Mostrando postagens com marcador Brasília entre a Esperança e o terror. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Brasília entre a Esperança e o terror. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Fotografia - Em duas imagens, Brasíila entre a esperança e o terror


Esperança: Sob as colunas do Palácio do Planalto e diarte da multidão
 JK inaugura Brasília. Foto Equipe Manchete (Gil Pinheiro, Gervásio Baptista, Jáder Neves e Jankiel)
 

8 de janeiro de 2023 não acabou. A Polícia Federal,  o Supremo Tribunal Federal, além de uma CPM,I  ainda investigam os terroristas bolsonaristas que invadiram o Palácio do Planalto, a sede do Congresso e o próprio STF. Há centenas de réus aguardando a condenação, falta enquadrar e botar atrás das grades os mandantes e financiadores do ato terrorista que tentou golpear a democracia. Dias antes, a facção criminosa bolsonarista tentou explodir uma bomba em um caminhão de combustível no aeroporto de Brasília e, em uma cena impressionante, como fotos e vídeos mostraram, manobrou um ônibus sobre um viaduto da capital com o intíuito de lançá-lo sobre os carros que passavam na avenida logo abaixo 
e conduziam pessoas que voltavam do trabalho.   

Os canais de notícias acompanham esse processo, diariamente. 

Por isso, ver casualmente o Palácio do Planalto estampado nas páginas de uma edição especial da Manchete, de 1960, à venda em um sebo em Laranjeiras, projeta uma curiosa linha do tempo entre duas épocas, dois eventos.

A página dupla da Manchete Memória mostra o momento em que JK recebe as chaves  do palácio. À frente das grandes colunas que caracterizam a arquitatura da sede do governo, uma multidão de brasileiros esperaçosos imaginava participar do primeiro capítulo de um novo futuro. Oscar Niemeyer revelou em entrevistas a inspiração para as formas geométricas que criou. "A intenção das colunas longitudinais era traduzir a leveza de uma pena pousando no chão". 

A realidade política do Brasil não respeitou a poesia em concreto sonhada pelo arquiteto. 

Apenas quatro anos depois,em 1964, jagunços fardados entraram em cena. Durante 21 anos - dos 63 que Brasília completou em abril passado - as colunas de Niemeyer viram desfilar os "gorilas" da ditadura que, longe da leveza, comandaram uma longa linha dura de perseguições, sequestros, assassinatos e corrupção. 

À frente  mesmo palácio, a explosão de ódio: terrorristas bolsonaristas atacam
a sede do governo. Foto de Marcelo Arruda/Agência Nacional

E, entre 2019 e 2022, a "pena pousada" viu um sociopata escrever um triste roteiro que  desgovernou o Brasil e incentivou a criminosa invasão que destruiu prédios públicos.