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quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Fotomemória da redação: o fotojornalista Nilton Ricardo divulga a primeira foto profissional de Xuxa e a primeira capa de revista que ela fez

Xuxa, aos 15 anos, fotografada por Nilton Ricardo.
Para ela, posar era ainda um aprendizado. 
 

Aos 16 anos, fez sua prmeira capa, também com foto de Nilton Ricardo.
É visível sua rápida evolução como modelo. 
   

por José Esmeraldo Gonçalves
A Globoplay lançou recentemente no streaming a série "Xuxa, O Documentário". Como tudo que envolve o trabalho e a vida da Rainha dos Baixinhos, o doc biográfico repercutiu na mídia, bateu recorde de público na Globoplay e motivou o fotojornalista Nilton Ricardo a resgatar uma foto do primeiro ensaio profissional da modelo e apresentadora, aos 15 anos. A rara imagem foi publicada há algumas semanas na página do fotógrafo no Facebook, seguiu-se uma matéria no canal Splash, do portal UOL

Segundo Nilton Ricardo, a estréia da Xuxa em ensaio fotográfico profissional foi para um book destinado a mostrar às principais agências de publicidade o potencial da futura modelo. 

"Depois" - ele conta - "fiz a primeira capa da Xuxa, aos 16 anos, para a Carinho". Lançada no final da década de 1970, essa revista destinava-se ao público adolescente e fez grande sucesso até os anos 1990, obtendo números expressivos de circulação. 

Nilton comandou durante muitos anos o estúdio de fotografia da Bloch onde realizou centenas de ensaios. Na opinião dos principais editores da casa, ele dominava linguagem apropriada ao estilo de cada revista. Assim, tornou-se recordista de capas: foram cerca de 800 em Manchete, Fatos&Fotos, Amiga, Carinho, Mulher de Hoje, Desfile, Tendência, entre outras. Muitas delas protagonizadas por Xuxa Meneghel. Com longa trajetória na extinta Bloch, Nilton conta que não se limitou ao estúdio e se especializou em reportagens de ação: pulou de paraquedas, voou em jatos da FAB e escalou o Pico da Neblina, entre outras matérias do tipo experiências reais.

Por mais de 20 anos, Nilton Ricardo assumiu uma tarefa gigantesca: reunir depoimentos de centenas de fotógrafos que atuaram nos meios de comunicação do Brasil de 1950 a 2000. O objetivo foi traçar um painel do fotojornalismo. "Eu quis recuperar as histórias e a História segundo quem as viu passar diante e atrás das câmeras", define ele, que cumpriu a missão. O livro está pronto e Nilton agora enfrenta um desafio igualmente árduo: encontrar uma editora que torne o livro uma realidade ou um patrocinador que viabilize o projeto e ajude a levar às novas gerações a evolução do fotojornalismo segundo seus protagonistas.

Leia a matéria publicada no Splash AQUI


terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Réveillon de Copacabana segundo os fotógrafos da Manchete: o panorama de uma tradição que faz uma pausa enquanto a vacina não vem


A foto de Armando Borges em página dupla da Manchete, em 2000. Foi a saideira. Naquele mesmo ano, em agosto, a Bloch foi à falência. 

A foto de João Silva, em 1987, mostra o réveillon de Copacabana com luzes, cores e a multidão chegando e que faria a fama do espetáculo em todo o mundo. Ao fundo, a cascata de fogos do Méridien, extinta em 2004.

O fotógrafo Raimundo Costa fez, em 1985, uma panorâmica da virada em Copacabana. Manchete fazia uma prévia ainda básica do que se ampliaria muito mais nos anos seguintes. A cena se tornaria clássica nas páginas da revista.

1984: com fotos do alto, Manchete focalizava pela primeira vez o novo ângulo do réveillon de Copacabana. O crédito era de equipe, não sendo possível identificar com precisão o autor da foto, mas ´provavelmente foi o Nilton Ricardo, que registrou muitas vezes essa cena. Ressalte-se que a reprodução obtida não traduz a qualidade da página dupla de abertura da edição daquele ano.  


