quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Universidade de Cambridge promove concurso de doutorado em beleza....

Uma das concorrentes na biblioteca da universidade. Foto: Twitter/Tab

No restaurante de Cambridge. Foto Twitter/Tab

Curvas e neblina em Cambridge. Foto Twitter/Tab
por Omelete
Depois dizem que a preferência nacional é só nacional. Alunos de Cambridge, na Inglaterra, uma das universidades mais conceituadas do mundo, promovem o concurso "Best Bum". É a segunda vez que Cambridge escolhe a melhor graduada da instituição. O jornal universitário The Tab divulga a votação, audita os votos e publica as fotos das concorrentes. A vencedora do bumbum honoris causa 2015 - que ainda está em fase de votação - reina durante um ano com respeito e admiração dos seus súditos. Melhor uma rainha dessas do que a descadeirada residente do Buckingham.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Passaralho agora tem ninho praticamente fixo no Globo. Segundo Portal Imprensa, nova onda de demissões atinge a redação. O corte de empregos faria parte de um projeto para o fim do Globo impresso...

(do Portal Imprensa) 
O jornal carioca O Globo iniciou na tarde da última segunda-feira (7/12) uma série de cortes em seu quadro de funcionários. IMPRENSA apurou que cerca de 30 trabalhadores foram cortados, sendo a redação a área mais atingida, com aproximadamente 18 demitidos. Os repórteres com mais tempo de casa foram o alvo neste passaralho.
Das vagas que foram fechadas atualmente pelo jornal, oito estavam abertas e foram congeladas momentaneamente. A apuração aponta que o veículo não pretende fazer mais cortes no próximo ano. A ideia é fazer arranjos internos para não diminuir a produção de conteúdo. Procurado por IMPRENSA, o jornal não quis comentar o caso.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro também não tinha conseguido contato com a direção do jornal.  A diretora da entidade, Paula Máiran não soube precisar o volume de cortes, mas afirma que a nova onda de demissões em O Globo não pode ser confundida com a atual crise econômica do país.  “Há uma mudança no modelo de negócios do jornal. Em março de 2014, Ascânio Seleme, diretor de redação do Infoglobo, disse no congresso nacional dos jornalistas de Maceió que há um projeto em andamento para dar fim ao Globo impresso”.

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A torcida do Vasco não foi rebaixada

A torcida em festa: momentos que o Vasco voltará a viver. Foto Vasco.com.br
por Nelio Barbosa Horta (de Saquarema)
 A TORCIDA DO VASCO FEZ O SEU PAPEL:  acompanhou e incentivou o time em todos os lugares onde o Vasco foi jogar, com faixas, hinos e coros. Até quando sua fraca defesa (com exceção do goleiro) levava um gol, dava apoio e reafirmava sua falsa condição de time grande.
A  esperança de sua imensa torcida, a maioria composta de jovens vascaínos que, talvez,  nunca tenham visto  o Vasco  disputar um título brasileiro, era de que, em algum momento, a equipe pudesse despertar e ter um final de campeonato digno de sua tradição.
Saudade do “Expresso da vitória”, saudade do Ademir Menezes, do Maneca,  do Sabará, do Friaça, do Heleno de Freitas, do Danilo, do Bellini, do Orlando, do Roberto Dinamite, do Romário, da equipe que era a própria seleção brasileira, com a cruz de malta no peito.
A TORCIDA DO VASCO ESTÁ DE PARABÉNS PELA BRILHANTE ATUAÇÃO NO CAMPEONATO BRASILEIRO DESTE ANO.
“Não chorem torcedores, a participação de vocês foi extraordinária. A equipe é que não correspondeu e não merecia o incentivo tão espontâneo e tão sincero que recebeu. O Vasco de hoje está carente de “CRAQUES-OPERÁRIOS”, aqueles que vestem a camisa do clube e buscam a vitória o tempo todo. Tomara que, em 2016, a direção invista em jovens do interior, que assumam a  responsabilidade de fazer do Vasco, um forte candidato aos primeiros lugares e que possam disputar o título. 
O time em campo precisa corresponder à paixão da sua torcida. Foto: Reprodução Internet
VASCO É VASCO!

