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Imagem reproduzida do X |
por Niko Bolontrin
O Inter, de Miami, atualmente em campanha pífia no campeonato norte-americano, pode emprestar Lionel Messi a um clube europeu em janeiro. Não se sabe se o contrato permite que Messi seja tratado como uma peça intinerante ou se o time pode fazer leasing do jogador mesmo contra a vontade dele. Ao aceitar jogar nos Estados Unidos Messi fez uma opção pessoal que nada tem a ver com futebol, que ele sabia não existir em nível aceitável na MSL, a liga que promove o medíocre campeonato estadunidense. O público do futebol - soccer, como eles chamam - nos Estados Unidos e formado por mexicanos, gualtemaltecos, venezuelanos, hondurenhos, brasileiros, costarriquenhos etc. No caso do Messi somam-se estadunidenses que querem ver a celebridade Messi, o "animal raro", não o futebol do qual eles não entendem xongas. Messi foi para Miami por dois motivos: dinheiro, claro, e não deve ser julgado por isso, e para proporcionar à família uma experiência no way of life local. Voltar à Europa mesmo que por empréstimo pode não ser seu sonho de consumo atual. Ele já anunciou que não renovará em2025 o contrato com o Inter de Miami e vai encerrar a carreira na Argentina. No Newell's que o revelou para o mundo.
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Reprodução X |
Talvez com exceção dos Congressos da ditadura, o atual Senado e Câmara são os piores da história do Brasil. Nem a República Velha que fraudava votos para entupir o parlamento de picaretas diplomados foi tão medíocre e intelectualmente desonesta. O Senado despeja com velocidade impressionante pacotes inomináveis nas vidas dos brasileiros. Geralmente tais medidas atendem a lobbies poderosos ou a interesses particulares dos digníssimos.
Pois após investir contra o STF o Senado levará a votação a lei que que transforma o sangue humano em mercadoria. Sabe as placas que vemos nas ruas do tipo "compro ouro"? Ou o "carro do ovo" que passa na sua rua? Pois é, será a vez do sangue estar em promoção. Surgirão lojas populares do tipo"Sangue Bom Atacadão". Claro aparecerão lojas chiques na Faria Limer, Blood Top, El Sangre Libre, Paris Rouge. Mas a coisa não será tão bucólica, digamos. O comércio de plasma envolverá grandes corporações. A expressão "dou o meu sangue" vai sumir no momento em que a hemoglobina virar commoditie.
A permissão para a venda de sangue é apenas o começo. Os senadores pensam na frente. Não demora muito será aprovada a franquia para venda de rim, fígado e coração.
É isso, amigo, o Senado vai privatizar suas tripas e seus miúdos. O problema é a rapaziada começar a sequestrar você para revender nos shoppings que os senadores vão liberar os novos objetos de valor. Claro, deputados e senadores que por acaso precisarem de transfusões e transplantes terão or órgãos pagos por verbas públicas.
Geraldo Matheus Torloni. Foto/Reprodução Instagram |
Em uma mensagem sobre o falecimento do seu pai na tarde de sexta-feira, 29, a atriz Christiane Torloni escreveu no Instagram:
- Despeço-me do meu amado pai, Geraldo Matheus, grata pela linda jornada que trilhamos juntos. Grata pela Arte, Ética e Amor com que ele me abençoou. E como diz Oscar Wilde: 'O mistério do Amor é maior do que o mistério da Morte'”.
Geraldo Maheus Torloni tinha 93 anos e, de fato, dedicou sua vida à arte. Foi autor, ator, diretor, produtor e administrador teatral.
Pode-se dizer que foi um roteiro casual e não escrito que o levou à Manchete. Em meados dos anos 1970, Adolpho Bloch foi nomeado diretor da Fundação de Teatros do Estado do Rio de Janeiro. Assumiu o cargo disposto a não fazer figuração. Ao fim da administração, entre outras realizações, havia reformado o Theatro Municipal, instalado uma moderna Central Técnica de Produções Teatrais em apoio aos espetáculos e construído o Teatro Villa-Lobos. No campo artístico, montou uma programação intensa, Foram 23 óperas e balés clássicos. Um destaque histórico foi a encenação da Traviata, sob direção do cineasta italiano e Franco Zefirelli.
Geraldo Matheus assumiu esse desafio ao lado do Bloch que, no seu livro biográfico O Pilão, fez um registro à competência e dedicação do amigo. Ao fim do seu mandato à frente da Funterj, Adolpho o convidou para dirigir o teatro da Manchete instalado na sede da empresa, na Rua do Russell. Em pouco tempo, Geraldo também assumiu funções administrativas na Bloch e idealizou mudanças para agilizar o fluxo de trabalho nos vários setores da editora. É dessa fase que muitos colegas guardarão lembranças da convivência com ele. Era conciliador, educado e objetivo na execução das mais diversas missões exigidas por duas dezenas de revistas. Quando a Bloch instalou a Rede Manchete, Geraldo Matheus foi chmado a colaborar, mais uma vez, em um projeto desafiador. Entre outras ações, coordenou uma linha de shows onde somou sua experiência artística e talento de administrador à teledramaturgia da nova rede. A partir do começo dos anos 1990, o Grupo Bloch entrou em crise, os problemas se agravaram e um turbilhão financeiro abateu a Rede Manchete, que foi vendida em 1999. No ano seguinte, em agosto, a Bloch Editores pediu falência. E aí começou a longa e dramática luta dos ex-empregados para receber seus direitos. Nessa hora difícil, Geraldo Matheus não se omitiu, ao contrário, uniu-se à Comissão do Ex-Empregados da Bloch Editores e participou até recentemente das reivindicações trabalhistas junto à Massa Falida da Bloch Editores.