Em 1981, com fotos de Frederico Mendes, a edição da Manchete ainda destacava a celebração de Iemanjá em Copacabana e reservava a maior parte das páginas para a cobertura de festas privadas com celebridades e socialites.


por Ed Sá 

Uma tradição carioca sucumbe ao vírus. A prefeitura do Rio de Janeiro cancelou os fogos e a aglomeração em Copacabana na virada do ano. A praia estará em silêncio, não haverá shows e estão proibidos equipamentos de som nos quiosques. Se o povo vai obedecer, é outra história. A noite calma na areia deverá remeter aos anos 19601970, quando os cariocas comemoravam o réveillon em boates, clubes e em reuniões familiares. As areias de Copacabana recebiam umbandistas e candomblecistas. A noite era de Iemanjá. 

Manchete fez, durante anos, ensaios fantásticos dessas cerimônias que atraíam principalmente os adeptos das religiões afro e turistas estrangeiros. 

Foi no final da década de 1970 e começo dos anos 1980 que a Churrascaria Mariu's, no Leme, passou a fazer uma queima de fotos na areia em frente ao restaurante. Na mesma época, alguns hotéis das Av. Atlântica celebravam a virada com espetáculos pirotécnicos, ainda modestos. Em 1987, surgiria a famosa cascata do Hotel Méridien, que logo se tornou uma atração a mais. 

A primeira edição de  réveillon da Manchete a dar maior destaque aos fogos e publicar uma foto panorâmica da celebração, já com a praia atraindo milhares de pessoas, foi a de 1984. A partir daí, a festa só cresceu. Em 1985, o fotógrafo Raimundo Costa repetiu a foto aberta, a partir do terraço de um hotel, ainda com poucas luzes no céu. A cena se tornaria um clássico da Manchete nos anos seguintes. A cada ano, aquela imagem ganhava mais importância, era promovida a capa e página dupla.  Em 1987, o fotógrafo João Silva repetiu a composição já então com maior impacto visual. E os jornais do Rio começavram a explorar a panorâmica nas primeiras páginas, com a praia cada vez mais iluminada e lotada,  a avenida com luzes mais brilhantes, fogos mais poderosos e maior duração de queima. Depois vieram os grandes shows de artistas brasileiros e estrangeiros. Rod Stewart baixou em Copa em 1994, a Manchete registrou. E os Rolling Stones fizeram a praia explodir de gente em 2006, quando a Manchete não estava mais lá. 

Em 2000, o último réveillon da Manchete (a Bloch faliu em agosto daquele ano) coube ao fotógrafo Armando Borges encerrar o ciclo da revista para páginas duplas e capas do réveillon de Copacabana. Naquele ano, os fogos ainda foram lançados da areia, mas um acidente com vítimas transferiu a queima para balsas a partir de 2001. Três anos depois, o Corpo de Bombeiros proibiu a cascata de fogos do Méridien. O réveillon de Copacabana mudou, mas foi em frente, já então como um dos maiores espetáculos do mundo, capaz de atrair cerca de três milhões de pessoas. 

A festa, que passou a concorrer com o Carnaval em número de turistas nacionais e internacionais, só não resistiu à pandemia. 

Fica para o ano que vem. 

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Programa carioca - 20ª Feira do Vinil - O som dos LPs e a arte das capas.

A Feira de Vinil do Rio comemora sua 20º edição no próximo domingo, dia 8 de abril. No campus da Univeritas, antigo Bennett, no Flamengo, acontecerão shows, uma homenagem ao compositor, pianista e arranjador João Donado, exposição e o painel "Vinil - Mercado, Memória e Mídia".

O revival do vinil - que surgiu há alguns anos e, hoje, está consolidado em todo o mundo -, também despertou, além da questão musical, a arte dos designers e fotógrafos que elaboravam as capas do LPs. Com 30x30 cm, o espaço era um veículo em si. Há capas simples, às vezes duplas e até triplas, que são memoráveis.

Durante a 20° Feira do Vinil, 60 expositores de todo o Brasil mostrarão seus acervos de LPs e CDs.

Na antiga Manchete, em diferentes épocas, eram vários os fotógrafos que se especializaram nesse segmento. Nilton Ricardo, Frederico Mendes, Orlando Abrunhosa, Dario Zalis e Walter Firmo deixavam o fotojornalismo por algumas horas para traduzir em imagens os artistas e suas obras.
Foto de Nilton Ricardo.Reprodução do livro "Bambas do Samba, a arte das capas"

Foto de Walter Firmo. Reprodução do livro "Bambas do Samba, a arte das capas"

Foto de Dario Zalis. Reprodução do livro "Bambas do Samba, a arte das capas". 