No Carnaval de 1937, o compositor Wilson Baptista compôs uma melodia para os operários e que bem poderia ser usada pelo atual elenco vascaíno: “O bonde São Januário leva mais um operário (sócio-otário), eu que NÃO VOU TRABALHAR”...

sábado, 5 de dezembro de 2015

Deu no Sensacionalista: governador tucano Alckmin suspende fechamento de colégios porque acabou a verba da PM e da tropa de choque...

Segundo o Sensacionalista, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, decidiu hoje que irá suspender a reorganização da rede de ensino que planejava fazer. Faltou verba para comprar spay de pimenta e cassetetes. A PM não tinha mais condições de trabalho.
Leia no Sensacionalista, clique AQUI

Deu no New York Times: indignação contra o supermercado de armas pessoais nos Estados Unidos

(O jornal New York Times condena, em editorial, a facilidade com que americanos podem comprar armas de guerra). Leia, abaixo:
"As pessoas decentes devem sentir tristeza e fúria justas sobre a mais recente matança de inocentes, na Califórnia. Agentes da lei e de inteligência estão à procura de motivações, incluindo a questão vital de como os assassinos poderiam ser ligados ao terrorismo internacional. São pontos corretos e apropriados da investigação.
Mas para os mortos na Califórnia não importam os motivos, nem para as vítimas no Colorado, Oregon, Carolina do Sul, Virgínia, Connecticut e muitos outros lugares. A atenção e indignação dos americanos também devem se voltar para os líderes eleitos, cujo trabalho é nos manter seguros. Que eles se coloquem acima do dinheiro e do poder político de uma indústria dedicada a lucrar com a disseminação irrestrita de armas de fogo cada vez mais poderosas.
É um ultraje moral e uma desgraça nacional que os civis possam, legalmente, comprar armas projetadas especificamente para matar pessoas com velocidade brutal e eficiência. São armas de guerra, superficialmente e deliberadamente modificadas e comercializadas como ferramentas de vigilantismo macho e até mesmo insurreição. Líderes eleitos da América oferecem orações para as vítimas de armas e, em seguida, insensivelmente e sem medo de conseqüências, rejeitam as restrições mais básicas sobre as armas de extermínio em massa, como fizeram na quinta-feira.
Eles nos distraem com argumentos sobre a palavra terrorismo. Vamos ser claros: estes assassinatos em massa são todos, em suas próprias maneiras, atos de terrorismo.
Os opositores do controle de armas estão dizendo, como o fazem depois de cada assassinato, que nenhuma lei pode infalivelmente evitar um criminoso específico. Isso é verdade. Eles estão falando, muitos com sinceridade, sobre os desafios constitucionais à regulamentação eficaz. Existem esses desafios. Eles apontam que determinados assassinos obtiveram armas ilegalmente em lugares como França, Inglaterra e Noruega, que têm leis rigorosas. Sim, eles conseguiram isso. Mas, pelo menos, esses países estão tentando. Os Estados Unidos, não. Pior, certos políticos se aliam, na prática, a pretensos assassinos ao criar mercados de armas para eles, e os eleitores são cúmplices ao permitir que esses políticos mantenham seus empregos. Já passou da hora de parar de falar em travar a propagação de armas de fogo para, em vez de reduzir o seu número drasticamente, eliminar de vez algumas categorias de armas e munições.
Não é necessário debater a formulação peculiar da Segunda Emenda. Nenhum direito é ilimitado e imune a uma regulação razoável.
Certos tipos de armas, como os fuzis de combate ligeiramente modificados usados ​​na Califórnia, e certos tipos de munição, devem ter porte proibido para civis. É possível definir essas armas de forma clara e eficaz e, sim, seria necessário que os americanos que possuem esses tipos de armas a entregassem ao Estado para o bem de seus concidadãos.
Qual melhor momento, senão as próximas eleições presidenciais, para mostrar, finalmente, que a nossa nação mantém seu senso de decência?"

