sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

100 drones "dançam" a 5ª Sinfonia de Beethoven...



O espetáculo teve como cenário o aeroporto de Hamburgo. A performance entrou para o Livro dos Recorde. Os 100 drones piscam e voam ao som dos acordes  dramáticos da 5ª Sinfonia. Uma curiosidade: no meio do jogo de luzes aparecem por duas vezes linhas que rementem à bandeira do Brasil. Haveria um brasileiro entre os funcionários da Intel que programaram os aparelhos? A Intel tem um centro de recrutamento de talentos atuante em São Paulo. Mais um importante detalhe: a orquestrá é a Ars Electronica Futurelab, da Áustria.
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Sean Penn fala pela primeira vez sobre a sua polêmica entrevista com o traficante El Chapo

Reprodução
por Niko Bolontrin
Sean Penn falou pela primeira vez sobre a sua controvertida entrevista com o megatraficante mexicano El Chapo. O ator, em declarações à CBS que irão ao ar neste domingo, defendeu sua matéria exclusiva mas admitiu que falhou no seu objetivo de provocar uma ampla discussão sobre a chamada guerra contra as drogas que claramente não tem alcançados seus objetivos. Como a entrevista acabou levantando apenas um debate pueril sobre a "ética no jornalismo", Penn avalia que o artigo não funcionou. O ator também desfaz o que chama de "mito": "Especulou-se que a visita que fizemos foi essencial para a captura de El Chapo. Nós o encontramos no dia 2 de outubro, muitas semanas antes da sua prisão e em um lugar muito diferente e distante do local onde ele foi capturado". O maior arrependimento, segundo ele, não tem nada a ver com a prisão de el Chapo. "Toda a discussão que o artigo provocou ignorou seu objetivo que era tentar contribuir para um debate sobre o fracasso da política internacional na guerra contra as drogas. Meu artigo falhou". disse Penn.

Favelas cariocas inspiram trabalho de arquiteto premiado


Algumas das soluções propostas por Alejandro Aravena. Fotos: Reprodução Internet
por Flávio Sépia
O arquiteto chileno Alejandro Aravena se inspirou em favela cariocas para criar soluções de habitação para a metrópoles. Segundo ele, em 2030, 5 bilhões de pessoas estarão se aglomerando em éreas urbanas, dessas, projetando-se o avanço do capitalismo selvagem, a depredação financeira de países por quadrilhas de especuladores e a destruição do meio ambiente, 2 bilhões viverão abaixo da linha da pobreza. Será preciso, então, planejar moradias sustentáveis, coletivas e de custo acessível para implementação por programas sociais. Muitos sociólogos já afirmaram que favelas não deveriam ser problemas já que são, na verdade, soluções arquitetônicas e sociais. Deveria ser urbanizadas, dotadas de serviços e aperfeiçoadas. Com esse trabalho, que reúne blocos de moradias de vários tamanhos, Aravena ganhou o Pritzker Architecture Prize 2016.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