Foto de Orlando Abrunhosa. Reprodução do livro "Bambas do Samba, a arte das capas"


Foto de Frederico Mendes.Reprodução do livro "bambas do Samba, a arte das capas"

A Feira de Vinil do Rio de Janeiro

O jornalista Fábio Cezzane envia ao blog informações sobre a Feira, que reproduzimos a seguir.

João Donato. Fotos de Marcos Hermes
Durante o evento, João Donato vai receber o Troféu Feira de Vinil do Rio de Janeiro, já entregue ao longo das últimas edições ao grupo Azymuth, a Marcos Valle, ao compositor e arranjador Arthur Verocai, ao cantor e compositor Carlos Dafé e ao sambista Wilson das Neves. Haverá haverá apresentações das bandas Monoplano, Cajubeats e Digga Digga Duo, estreando, no Flamengo, uma programação que incentiva também as bandas independentes.
Às 15h, acontecerá o painel “Vinil – Mercado, Memória e Mídia”, com a participação dos palestrantes Silvio Essinger (jornalista do jornal O Globo), Arnaldo De Souteiro (jornalista, produtor e colecionador de vinis) e Marcelo Fróes (pesquisador e produtor musical), com a medição do produtor e DJ Marcello MBGroove.

Foto de Marcio Graffiti
A Feira de Vinil do Rio é produzida por Marcello Maldonado e pelo produtor artístico Marcello MBGroove (coletivo Vinil É Arte), com realização da Espelho D’Água Produções e da UNIVERITAS, e apoio do CNA, da Rádio Alpha FM e da Satisfaction Discos. Assim como nas edições anteriores, será cobrada como entrada simbólica 1 kg de alimento, a ser entregue à instituição de caridade Solar Meninos de Luz. Ao longo do dia, vários DJs apresentarão seus sets em vinil, especialistas nos mais variados estilos; MPB, Black Music, Rock, Eletronic. Pela primeira vez em sua história, a Feira do Vinil terá um expositor internacional, a Human Head, diretamente do bairro do Brooklyn, Nova York.

Cerca de 60 expositores de todo o Brasil estarão presentes com discos e CDs. Do Rio, participarão, dentre outros, a Tropicália Discos e a Arquivo Musical, além da Livraria Baratos da Ribeiro e da Satisfaction. Os paulistas serão representados pela Locomotiva, Mafer Discos e Vinil SP, só para citar algumas. A feira terá também estandes de venda de CDs, equipamentos de áudio, marcas de roupas e acessórios com esta temática.

 SERVIÇO: 20° Feira de Discos de Vinil do Rio de Janeiro

Dia: 08 de abril, domingo

Horário: 10h às 18h

Local: UNIVERITAS

Endereço: Rua Marques de Abrantes, 55, Flamengo

Entrada: 1 kg de alimento não perecível

Classificação: livre


Fonte: Fábio Cezanne - Cezanne Comunicação - Assessoria de Imprensa em Cultura e Arte
www.cezannecomunicacao.com.br

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Orlando Abrunhosa: lembranças (e saudades) de um amigo