Memórias da redação: a dança dos "possidônios"

(do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou")
No começo, a Manchete tinha um repertório modesto de pseudônimos: Juliano Palha, José Bálsamo, Jean-Paul Lagarride, para as grandes coberturas internacionais, muitas vezes escritas ali mesmo na redação.
Em 1971, a seção Leitura Dinâmica, um "balaio" de pequenas notas, promoveu uma autêntica inflação de pseudônimos: Niko Bolontrim, Marina Francis, John Updown e o mais sucinto de todos, Ed Sá. Ruy Castro usava muito o de Acácio Varejão. Um dia, uma nova repórter, Marilda Varejão, quis saber a origem do pseudônimo. Ruy: "Inventei. Acaso existe algum Acácio Varejão?" Marilda: "Existe, sim. Meu pai".
Ney Bianchi viajava pelo sertão de Pernambuco com o fotógrafo Juvenil de Souza. Um prefeito local implicou com o fotógrafo: "Juvenil, mas que nome esquisito, rapaz!" Ney Bianchi perguntou o nome do alcaide: "Eu me chamo Onotônio". Daí surgiu o pseudônimo Onotônio Baldruegas.
Um dia, sopraram ao ouvido do Adolpho Bloch que pseudônimo não era jornalismo, era uma brincadeira. Havia na firma um funcionário encarregado dos orçamentos gráficos chamado Possidônio. Adolpho, que detestava palavras complicadas como pseudônimo, decretou: "A partir de hoje não quero mais "possidônios" na Manchete!"

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Colômbia: guerrilheira das Farc e policial que a perseguiu fazem as pazes em capa de revista

por Omelete
Se por aqui vai ser difícil ver Dilma e Cunha juntos na mesma capa, na Colômbia, antigas oponentes posaram perfeitamente pacificadas. Uma ex-guerrilheira das Farc e a agente policial que já a perseguiu confraternizaram em ensaio para a revista Soho em comemoração ao avanço das negociações entre governo e guerrilheiros. Isabel Londoño, a da esquerda, é a ex-policial, e Ana Pacheco, ex-combatente das Farc. Na capa, a chamada: "A paz segundo Soho".
Dizem os repórteres que cobrem o área que, se o acordo for assinado e a violência acabar, muitas outras guerrilheiras poderão sair da selva colombiana direto para as revistas masculinas. Beleza para isso, garantem, muitas terão.
Um deles afirma que já se deparou com verdadeiras sósias de Sofia Vergara, a atriz colombiana que brilha em Hollywood, ou de Shakira, a curvilínea cantora que nasceu em Barranquila.

Várias: "jogos vorazes" entre Dilma e Cunha, massacre nos Estados Unidos, tropa de choque contra jovens e o exterminador de escolas...