David Bowie, Justino Martins e o rock



David Bowie fotografado pelo seu amigo Jimmy King. Provavelmente a última imagem do "Camaleão", durante o lançamento do seu 28° álbum. (Reprodução do site oficial de DB. 
Por ROBERTO MUGGIATI
David Bowie me fez lembrar duas ocasiões profissionais importantes na Manchete. Justino Martins tinha voltado a dirigir a revista, depois de mais de cinco anos de desterro – de 1975 a 1980 – quando ocupei o seu cargo. Em 1980, aliás,  codirigimos a Manchete, uma coisa maluca que só podia acontecer mesmo na Bloch. Foi um ano de bonança, graças à visita do Papa João Paulo II: não só esgotamos edições com centenas de milhares de exemplares, como vendemos às pencas uma medalhinha milagrosa supostamente abençoada pelo Sumo, que nem deve ter chegado a saber da tramoia. Frank Sinatra também veio ao Brasil e ajudou a esgotar edições. Em 1981, propus ao Justino que assumisse sozinho a edição – afinal, eu compartilhava a tese dele de que dirigir uma revista é como dirigir um filme: estava criado o “jornalismo de autor”. Continuei na redação como “segundo” do diretor numa boa.
Lairton Cabral, Antonio Rudge, eu, Justino Martins e Wilson Cunha
 (ao fundo, Murilinho e uma das suas gravatas):
tempos de champanhe e flütes de cristal na comemoração do
meu aniversário em 1978. Foto: Acervo RM
Adolpho nunca engoliu o Justino, que chamava de “Índio”, talvez porque fosse o único jornalista da Bloch a encará-lo com altivez. Quando sentiu que eu podia substitui-lo, botou Justino “na geladeira”, Ou melhor, no maior calor, numa redação pequena e entulhada, com o ar condicionado desligado, a de Fatos& Fotos, um andar abaixo da redação de Manchete, no glorioso oitavo. Adolpho criou um ritual de comemorar nossos aniversários com champanhe: os de Justino, com espumante gaúcho barato e morno; os meus, com Moët Chandon francês, resfriado em baldes de prata e servidos em flûtes de cristal maciço, como podem reparar na foto. Apesar da rivalidade estimulada pelo capo da Bloch para aumentar a produtividade (uma tese discutível), em nossos 18 anos de convivência eu e o Justino sempre nos demos bem.
Naqueles tempos de censura eu, que estreara a carreira paralela de escritor com um incendiário Mao e a China – publicado uma semana antes do AI5 – me dei conta de que, como não se podia mais falar abertamente de política, a nova forma de fazer política era através da cultura; mais precisamente, da chamada contracultura. Passei a escrever então sobre rock. Em 1973, publiquei Rock/O grito e o mito, que fez a cabeça de muito jovem e foi adotado em várias faculdades de comunicação do país. Sugeri, ou foi o próprio Justino quem sugeriu, uma série na Manchete intitulada “Os Jovens Que Balançaram o Coreto”. A série começou com Bob Dylan e incluiu uma dezena de perfis, entre os quais o de David Bowie, com o título “Um extraterreno no planeta pop”. Eram perfis dinâmicos e começavam com o “olho” da abertura em página dupla da Manchete:
“Rei do glitter – o rock de plumas e paetês que estourou no início dos anos 70 – David Bowie, mais do que um superstar, é um sobrevivente. Ele nasceu no pós-guerra num bairro pobre de Londres, quase ficou cego, quase foi emasculado, quebrou pernas, mãos e dedos, internou o irmão num asilo de loucos, mas partiu para a luta, com voz, corpo e garra, conquistando o poder e a glória e um lugar privilegiado no Olimpo do rock.”
Depois, transformei aqueles perfis num livro, Rock: do Sonho ao Pesadelo, publicado em 1984 pela L&PM. Fiz até a capa, em parceria com minha mulher Lena, fotógrafa de Manchete. Naquela época sem recursos de computador, foi um trabalho braçal mesmo. Lena fez a foto em cor de uma guitarra e depois a ampliou em papel. Peguei doze retratos de roqueiros em P&B, também em papel, que recortei à mão para dar um efeito rasgado. Espalhei os retratos sobre a foto de fundo da guitarra. Depois cobri tudo por uma placa de vidro e, com um martelo, estilhacei o vidro todo. O Ivan Pinheiro Machado, da L&PM – ele mesmo artista gráfico e capista da maioria dos seus livros – adorou.
Àquela altura, o Justino já tinha partido, em agosto de 1983, consumido por um câncer fulminante em menos de um mês. Foi uma morte simbólica, ocorrida dois meses depois da entrada no ar da Rede Manchete de Televisão. Com a TV, as revistas foram abandonadas e entraram em lenta agonia até a falência de agosto de 2000. (Ironicamente, foi o aval da editora a um empréstimo para a TV que acabou levando à concordata e à falência...)
Mas quero lembrar um estranho momento de rock com o Justino, ainda em 1983. O heavy metal surgira com força total para detonar o rock-de-elevador da New Wave consumido pelos yuppies.
O Kiss na Manchete: uma das últimas edições
paginadas por Justino Martins.
E uma das bandas mais carismáticas do hard rock veio tocar no Brasil, o Kiss. Fui cobrir o show de sábado à noite no Maracanã com minha mulher, Lena, que fotografaria o evento. O carro da Manchete nos pegou em Botafogo e foi depois apanhar o Justino e sua filha adolescente (Maria) Valéria na Joatinga. Era a única filha do Justino, que perdera o Carlito num trágico acidente de carro num Carnaval do início dos 1970. Valéria, com seus 17 ou 18 anos, era a razão de todo esse rock na vida do Justino. Quando o pegamos em sua bela casa na Joatinga, projeto de Zanine, ele estava terrivelmente chocado. Um grave acidente ocorrera naquela manhã: dois pintores que iam trabalhar na casa do Justino foram brutalmente atacados pelos cães da casa, uns rotweillers, se não me engano. O estrago foi grande e os homens tiveram de ser hospitalizados. Justino se sentia, de certa forma, culpado pelo episódio. O motorista, para chegar mais rápido ao Maracanã, fez um percurso insólito: pegou o Túnel Santa Teresa-Rio Comprido. (Fui checar agora no Google: é o primeiro túnel viário construído no Rio de Janeiro, e o único da época imperial, 1887. De soslaio, vi que ali por perto existe uma Rua Marcel Proust – vocês sabiam dessa?) A manobra deu certo e chegamos rapidamente ao Maracanã.
Instalados no curral VIP no gramado do então “maior do mundo”, corri à fila do gargarejo para fazer companhia a Lena, que fotografava diante do palco. Gargarejo é pouco. O líder da banda, Gene Simmons (O Demônio), com sua maquiagem grotesca, vomitava golfadas de uma geleca verde sobre a plateia e... sobrou para mim também. Mais um parêntese – desculpem o cacoete – mas é tanta coisa interessante. Esse Demônio do Kiss era apenas a persona cênica de um pacato cidadão. Cito das folhas roqueiras; “Gene Simmons, nome artístico de Chaim Weitz, nascido num kibutz de Israel, naturalizado norte-americano, ex-professor primário, contrariamente a muitas personalidades do rock afirma ‘nunca ter consumido drogas, nunca ter fumado nem nunca ter bebido álcool demais em toda a vida’.” No mundo louco do rock, tudo é possível. . .
