça para alguém da Folha me perguntar no Brasil, quando eu regressar, que responderei com carinho". Ninguém confunde honestamente um "estou por fora", quase em tom de deboche em relação a um assunto importante com um "estou fora", acrescido da explicação de que preferia não falar antes de voltar ao Brasil, certo?.
Em função dessas surpresas, alguns entrevistados têm preferido responder a entrevistas por email, o que é cada vez mais comum, ficando, assim, com um "comprovante" e protegendo-se da "imaginação" do jornalista. Outros, escaldados, têm deixado muitos profissionais constrangidos ao colorarem na mesa, ostensivamente, durante entrevistas, seus próprios gravadores. Já houve até um caso em que o entrevistado pediu a um assessor para gravar em vídeo toda a entrevista que concedia. Há hoje mais crise de confiança entre entrevistados e entrevistadores do que supõe a vá teoria da comunicação. A tática ajuda mas não resolve. A mídia brasileira é certamente a que mais usa, no mundo, o manjado recurso de citar declarações ou informação de "fontes que preferem não se identificar", "pessoas próximas a fulano", "político que frequenta o Planalto ouviu..,."um empresário que conservou com Lula garante...", "o papagaio da Dilma disse que ouviu da presidente...", "uma pessoa que estava em um restaurante na mesa ao lado do cunhado da professora do filho de um ministro informa que a taxa de inflação...'. E por aí vai a atual mediunidade jornalística. Fontes assim tão "qualificadas" podem até provar que Tancredo está vivo e quer que o STF entregue seu mandato de volta. Aviso ao leitores: as informações acima foram ouvidas por um colaborador do blog enquanto comprava um robalo na feira livre. Ao lado, escolhendo um cação, o filho de um lobista conhecido conversava com a filha da amante de um ex-ministro que deixou o cargo mas continua frequentando altas rodas políticas. E bota roda nisso. Fonte quentíssima, portanto. Importante: o cação era para uma moqueca que a mãe de um importante figura do governo ofereceria a um candidato da oposição. Mas isso aí são outros quinhentos.

COMO RESPOSTA À "CRIATIVIDADE" JORNALÍSTICA, O INSTITUTO LULA DIVULGOU ÁUDIO DA FALA DO EX-PRESIDENTE, CLIQUE AQUI  
 









2 comentários:

J.A.Barros disse...

Também acho que deve responder às perguntas dos repórteres por emails do seu celular, mas para isso precisa saber escrever. Não é verdade? Aqueles que nunca leram um livro tem muita dificuldade em escrever.
"Tô fora " não é muito diferente do: "Eu não sabia "

J.A.Barros disse...

Mas ele disse : "ëu não compreendi" . Ora se ele não compreendeu é porque leu a matéria e sabia o que estava falando.