Cunha versus Dilma, 'meme' que circula nas redes sociais. Reprodução
por Flávio Sépia
* Ontem e hoje, os jornais brasileiros estão temáticos: a notícia é quase que só impeachment. Talvez nem às vésperas da ditadura militar de 1964 tenham sido escritas tantas colunas em apoio à derrubada de um presidente eleito. Os colunistas políticos e de economia também foram mais contidos no episódio Collor de Mello, afinal, a mídia ajudara a eleger o "caçador de marajás". Ontem, soltaram a franga nas "pretinhas", apelido das teclas das máquinas de escrever hoje incorporado aos desktops e assemelhados. O encaminhamento da questão também foi diferente. Em maio de 1992, Pedro Collor acusou PC Farias de chefiar um esquema de corrupção como testa-de-ferro do então presidente. Em junho, a Câmara dos Deputados instalou uma CPI para investigar as denúncias. Em agosto daquele ano, a CPI concluiu que Collor tinha ligações com o Esquema PC. Em setembro, só após o fim das investigações e a aprovação do relatório da CPI,  o plenário da Câmara dos Deputados aprovou a admissibilidade de um pedido de impeachment contra Collor. Em outubro, o Senado abriu o processo de impeachment e em 30 de dezembro de 1992, aconteceu a votação que destituiu o presidente. Collor, certo da derrota, havia renunciado um dia antes. O rito agora é diferente. Um certo Hélio deu um Bicudo nessa liturgia e já partiu pra cima de Dilma com o pedido de impeachment rascunhado e do tipo fast food, jogo rápido. Foi esse o documento admitido por Cunha. Era um papelucho a mais entre a cesta de pedidos semelhantes que jaziam sob a mesa do presidente da Câmara até que seu próprio rabo começou a pegar fogo. Cunha, que tem estado sob pressão, ontem teve um dia feliz: foi saudado e exaltado por dar andamento ao golpe. Coxinhas e oposição estão andando com seu retrato nas carteiras e sua imagem é proteção de tela nos mais ilustres computadores. Já se dizia que o Brasil está dividido. Agora os times ganham um novo nome; Dilma Futebol Clube x Cunha Futebol e Regatas. Suspeita-se em Brasilia que no momento em que o impeachment for realmente votado no plenário o time de Cunha passará a se chamar Cunha-Temer FR. Façam suas apostas.
* Dilma diz que vai lutar. Teoricamente, teria, hoje, maioria na Câmara e no Senado. Na prática, a teoria pode ser outra. O vice-presidente Michel Temer, por exemplo, não se pronunciou contra o impeachment. Brizola diria que ele está, já há algum tempo, "costeando o alambrado" para pinotar. Temer dá sinais de que está ao lado de Eduardo Cunha e não abre. Talvez abra apenas ao assumir a presidência. Quanto a Cunha, pode acabar ministro do novo governo, por que não?, tudo é possível. Frise-se que os adeptos do impeachment vão precisar dos votos da bancada pessoal do Cunha, que não é desprezível tanto que até aqui tem brecado a denúncia no conselho de ética - sim, existe isso - da Câmara. E já há ministro do PMDB anunciando que vai deixar o governo. A tática do PMDB é essa, desde sempre, pular da canoa para descolar um lugar no barco que vem vindo, mas, ao mesmo tempo, deixar uma tripulação no Titanic para o caso de, vá lá, o governo não cair e partido continuar botando a mão no timão. E na nave do pessoal a favor do golpe cabe de tudo, de Cunha a Bolsonaro, passando pela grande mídia, por empresários, viúvos e viúvas da ditadura, filósofos, cineastas, roqueiros, compositores, humoristas, coxinhas, pastores e bancadas da bala, do caramelo e do sorvete. Daí, a "maioria" de Dilma pode fazer água. Dias movimentados virão.
* Curiosamente, o governo quer votar o impeachment o mais rápido possível. O setor produtivo do país também, já que muitos avaliam que a economia não aguenta esperar, mas a oposição e seus analistas defendem adiar o processo e já se fala abertamente que é melhor esperar a situação piorar, o desemprego aumentar, o endividamento angustiar as pessoas, o país parar de vez, sem orçamento, Congresso obstruído etc. Eles acreditam que o caos favorecerá o golpe. A imprensa inglesa está chamando essa guerra entre Dilma e Cunha "jogos vorazes".  Por aqui também é conhecida como briga de foice no escuro.
* A polícia de Geraldo Alckmin botou pra quebrar, literalmente. O PSDB tem aparentemente métodos especiais para lidar com a educação e manifestações divergentes. Nem é surpresa, o figurino é repetido. Os professores de São Paulo já experimentaram o porrete tucano. Professores do Paraná já foram massacrados pela polícia de outro tucano, o Beto Richa. Os protestos de junho de 2013, lembram?, desandaram em mais violência a partir do momento em que a PM paulista baixou o cacete. Agora, as forças tucanas deram porrada em estudantes que protestam contra o fechamento de dezenas de escolas, como parte de uma inacreditável política (des) educacional e elitista. Ontem, o ex-governador Sergio Cabral, sem que isso implique em defesa do próprio, deve ter constatado como foi injustiçado pelo Jornal Nacional. Em 2013, o JN destacava a violência da PM, caprichava na edição dramática, entrevistava manifestantes que levantam a camisa e mostravam marcas de balas de borrachas, mandava ao ar até vídeos feitos por black blocs denunciando a pancadaria. Ontem, o JN foi "fofo" na cobertura das manifestações dos estudantes em São Paulo. Evitou ênfase nas cenas de violência da PM,. não levou ao ar qualquer entrevista com manifestante ferido e privilegiou depoimentos oficiais de pelo menos três secretários de estado que também deram declarações "fofas". A informação mais recente: com a força das manifestações dos jovens, a péssima repercussão entre especialistas em educação e com a Justiça impedindo em várias cidades a "reorganização' pretendida por Alckmin, e especialmente com a brutal queda de popularidade do tucano, segundo o Data Folha, a aprovação ao governador caiu em mais de 20%, resolveu suspender, por enquanto, o desastrado projeto. Os estudantes querem ver para crer e dizem que vão permanecer mobilizados. O Secretário de Educação, Herman Voorwald, pediu demissão, já que não teria concordado com o recuo.
* De um modo geral, a mídia conservadora blindou o governador Geraldo Alckmin. A Folha recebeu a visita do próprio e, coincidentemente, retirou do ar, no site, em seguida, vídeo com cenas da violenta atuação da tropa de choque da PM. Na edição impressa, o jornalão omitiu prisão de estudantes e cacetadas policiais em meninos e meninas.
* Após mais um massacre nos Estados Unidos, Obama tenta reabrir a discussão sobre o controle de armas de fogo no país. Possivelmente, vai perder mais essa batalha. A facilidade com que americanos podem comprar pistolas, rifles, fuzis e munição tem as costas quentes e bem abastecidas do financiamento privado de campanhas eleitorais. A poderosa Associação Nacional do Rifle monta, a cada legislatura, à custa de milionárias doações de empesas, uma poderosa bancada no Congresso formada por republicanos (a grande maioria) e democratas. Até aqui, nenhum presidente conseguiu impor um mínimo de controle à comercialização de armas. Nem as poucas exigências da lei em alguns estados são cumpridas. Segundo matérias na imprensa americana, 40% das armas são vendidas sem qualquer comprovação de identidade. Houve casos em que até indivíduos arrolados em inquéritos do FBI puderam adquirir pistolas e rifles. O próximo massacre não tem data nem hora para acontecer. Só se sabe o que as estatísticas dizem: inevitavelmente, acontecerá em alguma escola, universidade, instituição pública, loja, praça ou rua. Os principais jornais avaliam que passou da hora de mudar a legislação sobre armas. E levantam uma grave questão: os Estados Unidos, que tanto controlam aeroportos, são o país onde um eventual "lobo solitário", o típico terrorista do Estado islâmico, pode adquirir armas como quem compra um big mac. As lojas de vendas de armas pessoais, como se viu na Black Friday, fazem até promoções vantajosas do tipo pague-uma-e-leve-duas. E ainda financiam o pagamento "na parcela"...