David Bowie, no Metropolitan, em 1997.  Foto: Arquivo Pessoal
A certa altura do show, cansado de toda aquela chuva de gosma verde e do som pauleira, afastei-me do palco e saí à procura do Justino. Fui encontra-lo cochilando de pé, encostado à grade nos fundos do cercado que separava os VIPs da plebe rude. Atribui seu cansaço ao trauma da agressão dos cães, mas depois eu saberia que já era o prenúncio da doença, o câncer minando aquela fabulosa figura humana. Fiquei pensando: o Justino, leitor de André Gide e André Malraux, o Cidadão Cannes – apelido que ganhou por suas visitas anuais ao famoso festival – apreciador da nouvelle vague e do Cinema Novo, logo ele encarando aquele circo de horrores da cultura de massa...
* * * *
Um flash-forward: estamos agora em 1996 e agravou-se aquele eterno conflito em torno da direção da Manchete e das vendas da revista (Alberto me apelidou de Muggi das Crises). Hélio Carneiro ocupou a direção por seis meses, entre fins de 83 e começo de 84. Voltei à berlinda, ou pau-de-sebo. Adolpho morreu em novembro de 1995. Jaquito me chamava às vezes e dizia: “Muggiati, precisamos fazer alguma coisa, pense no futuro dos nossos filhos...” Osias chegava de sorrelfa e sussurrava: “Muggiati, dá um jeito na coisa, senão um belo dia vem aí um executivo paulista de pastinha na mão e assume o teu lugar...” Mas “a coisa” não era nada fácil. Dirigir Manchete era como dirigir a seleção brasileira. Todo mundo – do contínuo ao patrão – se achava capaz de resolver a parada; o técnico é burro, troca o técnico. Enfim, me trocaram em 1996 e, pela primeira vez em trinta anos de Bloch, me vi literalmente alçado ao nirvana. Explico melhor: o prédio original da Manchete, no terreno escavado da rocha a dinamite, na Rua do Russell, 804, foi inaugurado no final de 1968. O segundo prédio, maior em extensão, foi construído no terreno contíguo, onde havia o castelo do advogado José Soares Maciel Filho, o redator da carta-testamento de Getúlio Vargas. As instalações principais da editora mudaram-se para o novo endereço, Rua do Russell, 766, a partir de 1980 – inclusive, e principalmente, a redação da Manchete e o restaurante que, do terceiro andar aberto à beira da piscina, se tornou um  espaço mais seletivo, para editores e executivos, no 12º andar, com ar refrigerado. Ao lado, em direção do Hotel Glória, havia ainda uma casa disponível. Um contínuo apelidado Sammy Davis Jr prometeu ao “Seu” Adolpho que convenceria a proprietária, uma idosa que vivia sozinha, a vender o terreno. Dito e feito. Cinco anos depois, os assédios diários do Sammy Davis vingaram e Adolpho comprou a casa. Ali passou a funcionar em 1986 a terceira extensão da fachada de Niemeyer – bem menor que as outras duas, mas um espaço privilegiado de qualquer forma.
Na "Santa Genovena", uma espécie de 'sala do exílio', na Bloch, vivi uma
 temporada profícua.  Foto: Acervo RM
Quando um editor importado da Pauliceia – como anunciara o Osias – veio finalmente ocupar o meu lugar, eu ganhei um novo cargo, uma espécie de promoção, como Editor de Projetos Especiais, e fui ocupar a cobertura do terceiro prédio, um salão imenso com piso de tábua corrida, unidade autônoma de ar condicionado, com uma escultura do Krajcberg atrás da minha mesa e uma varanda que dava para o cartão postal do Aterro, da entrada da baía e do Pão de Açúcar. Era um local meio destacado do resto da Bloch, acessado por uma escada em forma de caracol, que a velha guarda de bengalas ou com problemas de menisco não se atrevia a escalar; e muita gente nunca achava tempo para ir até lá, de modo que fui poupado de um batalhão de chatos. . . O Alberto, com sua verve infalível, apelidou o lugar de “Santa Genoveva” (aludindo a uma clínica de repouso carioca em que se descobriram casos de maus tratos aos velhinhos.) Para quem fazia uma Manchete por semana, a temporada na “Santa Genoveva” foi profícua. Reeditei uma série de fascículos lançada em 1972, História do Brasil, atualizando-a até o Governo FHC e o Plano Real. Foram 52 fascículos encartados semanalmente na própria Manchete com a intenção de – como diziam os marqueteiros – “alavancar” as vendas. Editei o número especial de 45 anos da revista Manchete, um sucesso editorial, de vendas e publicitário, com 350 páginas. Na área pessoal, lancei pela Ediouro A revolução dos Beatles, que tinha a ver com a data-fetiche de 11 de setembro de 1962 – quando os rapazes de Liverpool gravaram seu primeiro disco em Abbey Road (Love me Do/PS I Love You) e eu iniciava minha temporada de três anos em Londres trabalhando na BBC. O livro foi lançado em 1997, comemorando os 35 anos da data, mas, antes disso eu já havia publicado várias matérias na Manchete comemorando aniversários anteriores.
Pena que a doce vida na “Santa Genoveva” não durou muito. Poucos meses depois da minha ascensão, Jaquito já me fazia voltar ao inferno da redação para editar o número de Carnaval da Manchete: “Estes paulistas não entendem nada de Carnaval...” Não era um bom sinal. Em 31 de agosto de 1997, desci de Itaipava para fechar em poucas horas a edição extra de Fatos&Fotos sobre a morte da Princesa Diana.
Duas coisas boas sobre a mudança: a reforma gráfica do designer milanês Carlo Rizzi, primorosa, que deu uma cara nova à Manchete. E outra, que explica por que qualquer pessoa de fora nunca daria certo na Manchete: o estilo de gestão de Adolpho Bloch, que fugia à padronização dos “quadros”, um estilo posso chamar até de humanista. Cada funcionário era um indivíduo único, com suas virtudes e seus defeitos, do qual Adolpho tentava extrair o melhor que pudesse oferecer para o trabalho comum.
Em 31 de outubro, Dia das Bruxas, uma sexta-feira, o editor paulista pediu as contas e se mandou. Jaquito me ligou comunicando que eu estava de volta à direção da Manchete e que o fechamento da revista na segunda-feira seria por minha conta. É aí que entra David Bowie pela segunda vez nessa história. Eu tinha um camarote no Metropolitan para assistir ao seu show da turnê do álbum Earthling no domingo, 2 de novembro, Dia de Finados. Anteriormente, véspera de fechamento para mim era sagrada e a noite de domingo era de abstinência total. Tinha de estar cem por cento em forma para encarar o desafio da segunda-feira, que se estendia às vezes até a noite de terça. Desta vez, no entanto, eu repensei tudo aquilo e, “existencialista, com toda razão” mandei tudo praquele lugar. Fui ao Metropolitan com meu filho, Roberto, e meu sobrinho, Fernandinho. Tomei todas e curti adoidado o rock do Camaleão Bowie, aquele que catorze anos antes, nas páginas da Manchete, eu batizara de “um extraterreno no planeta pop.”