Geraldo Matheus formou-se na primeira turma da Escola de Arte Dramática de São Paulo. Ele deixa a mulher, a atriz Monah Delacy, dois filhos, Christiane Torloni e Márcio Torloni, um neto, Leonardo Carvalho, e um bisneto, Lucca Carvalho. Nossos pêsames à família.
Para os antigos colegas da Bloch, permanecem a admiração, as lembranças da convivência e a saudade do amigo.
Se o Globo cobrisse a crucificação de Jesus entrevistaria Pôncio Pilatos, o Augusto Aras da época, que o indiciou, daria espaço a Barrabás e faria o perfil do soldado romano que varou o Nazareno com uma espada. O Globo prática um jornalismo superado, o de ouvir "os dois lados", quando lhe convém. Seja qual for o "outro lado", pode ser o Marcola, pode ser o João de Deus, o Chico Picadinho. Se você consultar a coleção do New York Times verá que eles não promoveram o "viking" que invadiu o Capitólio e nem deram espaço laudatório para deputados e senadores republicanos-trumpistas que "justificaram" o ataque. Aqui, O Globo destaca com espantosa frequência o pessoal que atacou a democracia. Mourão, Braga Neto, Flávio Bolsonaro, Arthur Maia, Moro e Dallagnol têm camarotes vip no jornalão. Dallagnol ganhou página nobre coincidentemente no mesmo dia em que vieram a público denúncias sobre notórios jornalistas do Grupo Globo que atuavam sobre ordens e pautas da Lava Jato, onde os procuradores funcionavam como chefes de reportagens de falsos profissionais. No bunker da Lava Jato, uma quadrilha pegava o celular e decidia a primeira página do jornal e a matéria de destaque no Jornal Nacional.
O NYTimes, ao cobrir o fato e as repercussões da tentativa de golpe em Washington, deu-se ao direito e ética de não ouvir canalhas antidemocráticos. O Globo prefere adorar o " doisladismo", supõe que assim se isenta e finge defender a democracia enquanto trata golpistas e a ultra direita a caviar com pão na chapa.
por Niko Bolontrin
Tite sonhava em treinar um time da Champions. Não deu. Ao longo de um ano sabático ele teria sido sondado apenas por poderosos esquadrões da Arábia Saudita e supostamente por uma extraordinária equipe da Flórida. A oportunidade de voltar à área técnica surgiu aqui mesmo no patropi. O Flamengo quer resgatá-lo um ano depois do Catarazzo. Tite pode levar o Flamengo a empilhar taças, mas divertido será voltar a observar seu estilo. O treinador é um voraz leitor de livros de auto-ajuda e, com base nessa inspiração, desenvolveu uma linguagem peculiar para explicar suas táticas futebolísticas. Nas coletivas Tite costuma mostrar seu lado coach e de influencer. Não funcionou nas copas mas dará para o gasto na Gávea, que está precisando de "motivação", "foco", "impulso", "redirecão"... Amigos do treinador falam que ele tem propostas dos Estados Unidos. Curiosamente, essas "proposta" apareceu junto com vaga aberta no Flamengo. Acho que dá para cravar que nada disso existe, Tite vai fechar com o time carioca
Um designer que frequenta este blog notou uma coincidência visual entre os logos da novela Elas por Elas e o título da extinta revista EleEla. Ele informa que não vê plágio - há diferenças nas fontes - mas sem dúvida um sugere o outro como as reproduções que enviou demonstram. "A memória me remeteu a uma espécie de revista irremediavelmente extinta", diz ele.
Xuxa, aos 15 anos, fotografada por Nilton Ricardo. Para ela, posar era ainda um aprendizado. |
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Aos 16 anos, fez sua prmeira capa, também com foto de Nilton Ricardo. É visível sua rápida evolução como modelo. |
"Depois" - ele conta - "fiz a primeira capa da Xuxa, aos 16 anos, para a Carinho". Lançada no final da década de 1970, essa revista destinava-se ao público adolescente e fez grande sucesso até os anos 1990, obtendo números expressivos de circulação.
