por Eli Halfoun
Por mais que se procurem motivos para
entender e explicar a variação de comportamento do jovem em qualquer época, a
única certeza é a de que a em todos os tempos a busca maior da juventude foi (é)
encontrar a total liberdade, que é o mais importante bem da humanidade. De tanto
ouvir falar em “liberdade de imprensa” fui motivado a escolher o jornalismo como
profissão. Não foi preciso muito tempo para descobrir (já trabalhando como
repórter) que liberdade de imprensa não passava (continua não passando) de mais
uma ilusão juvenil. Rapidamente descobri que a “liberdade de imprensa” acaba na
mesa do patrão, que é quem mais cerceia a opinião profissional no veículo do
qual é o dono e pode fazer o que bem entender, inclusive com a opinião dos profissionais.
Essa constatação não me fez deixar de continuar lutando pela liberdade total e
da tão sonhada liberdade de imprensa. Por isso não me admira que autores de
novelas como Manoel Carlos e Gloria Perez declarem que sofrem sim intervenção
da Globo na trama das novelas. Ou seja: só escrevem o que o “seu mestre mandar”
que, aliás, sempre foi uma brincadeirinha estúpida e ditatorial que só permitia
fazer o que “o seu mestre mandar” e como cordeirinhos respondíamos com um
“faremos todos". Mudou: qualquer profissional pode reagir e até vencer
mesmo que seja mais fraco do que os patrões que têm a mais poderosa arma do
mundo para qualquer arranjo ou negociação: o dinheiro. No caso o dinheiro que
paga (quando paga) nossos salários. (Eli Halfoun)
Um comentário:
Eli, colocação perfeita. Assim como a do texto da Carta Capital reproduzido neste blog. O limite democrático da opinião é a sociedade. Um exemplo são os programas de televisão que fazem apologia de crimes e, por consequência, incentivam linchamentos e preconceitos. E nem seria caso de censura. Nas democracias, apologia de crime é caso de código penal. Vale lembrar que na época da ditadura tal tipo de "jornalismo" não sofreu censura, ao contrário, foi incentivado. Até mesmo na midia impressa (jornal "Última Hora") que criou um personagem ("Mão Branca") e tentou torná-lo uma espécie de heroi dos métodos do Esquadrão da Morte de trágica memória.
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