Caras: aproximando pessoas... graças ao photoshop

Reprodução Blue Bus
A montagem foi devidamente detonada pelos internautas no Facebook. Clique na imagem para ampliar.

Reprodução Blue Bus
 Sean Penn provavelmente vai achar que estava bêbado na noite do Globo de Ouro ou estava muito ligado no El Chapo, a quem entrevistou para a Rolling Stone. Ao acordar no dia seguinte, o ator foi comprar a Caras na banca da esquina, ansioso que estava, e deparou-se com a capa na qual aparece ao lado de um casal de brasileiros: a apresentadora Ticiana Villas Boas e o empresário Joesley Batista. Ao fundo, lamentando não ter sido chamado para se juntar ao alegre grupo, o ator Leonardo Di Caprio parece desconsolado. E Bruce Willys achou que essa selfie é dura de matar.  Penn está até hoje tentando entender quem são aqueles "amigos de infância". "Brazil, who, what"? - disse ele, antes de falar com o jornaleiro: "Preciso parar de me encontrar com el Chapo".  
Um "Globo de Ouro" para o photoshop pela arte de juntar pessoas na categoria "melhor efeito especial".
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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Eu, hein? Viram isso? Todo mundo à direita e o c* no meio...

Deu no Portal Forum: 'fogo amigo' entre "cardeais" da direita brasileira. 


Reproduções do Portal Forum

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Homens se queixam de comercial de mulheres empoderadas

Cenas do comercial "Linda Ex". Reproduções
por Clara S. Britto
Os homens resolveram reagir. Enquanto as feministas protestam contra anúncios que exploram gratuitamente a sensualidade das mulheres, transformando-as em "objetos", segundo as ofendidas, os rapazes deram de ficar ligados no "machismo" feminino. Não faz muito tempo, protestaram contra comercial da Bombril, estrelado por Ivete Sangalo, Monica Iozzi e Dani Calabresa que "debochava da figura masculina". Agora, o Conar (Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária) recebeu quaixas contra uma campanha de O Boticário. O filme ensina a mulheres em processo de divórcio a se tornarem mais confiantes, sensuais e empoderadas a ponto de deixarem arrependidos os maridos que pularam fora do casamento. Melhor ver o filme, "Linda Ex", que é muito bem feito, a propósito, e tirar sua própria opinião.
VEJA O FILME, CLIQUE AQUI

A body activist Ashley Graham contestou os padrões de beleza e engordou a conta bancária

Ashley Graham e uma das peças da coleção Addtion Elle.

Fotos Addition Elle
por Clara S. Britto
O ativismo social é superpositivo. Muitas conquistas nascem da participação de cada um. Nesse campo, ganha espaço uma nova categoria: body activist. Isso mesmo, reúne as mulheres (por enquanto, a ala mais visível do movimento, mas elas dizem que aguardam o engajamento dos homens), digamos, acima do peso estabelecido pela estética opressora da sociedade, do mercado e dos fascistas formadores de opinião sobre padrões de beleza. A modelo e designer americana Ashley Graham conseguiu furar esse bloqueio e firmou-se com body activist. O conceito do movimento pode ser resumido na ideia de que o importante é a saúde e esta não deve ser comprometida pela busca ensandecida de um corpo padronizado. Aos 29 anos, ela tornou suas curvas um bom investimento e acaba de lançar pela Addition Elle uma coleção de lingerie para mulheres que passam longe da anorexia. Ashley tem 1.75, pesa 90 quilos, tem confortáveis 115cm de quadril e conta bancária acima de oito dígitos. Cariocas de gerações mais vividas contam que, nos anos dourados, lá pela década de 1950, corpão como o de Ashley Graham faria sucesso na praia de Copacabana.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Conheça Lily, a câmera-drone treinada para seguir você como um cão segue o dono...

Foto Lily Robotics



Um drone que é câmera selfie. A revista Forbes revela que a Lily, que tem lançamento nos Estados Unidos previsto para junho ou julho, já tem reservas para 60 mil unidades. A smart camera é bem prática - basta lançá-la no ar que ela começa a voar automaticamente, grava em Full HD e tira fotos de até 12 megapixels. E o mais incrível, não precisa de um dispositivo remoto controlador complexo: a Lily segue o dono como um cachorrinho, desde que mantida uma distância em torno de 30 metros, guiada por um simples rastreador guardado no bolso do alvo. O rastreador tem botão liga-desliga, apenas. Ela pode voar entre 1,5 metro e 30 metros de altura, é do tamanho de um livro volumoso, mas não tem detector de obstáculos. Se você notar que a Lily vai se esborrachar contra uma árvore, só lhe resta desligá-la. A câmera voadora deve chegar ao mercado com um preço salgado: entre 800 e mil dólares.
VEJA UM VÍDEO DA CÂMERA VOADORA EM AÇÃO, CLIQUE AQUI

Istambul: turistas no alvo do terrorismo religioso

Mesquita Azul, uma das atrações de Istambul mais visitada pelos turistas na região onde ocorreu o atentado.. 