Nilton comandou durante muitos anos o estúdio de fotografia da Bloch onde realizou centenas de ensaios. Na opinião dos principais editores da casa, ele dominava linguagem apropriada ao estilo de cada revista. Assim, tornou-se recordista de capas: foram cerca de 800 em Manchete, Fatos&Fotos, Amiga, Carinho, Mulher de Hoje, Desfile, Tendência, entre outras. Muitas delas protagonizadas por Xuxa Meneghel. Com longa trajetória na extinta Bloch, Nilton conta que não se limitou ao estúdio e se especializou em reportagens de ação: pulou de paraquedas, voou em jatos da FAB e escalou o Pico da Neblina, entre outras matérias do tipo experiências reais.
Por mais de 20 anos, Nilton Ricardo assumiu uma tarefa gigantesca: reunir depoimentos de centenas de fotógrafos que atuaram nos meios de comunicação do Brasil de 1950 a 2000. O objetivo foi traçar um painel do fotojornalismo. "Eu quis recuperar as histórias e a História segundo quem as viu passar diante e atrás das câmeras", define ele, que cumpriu a missão. O livro está pronto e Nilton agora enfrenta um desafio igualmente árduo: encontrar uma editora que torne o livro uma realidade ou um patrocinador que viabilize o projeto e ajude a levar às novas gerações a evolução do fotojornalismo segundo seus protagonistas.
Leia a matéria publicada no Splash AQUI
por Niko Bolontrin
Todo respeito ao Messi, um dos maiores jogadores de todos os tempos. O argentino para efeito da história do futebol encerrou a carreira de verdade ao ganhar a Copa do Catar. Ao decidir ir para Miami jogar em um obscuro Internacional ele tomou uma decisão pessoal em interesse da família. Futebol não contou.
É patético ver um jogo de futebol em Miami.Tudo parece falso, a torcida organizada, a plateia e o jogo de baixo nível técnico. Em torno da estrela Argentina há um deserto técnico, com exceção, em monentos, de Jordy Alba e Busquet.
Ver Messi em campo virou uma atração turística como os golfinhos amestrados, como o Pateta e Mickey. Os promotores dos jogos levam artistas de Hollywood para badalar o evento. Alguns vão embora depois da foto sem entender xongas do que vêem em campo. Messi sofre para dar algum coletividade ao soccer, como o nome diz, mas é difícil. Nas arquibancadas, brancos americanos até tentam entender o jogo mas ao chegar logo querem saber quem é o quarter back. O estádio não tem mais do que 20 mil lugares não totalmente ocupados. A maioria "latinos", como segrega a receita racista dos Estados Unidos, um balaio onde cabem todos os não brancos, mexicanos, colombianos, venezuelanos, brasileiros etc. Nas arquibancadas aparecem uns animadores de torcida que ganham por hora cujo entusiasmo parece mais falso do que nota de três dólares. Eles gritam na hora errada e comemoram até quando a bola sai na linha de fundo. Vai ver pensam que é um touch down. Há suspeitas de que os organizadores incluem na TV e nos estádios um play back da torcida vibrando e enlouquecida. O som não combina com a imagem da galera parada como se estivesse em um velório. A maioria não parece concentrada, nem vibra diante de um chute perigoso ao gol como faz o torcedor brasileiro, inglês, espanhol, italiano, alemão ou argentino.
Repito: todo respeito ao Messi, que faça bom uso dos dólares, mas é triste vê-lo no meio de mais essa tentativa de tornar o soccer esporte de massa no país do football jogado com as mãos, do baseball, do basquete e do hockey. Nos anos 1970, levaram Pelé e Beckenbauer para o Cosmos. Deu em nada. Depois, o inglês Beckham tentou impulsionar o Los Angeles. Mixou. Agora sobrou para o Messi.
Para sair do vexame de Miami, o argentino tem uma saída: jogar a Copa de 2026 sediada por Estados Unidos, México e Canadá e encerrar sua carreira em grande estilo.
Lembrando que dos três países-sede apenas o México tem o futebol originário como esporte nacional. E a próxima Copa recebera 48 seleções. Isso, 48. Prepare-se para ver peladas monumentais.
Por fim, um teste: cite agora, sem consultar o Google, um meio campo norte- americano talentoso, nomeie um grande atacante canadense.
Pois é.
O Globo de hoje publica uma entrevista com Hamilton Mourão. Deve ser a milésima desde que saiu do anonimato alçado à patente de bobo da corte da extrema direita. O culpa não é dele. É da velha fórmula jornalística que consiste em "repercutir" um fato. A delação premiada do Cid do B, o cambono de Bolsonaro, apontou para a participação de militares graduados em uma reunião em que se discutiu impedir a posse de Lula? "Corre lá, repórter, repercute". Na pressa, o jornalista, coitado, não consegue ninguém mais sério e apela para o Mourão que está em casa, no sofá, pijama com validade vencida, apenas esperando que um jornalista o procure. Sei lá por que, nunca falh, sempre um escriba do Globo, Folha, Estadão, CNN, Globo News liga para ouvir o ex-general falar qualquer bobagem. Ele se acha espirituoso e, pelo jeito, os jornalistas também gostam do estilo "praça da alegria" do pilar da direita bolsonarista. Dessa vez, classifica a preparação para um ataque à democracia - onde até tentativa de atentado a bomba ocorreu - como "blá- blá-blá".