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Com licença de García Márquez, as putas tristes da Grécia...

por Flávio Sépia
No Brasil, pode-se dizer que a política econômica de manjados "ajustes" e festa dos juros altos é uma espécie de prostituta virtual dos especuladores financeiros e traficantes de dinheiro. Eles deitam e rolam. Já na Grécia, são as prostitutas reais que estão pagando a conta do mercado financeiro descontrolado e despirocado. Com o país extorquido por bancos e instituições especuladoras, metade dos jovens gregos está desempregada. Os salários se desvalorizaram, o endividamento aumentou. Mas há um lado até agora pouco conhecido da crise grega: os índices de prostituição no país cresceram em 150%. A imprensa inglesa se interessou pelo assunto e repórteres do Mail on Line, do Daily Mirror e The Telegraph foram em peso a Atenas.
Na Grécia, o trabalho sexual não é ilegal, embora a prostituição na rua seja considerada crime. Normalmente, as mulheres se cadastram para prestar serviços em "estúdios" com licenças emitidas pelo governo, fiscalização, cartão de saúde etc. Com a crise, muitas mulheres e jovens estudantes estão procurando os "estúdios". Como esses não absorvem a demanda, elas são obrigadas a ir para as ruas, em situação de risco. Ao mesmo tempo, os preços dos programas desabam diante do aumento da oferta. De 50 euros, caíram para apenas 2 euros.
Nas últimas semanas, os prostitutas organizaram protestos nas ruas de Atenas. Não chegaram a chamar a atenção do FMI, do Banco Central Europeu, nem da cafetinagem financeira em geral. Voltando a García Márquez, é o amor em tempo de crise na noite de Atenas

Vandré, a eterna polêmica

Volta de Geraldo Vandré ao Brasil 
foi encenada, diz biografia; cantor nega
Tiago Dias
Do UOL, em São Paulo 02/12/201510h41

 "Você é jornalista?", pergunta Geraldo Vandré à reportagem do UOL. "Então não vai ser difícil você compreender. A biografia é propriedade do artista, faz parte da comercialização da sua arte. Essas pessoas estão se apropriando indevidamente de direitos da personalidade".