Obelisco Egípcio no Hipódromo Bizantino próximo à Mesquita Azul

Turistas no Topkapi, no Serralho.

VLT na rua Yerebatan, região de Sultanahmet. 

Grande Bazar, no Beyazit. Fotos de J.E.Gonçalves
por José Esmeraldo Gonçalves
O bairro de Sultanahmet reúne algumas das mais visitadas atrações turísticas de Istambul. A Mesquita Azul, o Hipódromo de Bizâncio, a Santa Sofia, além de centros de artesanato, dos museus de Tapetes Vakiflar, de Mosaicos, de Artes Turcas e Islâmicas, os Banhos de Roxana, entre outros monumentos e instalações, se espalham no lado oriental da antiga capital dos impérios Romano, Bizantino e Otomano . Os turistas - cerca de dez mil, por dia -  costumam percorrer a pé esse extraordinário circuito. Foi essa a região escolhida pelo terrorista para acionar sua bomba.
Nos últimos anos, Istambul entrou de vez no roteiro dos brasileiros e era comum ouvir ecoar o português nas vielas de casas otomanas. A Turquia não demonstrava grandes tensões e isso ficava claro nas ruas, onde as pessoas eram em geral receptivas e prestativas. O país aproximava-se do ocidente e vivia a expectativa de entrar para a União Europeia. 
Mas algumas nuvens políticas começavam a escurecer o horizonte. 
Quando lançou as bases da república turca, no começo da década de 1920, o líder Mustafá Kemal, que passou a ser conhecido como Atatürk, o pai dos turcos, incluiu entre os fundamentos do novo Estado o laicismo. Apesar de o islamismo ser a religião dominante para cerca de 90% da população, Ataürk anteviu que um Estado secular seria o pilar que neutralizaria o autoritarismo religioso. Em quase um século, a Turquia sofreu intervenções militares (principalmente após se tornar membro da Otan, em 1952, e virar peça importante da Guerra Fria) e atravessou períodos de grave instabilidade econômica. Envolveu-se em conflitos com os curdos, foi à guerra em Chipre, mas preservou os princípios republicanos. 
Em 2002, a população insatisfeita com a situação econômica e uma inflação de 100% deu ao Partido Justiça e Desenvolvimento, de orientação religiosa, uma maioria de dois terços no Parlamento. O então primeiro-ministro Recep Erdogan promoveu uma série de reformas e em dois anos levou a inflação para um dígito. Fortalecido politicamente desde então, Erdogan, que hoje é presidente, foi, gradualmente, aumentando a influência islâmica no Estado. Surgiram leis restritivas de inspiração religiosa, censura à imprensa e oposicionistas passaram a sofrer perseguição. Os recentes atentados em Ancara, a capital do país e, agora, em Istambul, são o retrato desse novo tempo. O processo de islamização do Estado – em curso, apesar de grande reação interna – não vai facilitar um futuro com protagonistas como o Estado islâmico, o agravamento das relações com os curdos, a crise dos imigrantes e os reflexos das disputas entre sunitas e xiitas. 
Provavelmente, o turismo será a vítima mais imediata desses imbróglios cumulativos. O que será uma pena. São poucas as cidades que oferecem ao visitante tantas e tão preciosas atrações. Istambul, principalmente, uma metrópole onde o novo e o antigo convivem em cada esquina, transforma a visita em prazer, com direito a memoráveis aulas de história. Resta torcer para que a agitação mundana do Beyoglu, no setor europeu da cidade, onde ficam a praça Taksin e a cosmopolita rua Istiklal, não se torne vítima do sequestro da convivência democrática pelo fanatismo religioso. E que mezes e raki da rua Nevizade, um point boêmio de Istambul, tenham vida longa.  
Os turistas vítimas do atentado em Sultanahmet  estavam desfrutando desses momentos que, de resto, fazem parte de uma sensação que os terroristas pretendem explodir: o prazer de viver.
Por isso, Paris foi alvo. Por isso, os turistas de Istambul entraram na mira do terrorismo religioso.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Sean Penn sob ataque: entrevista do ator com El Chapo vira polêmica