Mourão é um entrevistado de vida fácil. É desfrutável. Está sempre de prontidão para falar e tirar um jornalista do sufoco quando for urgente "repercutir" um assunto. Vai acabar nomeado padroeiro dos repórteres desesperados.
Até há alguns anos, a Globo não virava suas câmeras para o chamado universo evangélico nem seus microfones captavam a música sertaneja. No quesito costumes, o grupo Globo se posicionava como progressista, como demonstravam as cenas ousadas e os temas de gênero incluídos em novelas.
Esse tempo passou.
E o executor da nova estratégia global seria o diretor Amauri Soares, que assumiu o posto em março de 2023.
No campo religioso, séries bíblicas, concursos de música gospel já despontam na programação; na música, além de série ficcional sobre uma jovem que luta pelo sucesso como cantora, documentários lamuriosos contam a trajetória de ídolos sertanejos.
O que move a Globo não é a fé nem o gosto musical. É a busca pela audiência. A TV aberta, principalmente tem que matar um boi por dia para segurar os números em quedas na última década. A Globo Play é máquina voraz de consumo de conteúdo. O música sertaneja dar una força nisso. E séries biblicas, concursos de música gospel e introdução de personagens carolas em novelas cumprem a mesma missão mercadológica.
Obviamente, a estratégia implica em custos, um deles é a censura. A tesoura tem cortado cenas gravadas de beijos gays e cortado trechos de roteiros antes mesmos de serem gravados.
A propósito, aparentemente o último reduto ainda imune à música sertaneja é o Rock'n Rio, do qual a Globo é parceira. Como dizia o jargão dos colunistas de antigamente, "não será surpresa" se Gustavo Lima, Luan Santana e outros subirem no Palco Agro Pop.
por O V. Pochê
O blog conseguiu entrevistar a atual e maior fonte dos jornalistas brasileiros que atuam no DF: o Entorno. Trata-se de um colaborador com muita mobilidade. O Entorno atua próximo a Lula, frequenta o circuito mais íntimo de Bolsonaro, isso mesmo, e está por dentro do que Haddad fará na economia. O Entorno está ao lado de Alexandre Moraes, o maior gerador de conteúdo do momento. O Entorno está colado em Roberto Campos Neto e sabe da Selic antes do Bolsonaro a quem o Bob conta tudo. O Entorno consegue falar com "pessoas próximas" ao comandante golpista da Marinha. O Entorno é tão importante que a ABI (Associação Brasileira de Imprensa) já o convidou para uma palestra. O Entorno não trabalha sozinho em Brasília, ele tem a concorrência do Pessoas Próximas, do Fonte Confiável, do Interlocutor, Observador Atento, . Uma âncora da Globo News às vezes até dispensa nomear a fonte. Ela costuma dizer que tem "um bastidor" e manda lá uma "exclusiva" sem pai nem mãe, que o " bastidor" dela é autosuficiente, elástico, tem vida própria e aceita tudo. O jornalismo brasileiro banaliza a fonte anônima porque não entende a utilidade que ela tem para o jornalismo investigativo e, por isso abusa e usa. O exemplo clássico é o Deep Throat do Caso Watergate: não era uma fonte declaratória, dava informações que balizavam a investigação e sinalizavam pistas. Cabia a Bob Woodward e Carl Bernstein correrem atrás dos envolvidos e suas ramificações.
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Reprodução O Globo |
- Senhor Entorno, como se sente ao fornecer temas de debates aos comentaristas dos canais por assinatura, que passam horas "contextualizando" suas informações?
- Eu me divirto. Devo dizer que não fantasio a toa. Conheço a política e tudo o que crio obedece a uma lógica e, por isso, repercute. Muita coisa faz sentido para quem conhece Brasília. Eu invento, não aumento.
- O senhor obedece a algum político ou interesses?
- Não. Já passei por vários cargos de assessoria técnica nos três poderes. Conheço todo mundo, sempre ajudei os jornalistas. Antigamente me procuravam para fornecer pistas de reportagens mais extensas. Hoje, as novas gerações buscam qualquer coisa para sustentar opiniões e análises. Acho que o jornalismo mudou nesse sentido. Opinião é opinião não precisa assim de tanta confirmação. Um repórter me pergunta quem é o favorito para determinado cargo. Eu solto um nome elegível. E eles botam lá, 'no entorno de fulano um nome forte é sicrano'.
- O senhor também lança 'balão de ensaio' ?
- Sim, mas antes que você me pergunte, não ganho nada com isso. Não preciso de dinheiro. É engraçado. Pego o nome de um político vaidoso mas sem chance de ser indicado para um cargo importante e passo para um repórter ou comentarista. Acredite, basta isso para o nome circular e o citado estufar o peito nos corredores. Eu mesmo dou-lhe os parabéns por estar 'cotado". O cara acredita, outros políticos acreditam, e ele passa a se considerar cogitado para nomeação. Depois, quando não é nomeado todo mundo esquece, até o comentarista ou repórter que levou o nome para a TV. O cara fica feliz porque no interior, na base dele, passa a ser visto como de prestígio em Brasília. O eleitor, coitado, pensa que em algum momento ele pode emplacar em um cargo.
