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terça-feira, 23 de abril de 2019

Poster da turnê da banda Dead Kennedys saúda o "Rambozo" carioca e pede passagem...


por Ed Sá 

A banda é punk, é dos anos 1970, nasceu na Califórnia, mas os produtores da turnê brasileira do Dead Kennedys parecem antenados com o momento. O pôster promocional dos shows - eles se apresentam no Brasil em maio - sugere um resumo da "fecalidade" nacional. 

O cartaz criado pelo ilustrador Cristiano Suarez mostra uma família vestida de palhaço Bozo em um cenário carioca. Mas fique ligado nos detalhes: o clã está armado, usa a camisa da seleção, agora uniforme da direita enfurecida, no escudo levam a cruz evangélica, ao fundo aparecem explosões, favelas em chamas e os tanques rolam sobre um rio de sangue portando um sugestivo estandarte na boca dos canhões.

Ao G1, os divulgadores informaram no cartaz não há ligação com figuras políticas brasileiras e o palhaço é referência a uma das músicas do Dead Kennedys: "Rambozo, the clown".

A justificativa está dada. Mas a versão é melhor do que o fato.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Childish Gambino em "This is America": um clipe denuncia racismo, violência e os estereótipos do rap. Tudo isso junto quebra a internet e agita o país do Tio Trump



Reproduções You Tube

Em pouco mais de 24 horas, um vídeo lançado pelo rapper, cantor de soul e comediante Childish Gambino (nome artístico de Donald Glover) acumulou mais de 18 milhões de visualizações. O clipe "This is America" ganhou elogios da crítica, é considerado um dos melhores de 2018, e há quem o veja tão antológico quanto o célebre "Thriller", mas ao contrário da fantasia de Michael Jackson este é uma guerrilha satírica bem real com um certo clima de Black Panther, não o filme, o movimento revolucionário dos anos 1960.

Gambino detona a violência armada, o racismo, a ostentação de carrões e correntes de ouro por artistas blacks e outros estereótipos do rap. Tudo isso em um grande cenário - um armazém onde acontece um motim - e embalado por vistosa coreografia.

O rapper abusa das poses grotescas, caretas, gestos caricaturais e estereotipados e, para quem vê o clipe, é bom não se distrair com isso: ao fundo acontecem cenas que compõem  a fuzilaria irônica em tempos fascistas do tipo "America Great Again".

O rapper também atira contra a forma como a polícia vê os negros - o que seria uma referência ao assassinato de Stephon Clark, morto por um "cop" que viu uma arma na mão da vítima quando era apenas um iPhone -, remete ao movimento Black Lives Matter e lança frases como "Você é apenas um homem negro neste mundo / Você é apenas um código de barras".

Donald Glover é um artista multimídia: além de rapper, é roteirista do seriado 3D Rock e criou e atuou no seriado Atlanta, com o qual ganhou dois Emmys, de Melhor Diretor e Melhor Ator.

VEJA O VÍDEO DE "THIS IS AMERICA", CLIQUE AQUI

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Black Friday à americana: FBI diz que será batido nos Estados Unidos o recorde de venda de armas pessoais com descontos...

Black Friday de armas nos Estados Unidos. Uma das pistolas,
fabricada pela empresa brasileira Taurus, sai por módicos 199,90 dólares.
Perdeu, playboy. Segundo o FBI quem vai se dar bem na Black Friday nos Estados Unidos são os vendedores de armas pessoais. As lojas esperam receber, em 24 horas, cerca de 200 mil compradores de armas - entre pistolas e fuzis. Como é comum o mesmo "John Wayne" levar para casa mais de uma arma, é só fazer as contas. Segundo reportagem publicada na revista italiana Panorama - a mídia americana é mais "cautelosa" com o tema já que os fabricantes de armas e as lojas têm peso como anunciantes, especialmente fora de Nova York e Los Angeles - os dados recolhidos pelo FBI, através do sistema Nics, são considerados os mais confiáveis. Mas contam apenas as armas que são registradas ou que têm seus registros renovados. Calcula-se em 40% do total o volume de armas não legalizadas. As 190 mil armas do Black Friday se somarão às mais de 300 milhões que estão em mãos de civis no país. Os Estados Unidos têm, disparado, o maior índice de mortes por armas de fogo entre os países desenvolvidos. Um arsenal à disposição dos futuros autores de chacinas em escolas e universidades, uma prática frequente por aquelas bandas.
Já aqui no Brasil, deputados da chamada "bancada da bala" tentam demolir a legislação que limita venda e porte de armas. Devem achar que os índices de mortes por armas de fogo, no Brasil - que ocupa o 11° lugar nesse trágico ranking - ainda é pouco pro gosto deles. À frente do Brasil, estão Venezuela, Ilhas Virgens, Guatemala, Colômbia e Iraque, entre outros países em desenvolvimento. Os Estados Unidos estão frente de França, Alemanha, Cuba, Reino Unido e Japão, com um índice mais de cinco vezes superior aos "concorrentes" do primeiro mundo.
ATUALIZAÇÃO: Este texto foi escrito ontem, pouco antes de meio-dia. À tarde, mais um episódio de tiroteio no Estados Unidos foi divulgado pela CNN. Atirador, ou atiradores, investiram contra uma instituição pública de planejamento familiar. O atentado deixou mortos e feridos. Ativistas, na verdade, terroristas contra aborto já fizeram outros ataques do gênero. São grupos de inspiração religiosa que estão escalando ao poucos mais um degrau da violência. Armas, como se vê pelo recorde do Black Friday, não lhes faltam.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Massacre de Newtown: sangue respinga nos defensores do self service e do delivery de pistolas e fuzis

por JJcomunic
O sangue derramado na escola primária de Newtown, pequena cidade em Connecticut, respinga nos políticos americanos - especialmente os ferrenhos defensores da liberação das armas para todos -, e em parte da opinião pública que é a favor dessa política da morte. O massacre que agora deixou 26 mortos é o quinto só este ano. O total de vítimas já ultrapassa o cifra 50. Ou  ponto 50, como eles gostam. A tragédia deve servir de alerta ao Brasil que por pressão da opinião pública adotou controle de venda de armas. Mas vale prestar atenção: há no nosso Congresso suspeitos projetos que amolocem esse controle. O Brasil paga seu preço pela liberaçaõ de venda de armas nos Estados Unidos: boa parte das pistolas e fuzis que abastecem bandidos por aqui vem de lá em fluxo continuo. Os jornais noticiam que a mãe do assassino de Newtown, também morta na chacina, foi quem comprou uma das pistolas utilizadas, além de um fuzil poderoso. Simples assim; escolheu, botou as armas no carrinho de compras, providenciou bastante munição e abasteceu o arsenal que vitimaria crianças e adultos. O lobby das armas é tão forte nos Estados Unidos que o país, após o 11 de setembro, criou ínúmeras formas de controles dos cidadãos na guerra contra o terrorismo mas não foi capaz de impôr obstáculos à venda aberta de armas leves e até de grande calibre. Obama, que se emocionou ao comentar a tragédia na TV, insinuou que é hora de mudar esse quadro. Na última campanha, ele pouco tocou no assunto. Fabricantes de armas são grandes financiadores de políticos de todos os estados. Apertar o cerco implica em perda de votos.  Mercadores de armas tamém por força do poderio financeiro recebem apoio de boa parte da mídia, com destaque para jornais regionais. É um nó difícil de desfazer. Custará muitos massacres e muitas vidas ainda.