por NILTON RICARDO

Orlando Abrunhosa. Foto: Reprodução Facebook Hy Brazil Filmes
Toda a imprensa estava à espreita, havia uma semana, na tentativa de fotografar o Comandante Aragão, Chefe da Polícia Militar, detido na Embaixada da  Argentina. Vivia-se um regime duro, pós-golpe de 64. "Tempos difíceis, em que não existiam filmes de alta sensibilidade e as pesadas câmeras Rolleyflex acabavam com qualquer clima intimista que o fotógrafo desejasse imprimir", lembra o fotógrafo Orlando Abrunhosa. Em meio ao tumulto de máquinas fotográficas, laudas e flashes, lá estava ele, fotógrafo miúdo, com pouco mais de metro e meio de altura, à espera de uma oportunidade para fazer seu primeiro furo de reportagem.
— Eu era laboratorista da revista Manchete, mas precisei encarar muita gozação das pessoas quando disse que um dia seria um fotógrafo, recorda.
 — Precisamos de fotógrafos peitudos, que aguentem porrada, e não um cara pequenininho como você, porque todo mundo vai passar na sua frente, dizia o editor da revista. Não importava. Orlando queria o flagrante. Acabou encontrando um prédio que lhe permitiu observar o pátio da Embaixada da Argentina. De repente, apareceu o Comandante Aragão, que se sentou numa cadeira ao ar livre para ler um jornal.
— Ele virou o rosto na minha direção e eu não perdi tempo: fiz a seqüência inteira de fotos, furando toda a imprensa, entusiasma-se Orlando. Considerando-se um «fotógrafo de detalhes», Orlando se especializou em fotos que exigiam horas a fio de observação. Certa vez, ficou 48 dias fotografando um casal de rolinhas se movimentando sobre um pinheiro de Natal. O ensaio fotográfico foi publicado no Brasil e na Alemanha, em forma de diário, com texto e fotos acompanhando a seqüência de movimentos líricos dos passarinhos.
Orlandinho no México: cobertura da Copa de 1970.
Foto: Arquivo Pessoal de Orlando Abrunhosa
Gastando quase todo o seu salário na compra de substâncias químicas importadas — para aumentar a sensibilidade dos filmes —, Orlando também registrou a personalidade noturna do bairro de Copacabana, com seu vendedores de flores, pipoqueiros, futebol de praia e festivais de chope. Na década de 60, três matérias suas ganharam o Prêmio Esso: Porque o Homem Mata (uma série sobre detentos e cadeias, que se estendeu por oito números de revista); Os Frutos Proibidos (sobre o controle de natalidade); e A Verdade Sobre o Box, com textos do repórter Juvenal Portella. Mas uma das maiores alegrias de Orlando Abrunhosa foi mesmo ver uma foto sua (Pelé, Jairzinho e Tostão na Copa de 70) transformar-se em selo e entrar para a história.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Fotógrafo aluga helicóptero para resgatar companheiros

Nilton Ricardo: resgatado. Reprodução RJTV
A chegada ao Rio após o resgate. Reprodução RJTV
O fotógrafo Oskar Sjotedt, que alugou o helicópero para localizar e resgatar os companheiros. Reprodução RJTV
José Carlos Jesus, presidente da Comissão de Ex-Empregados da Bloch Editores, nos enviou email com o link desta matéria do RJTV. O fotógrafo Oskar Sjotedt alugou um helicóptero para regatar um grupo de amigos. Entre estes, o fotógrafo Nilton Ricardo, que trabalhou nas revistas da extinta Bloch durante 30 anos e é um recordista de capas em publicações como Manchete, Amiga, Desfile, EleEla e outras, Nilton é um dos entrevistados ao final do resgate.
Veja o video. Clique AQUI

domingo, 25 de abril de 2010

Nilton Ricardo é entrevistado no "Estrelas", de Angélica, ao lado de Luiza Brunet

por Gonça
O nosso amigo José Carlos Jesus enviou e o blog põe no ar a participação do fotógrafo Nilton Ricardo no programa Estrelas, da Globo. A apresentadora Angélica recebeu Luiza Brunet, que falou sobre sua carreira. Nilton (um recordista de capas, são centenas no seu portfolio, para revistas da extinta Bloch como Manchete, Fatos & Fotos, Desfile, Carinho, Mulher de Hoje, Pais & Filhos, EleEla, Amiga e outras) foi o autor das primeiras fotos de Luíza e assinou o primeiro editorial de moda da modelo para a revista Desfile, dirigida por Roberto Barreira. Depois, fez dezenas de capas com a sua musa. A propósito, Nilton relata parte da sua história e brilhante carreira no livro "Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou" (Desiderata), lançado por jornalistas que trabalharam na Bloch. No seu depoimento, no livro, ele compara épocas, fala de um tempo sem máquinas digitais e photoshop e de como os bons fotógrafos da Manchete tinham que ser versáteis: fotografavam em estúdio, nas ruas, na selva amazônica, registravam conflitos, crises e guerras e até produziam para fotonovelas.
No reencontro no programa de Angélica (outra que posou dezenas de vezes para a sua  câmera) rolou emoção e troca de lembranças. Nas reproduções, Nilton e Luiza no estúdio da Bloch em foto publicada na revista Manchete no começo dos anos 80; e em cena no "Estrelas". São histórias e vidas profissionais entrelaçadas.
Em uma das sequências do programa, os dois recriam uma sessão de fotos, como se voltassem ao passado nos estúdios da Frei Caneca e do Russell. Uma bela matéria. Veja o vídeo. Clique AQUI