Se o Globo cobrisse a crucificação de Jesus entrevistaria Pôncio Pilatos, o Augusto Aras da época, que o indiciou, daria espaço a Barrabás e faria o perfil do soldado romano que varou o Nazareno com uma espada. O Globo prática um jornalismo superado, o de ouvir "os dois lados", quando lhe convém. Seja qual for o "outro lado", pode ser o Marcola, pode ser o João de Deus, o Chico Picadinho. Se você consultar a coleção do New York Times verá que eles não promoveram o "viking" que invadiu o Capitólio e nem deram espaço laudatório para deputados e senadores republicanos-trumpistas que "justificaram" o ataque. Aqui, O Globo destaca com espantosa frequência o pessoal que atacou a democracia. Mourão, Braga Neto, Flávio Bolsonaro, Arthur Maia, Moro e Dallagnol têm camarotes vip no jornalão. Dallagnol ganhou página nobre coincidentemente no mesmo dia em que vieram a público denúncias sobre notórios jornalistas do Grupo Globo que atuavam sobre ordens e pautas da Lava Jato, onde os procuradores funcionavam como chefes de reportagens de falsos profissionais. No bunker da Lava Jato, uma quadrilha pegava o celular e decidia a primeira página do jornal e a matéria de destaque no Jornal Nacional.
O NYTimes, ao cobrir o fato e as repercussões da tentativa de golpe em Washington, deu-se ao direito e ética de não ouvir canalhas antidemocráticos. O Globo prefere adorar o " doisladismo", supõe que assim se isenta e finge defender a democracia enquanto trata golpistas e a ultra direita a caviar com pão na chapa.
Um comentário:
A "rachadinha" entre repórteres e os procuradores da Lava Jato é um dos momentos mais vergonhosos do jornalismo brasileiro
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