- Você como fonte não perde credibilidade junto ao jornalista?
- De jeito algum. O jornalista marca ponto por obter um informação exclusiva do Entorno e o canal preenche muitos minutos da programação debatendo essa possibilidade. Viu o caso do Aras? Nunca teve chance mas foi levado a sério para continuar na PGR. Nesse caso, dois políticos do PT lançaram o ' balão de ensaio', não fui eu. Mas houve um nome de um certo candidato a ministro da Defesa que circulou na mídia e jamais teve chance.
- Eu conheço um advogado muito badalado ultimamente. Confesso que ajudei a impulsionar, como se diz, a sua figura. Uma repórter adorou quando citei seu nome em off, claro, e fez média junto à chefia.
- Você não acha que essa entrevista vai queimar o Entorno.
- Acho que não. Tem muitos outros por aí, até contratados por políticos. Têm o Fontes Próximas, tem o Pessoa Ligada A...", têm o "Membro das Forças Armadas" , esse eu acho esquisito mas ultimamente tem subido muito como fonte.
- Você já foi desmentido?
- Por incrível que pareça, não. Veja, eu invento algo crível. Como tantos movimentos na política pode ou não acontecer. Não sou jornalista mas não sou burro e posso dizer o seguinte: a demanda por notícias é hoje muito grande. A velocidade de consumo de conteúdo e brutal. O tempo era mais lento nos anos 1990 e ainda mais lento nos anos 1980. Havia um colunista de política muito famoso e considerado que não inventava notas mas veiculava o que os políticos lhe pediam. Ouvi muitas vezes, ' passa pro fulano que ele vai na minha casa hoje e vai gostar. Fala que fui eu que mandei'. Vigorava uma troca de favores. Ele divulgava a nota de interesse do politico e o político ficava devedor e um dia lhe daria uma notícia legítima.
- Você colaborou com jornalistas durante a Lava Jato ? Pergunto porque muito jornalistas participaram dos esquemas ilegais da Lava Jato.
- Não. Acho que a Lava Jato nem precisou disso, tinha ligação direta com vários jornalistas. Ninguém me perguntava nada sobre a Lava Jato. Dois ou três jornalistas que sempre falavam comigo nunca me perguntaram nada. Achei estranho porque na época eu trabalhava em um "entorno" que poderia interessar a eles. Não precisaram, recebiam tudo direto. Até livros foram publicados, não é?
- Sr.Entorno, muito obrigado. Posso usar suas informações?
-Claro. Faço isso tudo dia. Nas últimas semanas induzi "candidatos" ao STJ, STF, AGU, PGR e até Ministério da Justiça.
(*) Entrevista ficcional com fundo e frente de verdade. Qualquer semelhança é mera realidade
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Em 1963, Jango, em viagem presidencial ao Chile e ainda em Santiago, recebe a edição da Manchete com parte da cobertura da visita. Foto de Nicolau Drei |
por José Esmeraldo Gonçalves
Há alguns dias, Roberto Muggiati, ex-diretor da Manchete, escreveu aqui sobre a tradicional agilidade da revista ao reabrir edições para acrescentar acontecimentos importantes, de última hora. As coleções mostram outro exemplo desse compromisso extremo com a notícia. Em 1963, Jango visitou o Chile. Foi uma das inúmeras viagens do então presidente em seu curto mandato. Foi a países da Europa, aos Estados Unidos, onde foi recebido por John Kennedy e desfilou em carro aberto na Quinta Avenida e, ainda como vice-presidente, foi à China, então país fechado e muito raramente visitado por nações ocidentais ou da América do Sul, como nós do Sul Global, como se corrige agora.
Já engajado na campanha golpista que resultou na ditadura a partir de 1964, O Globo mantinha fogo cerrado contra Jango. Manchete cobria bem as viagens do presidente brasileiro, com farta ilustraçãpo, embora a revista também abrigasse conspiradores na sua diretoria, como foi revelado em 1981 no livro "1964, a conquisa do Estado", de René Dreyfuss, com nomes e funções dos envolvidos no organograma da preparação do ataque fatal à democracia.
Na foto, Jango, ainda em Santiago, entrega um exemplar da Manchete ao presidente Jorge Alessandri, que ficou surpreso ao receber impressa em prazo recorde a cobertura de parte da visita presidencial. "No es posible, no es posible", disse o anfitrião, enquanto Jango brincava: "Eles querem concorrer com a televisão".
Em uma das páginas da edição aparece a primeira-dama Maria Teresa Goulart, que também era frequentemente atacada pelo Globo. Alessandri, aliás, disputaria nova eleição em 1970, quando perderia para Salvador Allende que, há 50 anos, foi assassinado por militares chilenos comandados por Pinochet e com apoio da ditadura brasileira e dos Estados Unidos.