Foi assim que Vandré se manifestou a respeito de "Geraldo Vandré - Uma Canção Interrompida" (Ed. Kuarup), do jornalista Vitor Nuzzi. O livro será lançado na próxima semana como uma das primeiras biografias não autorizadas a ganhar as prateleiras após a decisão unânime do STF (Supremo Tribunal Federal) que derrubou a necessidade de autorização prévia do biografado.
Louco, revolucionário, traidor. A vida de Vandré sempre foi cercada por nebulosas definições. Autor da canção mais emblemática do período da ditadura militar, "Caminhando (Pra Não Dizer que Não Falei das Flores)", o compositor de 80 anos, completados em setembro, não tem vontade de esclarecer sua história.

Ao pedido de Nuzzi para que participasse do livro, Vandré foi categórico: "Não tenho o menor interesse no que você está fazendo". Já para o UOL, com a voz calma e pausada, descredenciou, como tem feito ao longo dos anos, as histórias que contam sobre ele: "É coisa rasa, está tudo errado. Dados errados, completamente".

A pesquisa de fôlego tenta decifrar a esfinge: um artista recluso, do qual apenas o corpo voltou do exílio. Em suas raras aparições, ele evita falar dos acontecimentos e faz questão de demonstrar uma boa relação com os militares, exibindo boné da força aérea e dedicando um poema às forças armadas. O mistério em torno do paraibano é resquício do truculento regime militar nos anos 1960 e 1970.


São raros os registros de Vandré em vídeo e áudio daquela época. Não há imagens de sua consagração no Festival Internacional da Canção de 1968, quando apresentou "Caminhando", nem o registro da sua controversa volta ao Brasil em 1973, após cinco anos de um auto exílio.

Nuzzi vê indícios de que o regime quis apagar a imagem de Vandré da memória nacional. "Por algum período, Vandré foi proscrito mesmo. Ele virou, para alguns, o inimigo público número um por causa de uma canção", observa o biógrafo, em conversa com o UOL.

Prova disso foi uma suposta reportagem exibida no "Jornal Nacional", da TV Globo, no dia 18 de agosto de 1973. "O cantor e compositor Geraldo Vandré acaba de voltar ao Brasil", dizia a narração. A descrição que consta no livro conta que, cercado de homens engravatados e uma claque com faixas que o saudavam, um cabisbaixo Vandré dizia que suas canções não eram denunciativas, que ele não fazia parte de nenhum partido político e que, por fim, estava "arrependido" pela reação que sua canção despertou no crepúsculo do AI-5, se tornando um hino contra a ditadura.

Teria sido uma encenação: Vandré já estava no Brasil havia um mês. "Ele ficou esse período prestando depoimento, ao mesmo tempo em que circularam recadinhos nas redações orientando para não falar do músico. A 'Veja' e o 'Jornal do Brasil' furaram esse bloqueio e publicaram uma notinha. Graças a isso, sabemos que ele voltou antes", relata Nuzzi.

Sobre o episódio, Vandré é curto e grosso: "Não dei uma entrevista no aeroporto. Cheguei e fui direto para casa".

O livro, no entanto, reforça a tese de que a entrevista forjada teria sido uma condição para a volta de Vandré. Em depoimento ao livro, o cinegrafista Evilásio Carneiro, que teria registrado as imagens, afirma que não havia outros repórteres cobrindo a chegada, apenas Edgard Manoel Erichsen, funcionário da TV Globo e elo da emissora com os militares. Somente as mãos do repórter apareciam no vídeo.

Por um problema na revelação do filme, o "arrependimento" de Vandré também não foi ao ar. Os generais desconfiaram de que o cinegrafista queria sabotar o pedido de desculpas. "Pode até ser que o Vandré não tenha dito nada que não queria realmente dizer. De qualquer forma, ele foi orientado por policiais a falar sobre os assuntos. É uma pena não termos essas imagens, nem texto, áudio, nada. Pedi para a Globo, mas eles dizem que não têm".
O UOL entrou em contato com a TV Globo a respeito da entrevista, mas a emissora não retornou.

