por JJcomunic
O sangue derramado na escola primária de Newtown, pequena cidade em Connecticut, respinga nos políticos americanos - especialmente os ferrenhos defensores da liberação das armas para todos -, e em parte da opinião pública que é a favor dessa política da morte. O massacre que agora deixou 26 mortos é o quinto só este ano. O total de vítimas já ultrapassa o cifra 50. Ou ponto 50, como eles gostam. A tragédia deve servir de alerta ao Brasil que por pressão da opinião pública adotou controle de venda de armas. Mas vale prestar atenção: há no nosso Congresso suspeitos projetos que amolocem esse controle. O Brasil paga seu preço pela liberaçaõ de venda de armas nos Estados Unidos: boa parte das pistolas e fuzis que abastecem bandidos por aqui vem de lá em fluxo continuo. Os jornais noticiam que a mãe do assassino de Newtown, também morta na chacina, foi quem comprou uma das pistolas utilizadas, além de um fuzil poderoso. Simples assim; escolheu, botou as armas no carrinho de compras, providenciou bastante munição e abasteceu o arsenal que vitimaria crianças e adultos. O lobby das armas é tão forte nos Estados Unidos que o país, após o 11 de setembro, criou ínúmeras formas de controles dos cidadãos na guerra contra o terrorismo mas não foi capaz de impôr obstáculos à venda aberta de armas leves e até de grande calibre. Obama, que se emocionou ao comentar a tragédia na TV, insinuou que é hora de mudar esse quadro. Na última campanha, ele pouco tocou no assunto. Fabricantes de armas são grandes financiadores de políticos de todos os estados. Apertar o cerco implica em perda de votos. Mercadores de armas tamém por força do poderio financeiro recebem apoio de boa parte da mídia, com destaque para jornais regionais. É um nó difícil de desfazer. Custará muitos massacres e muitas vidas ainda.
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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3 comentários:
Voltamos ao princípio de tudo. Como acabar, ou diminuir sensivelmente, com o fumo se as grandes empresas de cigarro são as grandes investidoras e financiadoras do cinema no mundo? A mesma coisa se pode falar com relação à venda de armas nos EUA e no mundo. Como acabar com a venda desenfreada de armas se elas são as grandes financiadoras das campanhas políticas principalmente nos EUA?
Nos últimos anos quanto ataques, por loucos ou não, fortemente armados de pistolas e fuzis, se repetiram nas escolas e ruas matando civis, mulheres e crianças, que simplesmente viviam?
Como parar essa venda indiscriminadas de armas sem ir de encontro a 2ª emenda da Constituição dos EUA? ou bater de frente com o clube do Rifle uma poderosa organização social que defende violentamente o suposto direito de comprar e usar armas nos EUA?
Eis os termos da :
Segunda Emenda da Constituição dos EUA
"Sendo necessária à segurança de um Estado livre a existência de uma milícia bem organizada, o direito do povo de possuir e usar armas não poderá ser impedido"
Porque é que a Igreja valoriza tanto a indissolubilidade do Matrimónio?
"O atirador de Newtown foi identificado como Adam Lanza. Num retrato possível do atirador traçado um dia depois do massacre, o New York Times diz que Adam Lanza era inteligente e tímido, e que deixou poucos vestígios na vida. Os pais separaram-se há dez anos e o pai Peter Lanza é contabilista e refez a vida em Stamford, também no Connecticut.
Adam Lanza tem um irmão Ryan Lanza, de 24 anos, que a polícia começou por confundir com Adam. Ryan vive em New Jersey, foi interrogado pela polícia mas está fora de qualquer suspeita, refere o Washington Post. Um vizinho dos Lanzas, ouvido pelo mesmo jornal, Ryan Kraft realça o estado depressivo dos rapazes depois da separação dos pais, há dez anos."
Ver também o caso recente de Anders Behring Breivik aqui comentado.
A Terra só será um lugar mais seguro quando o amor e os valores da família forem mais defendidos.
Escusado será dizer, como bem refere o MRC que isto não quer dizer que ser filho de pais divorciados onde o pai desaparece seja condição para se ser um futuro serial killer ou que todos os filhos de pais divorciados o venham a ser (e eu conheço muitos filhos de pais divorciados que são excelentes filhos e excelentes pais), mas a existência de famílias disfuncionais onde a figura paterna é inexistente, é um elemento que contribuí frequentemente para resultados igualmente disfuncionais ao nível da inclusão social e do sucesso escolar.
Este é também mais um exemplo, desta vez particularmente trágico, das consequências do capitalismo desregulado.
O poderoso lobby das armas tem sempre manobrado o poder político nos EUA com dinheiro, com ameaças, com jornalistas e legisladores corrompidos de modo a poder contnuar a comercializar livremente o seu tenebroso tráfico.
Só cortando a cabeça ao capitalismo amoral e selvagem, regulando-o com rédea curta (e chicote), é que a vida e dignidade humanas podem ser salvaguardadas.
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