por Niko Bolontrin
Era previsível a repercussão da entrevista do drug lord Joaquín "El Chapo" Guzman feita pelo ator Sean Penn. O impacto do material jornalístico é reconhecido, em geral, mas sobram críticas à "ética' da abordagem ao fugitivo e ao estilo do texto, com trechos considerados verborrágicos, e à qualidade de algumas perguntas. Fico com o teor jornalístico da entrevista e, especialmente, das informações contidas na longa abertura de Penn, que traça um perfil do traficante, contextualiza e descreve os encontros. O resto é besteira, um debate idiota com boa dose de corporativismo e falso moralismo. Um bom jornalista, um bom escritor, teria feito melhor? Sim.  Mas o bom jornalista e o bom escritor não chegaram lá. A ABC News informou ontem que Sean Penn está sob investigação por parte das autoridades mexicanas. Outra bobagem. As mesmas autoridades divulgaram que a movimentação da equipe para a realização da entrevista possibilitou às forças policiais o "estouro" do esconderijo do traficante, agora preso. Deduz que elas não estavam inteiramente ausentes.
Sabe o que pode haver de reprovável no procedimento da Rolling Stone? A informação não confirmada de que El Chapo teria condicionado a entrevista à sua leitura do texto final, embora não tenha feito qualquer alteração. Se for verdade, esta questão de "aprovação" é um comportamento condenado pelo jornalismo, embora aconteça com alguma frequência (e quando interessa politica, comercial ou ideologicamente).
A polícia mexicana quer saber porque Sean Penn não comunicou às autoridades que ficou em contato com El Chapo por vários meses. Deve ser piada ou o delegado que diz isso é um clone do Cantinflas ou do Chaves. Os primeiros contatos foram via internet: Penn enviou perguntas e recebeu respostas em vídeo. Mais tarde, aconteceram os encontros pessoais. O ator trabalhou na condição de jornalista, tem fontes protegidas, assim como Bob Woodward e Carl Bernstein, no Caso Watergate, se negaram a revelar o nome do informante Deep Throat e foram garantidos pela lei.
Na mídia americana, Sean Penn está sob ataque, assim com a Rolling Stone. O Boston Globe diz que um não passa de um Mr. Madonna e a outra é "fanzine' e não "magazine". O New York Post chama Penn de El Jerko (de "jerk", algo como "pobre rapaz", "tolo") e destaca que ele foi parceiro de um traficante em fuga.
Credite-se à reação da mídia americana um certo viés direitista: Sean Penn é considerado lá um esquerdista radical. Para entender a coreografia: hoje, o site da Veja repete tais refrões e diz que a entrevista prova que a esquerda está ligada ao crime em todo o mundo.
Resumindo: a Rolling Stone deu uma bola dentro. O resto é choro, vela e frustração de quem gostaria de ter publicado a entrevista ou de fazer, quem sabe, um selfie íntima ao lado do El Chapo, o criminoso mais procurado do mundo. Ainda: pelo menos três jornalistas, um deles o inglês Robert Fisk, entrevistaram Bin Laden em encontros "secretos". Fizeram boas matérias e não provocaram espasmos de falsa ética como no caso chefão mexicano.

domingo, 10 de janeiro de 2016

Cony, marafonas, vaga na garagem e o Gênesis...

J. A. Barros, a lenda viva da diagramação na Manchete, Fatos&Fotos, Fatos e no O Cruzeiro, enviou ao blog uma reprodução da crônica de Carlos Heitor Cony, na Folha de São Paulo. "Que beleza de crônica, no seu contexto e na sua ironia", sublinha Barros.

Memórias da redação: Mensalão de Mendigo

Jardim em frente ao prédio onde funcionou a Manchete era a "casa" do mendigo Pernambuco
por Jileno Dias (do livro Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou")
Vida de pedinte sempre foi difícil mesmo quando sobreviver nas ruas parecia menos complicado do que hoje. Um mendigo foi certamente grato à excentricidade de Adolpho Bloch. Pernambuco, como era conhecido, "morava" no jardim em frente ao prédio do Russell. Dormia em um velho colchão, encarava chuva, mas fome não passava. Por ordem de Adolpho, Pernambuco era "cliente" do almoço e do jantar da Bloch. Com acesso ao menu variado e de qualidade, o mendigo muitas vezes provava da mesma comida que fora servida a ministros e governadores em visita ao Russell. E a mordomia não ficava aí. Sempre que avistava Pernambuco, Adolpho perguntava: "Como está a vida". "Joinha", respondia Pernambuco, já com a mão estendida para angariar alguns trocados. Ao morrer, anos depois, o mendigo teve as despesas do enterro no cemitério São João Batista custeadas pela Bloch.

Taís Araújo e Lázaro Ramos na capa da Rolling Stone Brasil fotografados por Maurício Nahas


por Clara S. Britto 
Na Rolling Stone Brasil, edição deste mês, uma capa linda do casal Taís Araújo e Lázaro Ramos, fotografados por Maurício Nahas. Taís, que estreou em 1996, na novela Xica da Silva, da extinta Rede Manchete, comemora 20 anos de carreira. Ela e Lázaro, que emplacaram agora o sucesso da minissérie Mr. Brau, da Globo, são chamados pela revista de o "casal número um da TV".

Paolla Oliveira ao natural... Lady Gaga em cena íntima... Espontaneidade do Instagram pauta revistas, colunas e sites



Reprodução/Instagram
por Omelete
A generosidade das belas atrizes. como Paolla Oliveira, abala as revistas masculinas tanto quanto o Uber tira espaço dos taxistas. Nada contra. Acompanhe meu modesto raciocínio: como pode uma revista competir com a espontaneidade e a intimidade das fotos que as próprias postam nos seus Instagram? Impossível. Tais fotos são na maioria das vezes extremamente autênticas, não necessariamente perfeitas. Sites de celebridades, colunistas, revistas e jornais ficam ligados nas redes sociais das musas. É de lá que, sem aviso, elas presenteiam a audiência. Menos mal que um nova função jornalística foi criada: a de setorista de redes sociais 24 horas por dia. Duvida? Pois veja, abaixo, a capa da edição mais recente da V Magazine. Nada menos do que Lady Gaga e o noivo, Taylor Kinney em selfie privadíssima, onde o que conta não é a qualidade mas a ousadia assinada pelos próprios fotografados.