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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Não chega a quebrar as bancas, mas essa página, no ar desde junho de 2009, acaba de virar o "blog do milhão'"...

O tempo passa. O livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" foi lançado em novembro de 2008. Como parte do projeto, estava prevista uma versão em blog, que finalmente entrou no ar em junho de 2009. Uma simples página de variedades, atualidades, opiniões, mas também um espaço próprio para uma espécie de continuação permanente do "Aconteceu". O próprio livro trazia nas margens das páginas, com design criado por J.A.Barros, uma série de pequenas histórias paralelas as quais denominamos "Blog da Bloch". Era um prenúncio deste Panis Cum Ovum, batizado por Carlos Heitor Cony. Ultrapassar a barreira do milhão não é nenhuma Brastemp. Mas vale registrar o número redondo no contador da barra ao lado, que significa algo em torno de 12 mil mil visitantes por mês, em média. Poderia até ser mais, se tivesse uma redação com dedicação exclusiva, o que é impossível. Mas está de bom tamanho para o que se destina. Uma ponte entre épocas e pessoas. E, o principal, conta com poucos mas dedicados colaboradores. Pelo menos uma batalha foi perdida pelo blog quando tentou,  em vão, sensibilizar instituições a adquirirem o arquivo de fotos da Manchete, um patrimônio histórico hoje desaparecido. Por aqui já passaram memórias, fotomemórias, bastidores das redações e do jornalismo, fatos, grandes eventos como Carnaval, Copa, Olimpíada, política, tragédias, entrevistas, alegrias, tristezas, viagens, críticas, variedades, cronistas, personalidades, enfim, partículas de um certo DNA da revista ilustrada inspiradora desta web magazine que já postou mais de dez mil fotos. E que, a propósito, segue em frente. Como dizia o locutor Fiori Giglioti, um lenda do rádio esportivo, o teeemmmpo passsaaaaaaa!. Ou, ainda, no bordão de outra lenda, Waldir Amaral, o relóoooogio maaaaaarca!

Deu no Portal Imprensa: autor Benedito Ruy Barbosa quer indenização do SBT que exibiu "Pantanal" em 2008 após comprar em leilão a novela que fez sucesso na Rede Manchete

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Outdoor que provocou polêmica é ação da prefeitura de Curitiba



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Tempo bom: Maju Coutinho chega à capa da revista Claudia

Maria Julia Coutinho, a apresentadora do quadro de meteorologia do Jornal Nacional, é capa da revista Claudia, fotografada por Miro. Não são muitas as negras que chegam lá, não só na Cláudia, mas na maioria das revistas. Um quadro que pode estar mudando, o veto editorial talvez já tenha sido mais radical.
Claro que a "proibição" jamais era assumida. Ficava implícita. "Negro não vende" é, ou foi, uma frase muito repetida em grandes editoras até recentemente. Parte dessa rejeição era reforçada, junto às editoras, pelas agências de publicidade baseadas em supostas pesquisas, em análises do consumidor, o que fosse. No fundo, era apenas a voz do preconceito. A Claudia já pôs na capa Taís Araújo e Camila Pitanga. Foi um avanço, apesar do que parece uma condição: antes, como no caso da Maju, a personagem da capa deve construir sua fama na TV. Se as revistas se abrem aos novos tempos, passarelas de moda, publicidade e mesmo a TV e o cinema ainda resistem à mulher negra ou a condicionam a papeis que imaginam "adequados".
Ao longo de 40 anos, uma trajetória que chega ao fim neste mês, a Playboy brasileira pôs na capa não mais do que cinco ou seis mulheres negras. Assim como foram raríssimas as capas da Manchete com estrelas negras, fora as do futebol e do carnaval. Bebês negros na Pais & Filhos?  Modelos negras na Desfile? Difícil ou impossível. Na Veja? Só se estivesse envolvido em algum escândalo.
Por tudo isso, é marcante a capa da Maju, ainda mais com uma chamada que remete aos recentes ataques de intolerância e racismo que ela sofreu através das redes sociais.