O encontro do sorridente Jango com o chileno aconteceu há 60 anos. Manchete não mais existe, mas há coincidências históricas aí. O Grupo Globo em todas as suas plataformas está agora em forte e previsível campanha contra Lula. Editorialistas, comentaristas, colunistas parecem seguir ordens da cúpula e ampliam um jogral deturpado de "interpretações" sobre cada passo do governo. Tal qual os idos de 1963. Maria Teresa era alvo, assim como Janja é vítima, hoje. O que ela fala, veste, o que compra, tudo é ironizado pelo Globo.
O mais espantoso: o jornalão dos Marinho publicou recentemente um editorial pedindo "paz". Paz para os golpistas, bem-entendido. O Globo diz que o país tem que se reconciliar com a turba que depredou o Congresso, o STF e o Planalto. O elemento terrorista que tentou explodir uma bomba em um caminhão de combustível perto do aerooprto? Relevemos, sugere o editoriatista. O grupo que tentou e felizmente não consegui lançar um ônibus em cima de carros que conduziam pessoas que voltavam do trabalho? Esquece. Foi o calor do momento. Não sabemos ou sabemos das intenções do Globo. De golpe o jornal sabe tudo. A julgar pelo que escreve e fala, o Grupo não pretende se conciliar ou pelo menos ser jornalisticamente honesto com um governo que apenas uma semana depois de tomar posse foi vítima de uma tentativa de golpe. Vê-se em alguns bolsões que a tentativa foi apenas pausada. O Globo, assim como Estadão, Folha, Farialimer, neopentecostalismo, cacs, viúvas da Lava Jato, narcogarimpo, o agro pop e Roberto Jefferson etc procuram um candidato do "centro" para 2026. Ainda não encontraram e essa pretensão tem uma condicionante histórica: se não tem tu vai tu mesmo. "Tu mesmo" sendo o replay de 2018 com um "Paulo Guedes" garantidor, como os colunistas do Globo afirmaram na época, que vai preservar os privilégios econômicos seja quem for o tal meliante escolhido para representar o "centro" Quer apostar?
Reprodução Manchete. Clique na imagem para ampliar. |
por O.V. Pochê
Por falar em Jackie Onassis, não haveria muito em comum entre a sofisticação jet-setter da ex-primeira-dama da Casa Branca e a controvertida figura com carimbo da Ceilândia autodenominada Mijóias. Agora há: o gosto por se apoderar de jóias caríssimas presenteadas por visitantes oficiais, pertencentes por lei aos respectivos patrimônios nacionais e não às pessoas físicas em questão.
Em 1974, ainda no âmbito das investigações do Caso Watergate, a justiça constatou a falta de colares com esmeraldas, rubis e diamantes, cintos de platina, casacos de pele etc no acervo da Casa Branca. Foi comprovado que Jackie embolsara o tesouro. No mesmo ano, ela foi obrigada a devolver todas as peças, conforme a Manchete registrou.
Antes de Jackie O, Pat Nixon também afanou preciosidades do acervo da Casa Branca.
Aviso aos navegantes: não vale a defesa do esquema Mijóias do clã usar esses precedentes como justificativa para a mão leve que subtraiu as preciosidades que vieram da Arábia Saudita. Registre-se que as peguetes oficiais de Nixon e Kennedy devolveram os tesouros e não tentaram repassá-los em obscuras negociações no mercado paralelo de receptação internacional e não vestiram placas de "vendo ouro" para negociar o que não lhes pertencia.
Em fins de 1972 , a revista Screw publicou uma série de imagens da viúva de John Kennedy - então casada com o bilionário grego Aristóteles Onassis - peladíssima. A Screw usou a palavra "bush" (arbusto) para ressaltar o exuberante e plebeu ecossistema pubiano da sofisticada Jackie. Se o Messias descesse à terra naquela semana de fevereiro não teria provocado tanto alvoroço na mídia. As máquinas pararam no mundo como se recebessem um comando único. Todos os veículos queriam aquelas fotos. É possível que até a redação do Osservatore Romano tenha lamentado não poder entrar no leilão sob pena de tortura nas masmorras do Santo Ofício. A Fatos & Fotos deu capa logo em seguida. As imagens correram o mundo como um rastilho incendiário.
Imediatamente, o autor das fotos, o italiano Settimio Garritano, que teria feito o flagrante em setembro de 1972, tornou-se o fotógrafo mais admirado e invejado do mundo. Ao mesmo tempo, os paparazzi mais experientes lançaram suspeitas sobre os tantos ângulos e posições das imagens. Depois de duas ou três fotos de tanto valor de mercado, qualquer paparazzo teria caído fora da ilha cheia de seguranças para não correr o risco de ser capturado e perder o ouro já garantido.