Corra que o míssil vem aí... Trapalhada faz arma de guerra americana ser despachada, por engano, em vôo para Cuba










por Niko Bolontrin
Um míssil Hellfire que foi enviado pelos Estados Unidos para a Europa acabou em Cuba. Segundo matéri do site da BBC, a arma destinava-se a treinamento militar na Alemanha, em 2014. O míssil, guiado a laser, equipa helicópteros ou drones pode ser utilizado para ataques ar-terra, especialmente contra blindados. O mais incrível da história é que o Hellfire havia sido despachado como bagagem comum em avião de passageiros e foi extraviado na volta da Europa. Em vez de ser embarcado para a Flórida, foi despachado no Charles De Gaulle em um vôo da Air France para Cuba. Desde 2014, os Estados Unidos pedem que Cuba devolva a arma. Os cubanos não se manifestaram ainda, já que consideraram "agressiva"  e "suspeita" a remessa de um míssil para o país. Segundo o governo americano, o míssil estava desarmado.
Saiba, então, que no seu vôo transcontinental em um avião civil você poderá estar sentado sobre mísseis enquanto toma um tinto servido pela tripulação.
Isso lembra uma história trágica. Em 1973, um Boeing, da Varig, que decolara do Rio, pegou fogo e caiu pouco antes de aterrissar no aeroporto de Orly, em Paris. Morreram 123 passageiros. Oficialmente, o incêndio em pleno vôo teria sido provocado por um cigarro aceso no banheiro. Desde então, as companhias aéreas instituíram a proibição de fumar a bordo. A maioria dos passageiros foi asfixiada pela fumaça. Entre os mortos estavam o canto Agostinho Neto, o presidente do Senado, Felinto Muller, a socialite Regina Lecléry e os jornalistas Julio Delamare e Antônio Carlos Scavone. Extraoficialmente, houve rumores, na época, de que o jato da Varig transportava no bagageiro alguns mísseis que eram levados para revisão na França. Essa versão, jamais confirmada, foi considerada fantasiosa. De qualquer forma, é espantoso saber, 43 anos depois, que vôos civis podem transportar armas de guerra.

Senn Penn faz a entrevista exclusiva que muitos jornalistas gostariam de ter feito. A Rolling Stone americana publica a matéria do ator com o 'drug lord' El Chapo


por Niko Bolontrin
Quem assistiu ao seriado "Narcos', estrelado por Wagner Moura no papel do megatraficante colombiano Pablo Escobar, constatou que a vaidade e a busca pelo poder, incluindo aí o poder político, foram as pedras soltas na base do império do chefão do chamado Cartel de Medellín. Em certo momento, Escobar aproximou-se de alguns jornalistas e, através deles, procurou divulgar sua imagem de grande benfeitor da população nas áreas miseráveis do país. Mas essa mesma relação com a mídia se tornou uma fonte de informações sobre seus passos para os agentes da DEA americana instalados na Colômbia.
O fim de Escobar é conhecido. O chefão da vez, agora, é o mexicano Joaquín "El Chapo" Guzmán. No ano passado, El Chapo escapou espetacularmente de Altiplano, uma prisão de segurança máxima. através de um sofisticado túnel de 1,5km que percorreu na própria motocicleta de fuga. A cena lembra o clássico "Fugindo do Inferno", o filme em que Steve McQueen se manda de uma prisão alemã também através de um túnel seguido de uma épica correria em uma moto. Daria um filme. Foi o que El Chapo imaginou.
Disposto a tornar-se um referência pop, algo cult, o traficante mais procurado do mundo - cuja cabeça estava valendo 3,5 milhões de dólares - enviou representantes a Hollywood com o objetivo de fazer contatos com produtores para a realização de um filme sobre a sua vida.
Após essas primeiras investidas, o ator Sean Penn e, depois, a atriz Kate del Castillo, que participou da entrevista, tiveram encontros secretos com El Chapo em algum lugar do México. O último, em outubro passado.
El Chapo acabou pagando pela vaidade de se consolidar como uma "celebridade". E a conta veio rápida: segundo autoridades mexicanas, esses encontros e a movimentação dos participantes atraíram as atenções da polícia e ajudaram na recaptura do chefão da droga, na última sexta-feira.
El Chapo foi levado de volta para a prisão de onde fugiu. E a Rolling Stone antecipou o fechamento para levar às bancas uma entrevista exclusivíssima assinada por Sean Penn. Não é possível prever o desdobramento do caso, se o filme virá, se El Chapo escapará mais uma vez, se sobreviverá. O mundo das drogas é, digamos, violentamente concorrido, chefões têm inimigos, claro, mas pelo figurino das suas prisões anteriores, o normal é que El Chapo mantenha seus império funcionando a partir de suas ordens emanadas da cadeia. De resto, tal como acontece com os traficantes do Rio e de São Paulo, cujas operações não são abaladas pelo simples fatos de haver grades eventualmente e quase sempre brevemente entre eles e os seus comandados. Um risco seria o rumor de os Estados Unidos, que têm El Chapo como um inimigo a ser eliminado, não confiarem que o México o deixará preso por muito tempo e implementarem uma solução final à moda americana.
Na introdução da entrevista, Sean Penn conta os bastidores da negociação que envolveu mensagens criptografadas, rastreadores de escuta etc, sempre sob as instruções dos emissários do El Chapo. "Quanto dinheiro você vai ganhar escrevendo este artigo?" El Chapo pergunta a Penn. O ator informa que ao fazer jornalismo não recebe pagamento. Senn indaga: "De todos os países e culturas com as quais você faz negócios, o que é o mais difícil?" . Resposta do chefão: "Nenhum".
Entre outras declarações, El Chapo diz que o tráfico de drogas nunca vai acabar.
*  "Somos cada vez mais pessoas. No dia em que eu deixar de existir, nada vai diminuir."
* "Se não houvesse consumo, não haveria venda. E o consumo, dia após dia, fica maior".
* "Eu trafico heroína, metanfetaminas, cocaína e maconha mais do que qualquer pessoa no mundo".
* "Tenho frotas de submarino, aviões, caminhões e botes".
* "É uma realidade que as drogas destroem. Infelizmente, onde eu cresci não havia outra maneira e ainda não há uma maneira de sobreviver, de jeito nenhum, de trabalhar na nossa economia, de ser capaz de ganhar a vida".
* "O tráfico de drogas já faz parte de uma cultura que se originou dos antepassados. E não só no México. Em todo o mundo".
* "Eu sei que um dia eu vou morrer. Espero que seja de causas naturais".

