O Globo de hoje publica uma entrevista com Hamilton Mourão. Deve ser a milésima desde que saiu do anonimato alçado à patente de bobo da corte da extrema direita. O culpa não é dele. É da velha fórmula jornalística que consiste em "repercutir" um fato. A delação premiada do Cid do B, o cambono de Bolsonaro, apontou para a participação de militares graduados em uma reunião em que se discutiu impedir a posse de Lula? "Corre lá, repórter, repercute". Na pressa, o jornalista, coitado, não consegue ninguém mais sério e apela para o Mourão que está em casa, no sofá, pijama com validade vencida, apenas esperando que um jornalista o procure. Sei lá por que, nunca falh, sempre um escriba do Globo, Folha, Estadão, CNN, Globo News liga para ouvir o ex-general falar qualquer bobagem. Ele se acha espirituoso e, pelo jeito, os jornalistas também gostam do estilo "praça da alegria" do pilar da direita bolsonarista. Dessa vez, classifica a preparação para um ataque à democracia - onde até tentativa de atentado a bomba ocorreu - como "blá- blá-blá".
Mourão é um entrevistado de vida fácil. É desfrutável. Está sempre de prontidão para falar e tirar um jornalista do sufoco quando for urgente "repercutir" um assunto. Vai acabar nomeado padroeiro dos repórteres desesperados.
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