Jackie posou, as fotos foram consentidas? Garritano nunca revelou a verdade sobre o que de fato aconteceu na Ilha de Skorpios. Nem explicou porque esperou três meses até que as fotos fossem vendidas e publicadas. Esperava autorização de quem as contratou?
Um jornalista norte-americano, Christopher Andersen afirmou que o próprio Onassis quis humilhar Jackie por considerar que ela o desprezava; o filho do bilionário, Alexander Onassis, movido por questões familiares, também figurou como suspeito.
Onassi morreu em 1975. O filho faleceu em janeiro de 1973, vítima de acidente aéreo, quase um mês depois da Screw publicar as fotos. Jackie Kennedy morreu em 1994 e, pelo menos publicamente, nunca se interessou em desvendar o "místério".
Em 1975, Garritano vendeu o material, incluindo sobras, para a revista masculina Hustler, que publicou imagens ainda mais frontais. Na mesma época os cinemas exibiam o filme Histoire d"O com a sensual Corinne Cléry. A mídia passou a chamar Jacqueline Kennedy Onassis de Jackie O.
Era terça-feira, 11 de setembro de 1973, e a Manchete estava fechada quando soubemos do golpe no Chile. A magnitude do fato exigia um registro imediato. Com grande parte da revista já impressa, optamos por um encarte de oito páginas. A relativa proximidade geográfica permitiu-nos obter material fotográfico dos trágicos acontecimentos que culminaram com o suicídio de Salvador Allende e o massacre de seus apoiadores, acuados no Palácio de la Moneda e bombardeados pela artilharia, tanques do exército e aviação, comandados pelo general Augusto Pinochet. Massacradas também foram as forças da resistência civil, formadas por bravos, mas mal equipados grupos estudantis e operários. Revivi agora aquele momento histórico vendo pela primeira vez o filme de Helvio Soto Chove em Santiago (1975), que descreve as últimas horas do governo Allende.
Mesmo sendo uma semanal ilustrada de assuntos gerais, com forte ênfase no mundo do entretenimento, a Manchete sempre manteve um compromisso com a cobertura da atualidade. Não foram poucos, nas décadas seguintes, os acontecimentos que exigiram a reabertura da revista às terças-feiras. Lembro o assassinato do Rei Faisal da Arábia Saudita por seu sobrinho em 25 de março de 1975.
• Semanas depois, em 13 de maio, na Praça de São Pedro, no dia de Nossa Senhora de Fátima, o Papa João Paulo II sofria um atentado.
• O atentado contra Reagan foi cercado de conotações cinéfilas, ele próprio tendo sido um galã de Hollywood. A cerimônia de premiação do Oscar, marcada para aquela noite, foi cancelada. O agressor, um adolescente perturbado, atirou contra o Presidente para chamar a atenção da atriz Jodie Foster, que despertou nele uma paixão obsessiva ao vê-la no filme Taxi Driver, cujo tema era justamente um atentado político.
• O autor das melhores fotos do atentado contra Reagan foi o brasileiro Sebastião Salgado, da agência Magnum, que vinha na cola do presidente para registrar seus primeiros 100 dias de governo. Salgado, com o dinheiro da venda das fotos, conseguiu se dedicar ao seu projeto de documentação da natureza e da ocupação humana voltado para a preservação do planeta.
Outra terça-feira 11 de setembro ocuparia os noticiários, a de 2001, com a explosão das Torres Gêmeas em Nova York. Ficamos fora dessa, os jornalistas da Manchete. As Torres Gêmeas do Russell já haviam caído, em 1º de agosto de 2000. Significativamente, uma terça-feira...
PS • O 11 de Setembro do Bem
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Foto da sessão de gravaçã de Love me do, em 11 de setembro de 1962 na capa da partitura. |
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Tenista alemão Zverev denuncia torcedor nazista que gritou slogan de Hitler. Reprodução vídeo Espn |
No US Open, o tenista alemão Alexander Zverev interrompeu a partida para denunciar um torcedor que gritou frase que foi lema da Alemanha Nazista: "Deutschland Über Alles [Alemanha acima de tudo]". Zverev se dirigiu ao juiz e apontou o torcedor nazista, que foi expulso da quadra.
Lembrando que, no Brasil, um presidente, o nefasto Bolsonaro, escolheu a frase de Hitler como slogan do seu governo. E nada lhe aconteceu, nem mesmo a mídia criticou a versão brasileira da expressão nazista. Aqui é crime exaltar símbolos e peças de propaganda nazista.
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Esperança: Sob as colunas do Palácio do Planalto e diarte da multidão JK inaugura Brasília. Foto Equipe Manchete (Gil Pinheiro, Gervásio Baptista, Jáder Neves e Jankiel) |
Os canais de notícias acompanham esse processo, diariamente.
Por isso, ver casualmente o Palácio do Planalto estampado nas páginas de uma edição especial da Manchete, de 1960, à venda em um sebo em Laranjeiras, projeta uma curiosa linha do tempo entre duas épocas, dois eventos.