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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

A melhor capa de 2015

Segundo enquete do site Poyter, a capa da Time, em maio, foi eleita a melhor do ano. 

Cante com os meteorologistas: "esse El Niño tá diferente, já não se conhece mais"...

Registros da intensidade do El Niño, com 2015 brigando pelo título. 
El Niño entrou em 2016 chutando a porta. Segundo o site Mashable, ganhou novos apelidos: Darth Niño e Godzila El Niño. País continental, como o Brasil, o fenômeno climático assola os Estados Unidos em variadas modalidades, dependendo da região: seca, inundações, onda de calor em pleno inverno, nevasca... Aqui, inundação no Sul, calor infernal no Sudeste, seca no Nordeste... Segundo os meteorologistas, estão acontecendo anomalias até mesmo dentro do padrão que se pode esperar do El Niño. Algumas zonas do oceano Pacífico deveriam estar mais quentes em função da intensidade do fenômeno, outras registram temperaturas maiores do que o previsto, a direção dos ventos não é a esperada. Resumindo, este El Niño, um dos mais fortes de todos os tempos, está "estranho", como define um perito. A avaliação é de que o contexto do aquecimento global está enlouquecendo o "menino". Em novembro, a temperatura global da superfície do mar foi a maior já registrada nesse mês. Entre janeiro e novembro de 2015, foi a mais quente da história. Em parte, culpa do El Niño, em parte, por causa do aquecimento global.
O que tudo isso quer significa, segundo os meteorologistas? Que devemos esperar o inesperado. Que ninguém tem um ideia precisa do que o El Ninõ vai trazer ainda nesse começo de ano.
As gerações passadas abusaram do planeta e entregam aos presentes esse caos climático; e as gerações atuais estão preparando cuidadosamente um desastre ainda maior para os próximos habitantes da Terra. Aquela que Yuri Gagárin viu lá de cima que era azul. Era.
Nem a Maju, do Jornal Nacional, vai conseguir aliviar esse verão.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Tecnologia: um drone para transporte individual... Vem da China

eHang/Reprodução

eHang/Reprodução

eHang/Reprodução
A novidade vem da China: um drone elétrico para transporte pessoal. Trata-se do eHang 184, um quadricóptero de cabine fechada, por enquanto capaz de transportar uma pessoa por 23 minutos ou 16km. Há um longo caminho a percorrer em termos de custo, segurança e autonomia. Desde os anos 50, especialmente nos Estados Unidos, vários inventores ou fabricantes tentaram criar o carro-avião para transporte pessoal. Geralmente, tais projetos eram derivados de pequenas aeronaves com asas dobráveis, adaptadas para circular em ruas e rodovias.
Nenhum desses aparelhos revelou-se prático ou seguro. Ficou no sonho. Jamais foram comercializados para o grande público. Mais ou menos o que aconteceu com os carros-anfíbios, outra febre nos anos 50, que não concretizaram a possibilidade de um veículo sair da estrada e atravessar sem grandes complicações rios, lagos e baías.
Agora os drones - até aqui de pequeno porte e controlados remotamente - inspiram um novo caminho, não se sabe ainda se para lazer ou uso diário. Especialistas europeus em transporte urbano consideram inadiável a necessidade de um transporte aéreo individual para uso nas grandes cidades, a médio prazo. Mas são teses muito contestadas por outros pesquisadores que avaliam como inevitável o fim do transporte individual por questões ambientais e de sustentabilidade e que o investimento prioritário deverá ser em formas não poluentes de mobilidade coletiva, sem desperdícios de materiais.



Santos Dumont tentou popularizar o Demoiselle, seu modelo mais avançado e...

considerado fácil de transportar e prático como um ultraleve. 
Bom lembrar que Santos Dumont investia na aviação como transporte individual. Um dos seus aviões mais bem desenvolvidos e com conceitos avançados para a época foi o Demoiselle, de 1909. Era o mais barato e menor modelo da época. praticamente um ultraleve. com o qual ele quebrou sucessivos recordes de velocidade e distância. Foi o primeiro avião construído em série - cerca de 40 aparelhos. Diz-se que o brasileiro dava de graça os planos de construção do Demoiselle: seu sonho era popularizar a aviação.
VEJA UM VÍDEO SOBRE DESENVOLVIMENTO E TESTES DO eHANG. CLIQUE AQUI