A página dupla da Manchete Memória mostra o momento em que JK recebe as chaves do palácio. À frente das grandes colunas que caracterizam a arquitatura da sede do governo, uma multidão de brasileiros esperaçosos imaginava participar do primeiro capítulo de um novo futuro. Oscar Niemeyer revelou em entrevistas a inspiração para as formas geométricas que criou. "A intenção das colunas longitudinais era traduzir a leveza de uma pena pousando no chão".
A realidade política do Brasil não respeitou a poesia em concreto sonhada pelo arquiteto.
Apenas quatro anos depois,em 1964, jagunços fardados entraram em cena. Durante 21 anos - dos 63 que Brasília completou em abril passado - as colunas de Niemeyer viram desfilar os "gorilas" da ditadura que, longe da leveza, comandaram uma longa linha dura de perseguições, sequestros, assassinatos e corrupção.
À frente mesmo palácio, a explosão de ódio: terrorristas bolsonaristas atacam a sede do governo. Foto de Marcelo Arruda/Agência Nacional |
Não. Bolsonaro, Cid e Cid pai não estiveram ontem em Milão.
Picnic transcorre no que tinha tudo para ser um pacato fim de semana do Labor Day (a primeira segunda-feira de setembro) numa cidadezinha do Kansas. Mas a chegada de um clandestino num trem de carga vai estragar a festa de todo mundo. Hal Carter, de origem humilde, garoto de reformatório por roubar uma moto, entra na universidade graças a seus dotes atléticos, jogando futebol americano. Terminada a bolsa, tenta sem sucesso uma carreira de ator em Hollywood. Na caça a um emprego, procura o ex-colega de universidade Alan Benson (Cliff Robertson), cujo pai é dono da imensidão de silos de grãos que se elevam na planície do Kansas. Kim Novak, no papel de Madge, a beldade local, eleita Miss neste verão, é praticamente noiva de Alan Benson. Sua mãe, abandonada pelo marido, antevê já seu casamento com o filho do dono da cidade. Mas bastam duas ou três trocas de olhares entre Hal e Madge para eclodir uma paixão avassaladora. Na metade exata do filme, a dança de acasalamento dos dois é uma das maiores cenas romântico-eróticas do cinema.
Veja William Holden & Kim Novak Dancing in the Movie Picnic - YouTube
https://youtu.be/_DBoMIi8bYc?si=O2JxP1M7oCmP93SV
Essa manifestação de amor explícita provoca uma crise de carência na irmã adolescente de Madge (interpretada por Susan Strasberg), uma explosão de ciúme na professora solteirona (Rosalind Russell), que rasga a camisa de Hal, e o despeito de Alan que, tendo emprestado seu carro a Hal, o denuncia à polícia por furto. Humilhado, Hal vai embora num trem de carga para Tulsa, onde o aguarda um emprego como mensageiro ou ascensorista de um hotel. Ao se despedir de Madge, ela diz que o ama e o seguirá até o fim do mundo. O desfecho, filmado de helicóptero, mostra os caminhos do trem de Hal e do ônibus de Madge convergindo para o final feliz desta história subversiva em que a mocinha, que podia casar com o dono da cidade, escolhe o amor, a qualquer preço.
PS1 • Um dos grandes galãs dos anos 50, William Holden brilhou ao lado de Gloria Swanson (Crespúsculo dos Deuses), Audrey Hepburn (Sabrina), Grace Kelly, com quem teve um caso, (As pontes de Toko-ri), e Jeniffer Jones no lacrimoso Suplício de uma saudade.
por Niko Bolontrin
A CBF demitiu a treinadora da seleção feminina de futebol, Pia Sundhage. Curiosament, Pia e Tite têm algo em comum. Ambos tiveram a chance de construir em anos seus retumbantes e respectivos fracassos. A mídia esportiva tem parte dessa culpa. Vários especialistas pregaram que Tite era um gênio do futebol a aplaudiram a estabilidade que o levou a disputar jogos na maioria das vezes irrelevantes. Também saudaram a estabilidade de Pia. Alguns jornalistas levantaram estatísticas às vésperas do desastre do Catar para "provar" que os números mostravam Tite como um Guardiola melhorado pela inteligência artificial. Não era. Veio a Copa e um treinador com apenas dois meses no cargo, o argentino Lionel Sacalino ganhou o caneco que Tite em duas chances e, sei lá, uns oito anos, não foi capaz.
Leve a questão para o mundo corporativo. Uma empresa não fica assistindo um CEO patinar durante anos sem intervir. A CBF ficou na plateia vendo Tite com seu vocabulário de autoajuda jogar com "galinhas mortas" e achar que tinha na mão o escrete húngaro de 1954 capaz de formar encantar o universo. Tanto não foi que nem soube escalar a seleção na hora do 'vâmover'. Pia, na Copa, aoesar de todo o tempo que teve, parecia desnorteada.
A CBF, aparentemente traumatizada com os dois "permanentes" que a mídia esportiva queria, parte agora para outra "experiência": escala um treinador interino para a seleção masculina e anuncia que contará com um titular que, na verdade, nem sabe se virá.