Miss dispensa jogador que fez votos de castidade e se recusava a ir aos finalmentes

Olívia Culpo deu cartão vermelho para o namorado jogador. Ele acho que faltava ação no relacionamento e o rapaz não queria jogo. Reprodução Facebook

Ela foi até capa de revista em edição "Noivas". Mas cansou  de esperar o namorado carola que fez voto de castidade. 
por Omelete
Tudo bem que uns e outros tenham problema com virgindade. Cada qual com suas ideias. Nem sempre foi assim, na antiguidade os mais espertos descolaram poligamias bíblicas abençoadas, só para eles, claro. De Lucrécia Bórgia a Isabel, a católica, que saia para baladas náuticas com Cristóvão Colombo, a regra era clara: apagou a vela era cada um por sí e Deus por todos. Mas atualmente uns se guardam em nome da fé e outros se explodem para encontrar um monte de virgens no paraíso. Lógico que ambos quebram a cara.
Tim Tebow no momento em
que a namorada comunicou que ia liberar
seu FGTS para outro candidato/Instagram
Mas o jogador de futebol americano Tim Tebow exagerou. Namorado de Olivia Culpo, a Miss Universo 2012, ele fez votos de castidade e se recusou a ir aos finalmentes por ser adepto de seitas que só liberam o rala-e-rola depois do casamento religioso. A miss, que tem 23 anos e nenhum tempo a perder - foi namorada de roqueiro e conheceu noites melhores - achou um pouco demais que as "preliminares" já duravam dois anos e cansou de esperar deitada.
Daí, acaba de dar um cartão vermelho pro rapaz que está pensando seriamente em virar um "Jim Jones" e se recolher a uma comunidade de meditação nas selvas da Guiana. Perdeu, carola...

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

E os mitos não resistem ao tempo... Fernando Pessoa, tão cultuado, por fora era um poeta, por dentro, como diria Nelson Rodrigues, era um canalha racista

Trecho reproduzido da coluna de José Eduardo Agualusa publicada no Globo de hoje
por Flávio Sépia 
O escritor angolano José Eduardo Agualusa faz uma revelação, hoje, no Globo, que vai chocar muitos admiradores de Fernando Pessoa. Depois de comentar a reedição do livro "Mein Kampf", de Hitler, em versão anotada com críticas às teses nazistas, refere-se ao racismo contido nos livros de Monteiro Lobato, Eça de Queiroz e do poeta de aparência frágil e alma dura, a julgar pelas ideias expostas acima, Fernando Pessoa. Agualusa diz que "podemos e devemos" continuar a ler Eça e Pessoa. "Podemos e devemos  ler Monteiro Lobato aos nossos filhos", escreve , "embora seja necessário por vezes acrescentar algum comentário e contextualizar".
Agualusa concluiu a sua crônica afirmando que "precisamos de  vozes novas que tenham as virtudes de Lobato, mas não o seu pensamento caduco".

Biografia de Geraldo Vandré, escrita pelo jornalista Vitor Nuzzi, será lançada em São Paulo. No dia 2 de dezembro, na Biblioteca Mário de Andrade; e no dia 11 de dezembro, na Livraria da Vila, na Vila Madalena

Após uma pesquisa minuciosa e dezenas de entrevistas, o jornalista Vitor Nuzzi concluiu a primeira biografia de Geraldo Vandré. Inicialmente, bancou uma edição, de circulação restrita. Agora, depois de consagrado o fim da censura prévia às biografias, chega a edição para o grande público. "Geraldo Vandré, uma canção interrompida" (Kuarup) será relançado em São Paulo: no próximo dia 2, na Biblioteca Mário de Andrade, e no dia 11, na Livraria da Vila, na Vila Madalena.

Celso Arnaldo Araujo, ex-chefe de reportagem da Manchete, em São Paulo, lança lívro "Dilmês, o idioma da mulher sapiens"


Deu no New York Times: Zé Ninguém, um personagem carioca, denuncia a gentrificação e ajuda a defender do assédio imobiliário moradores tradicionais do Bronx

Zé Ninguém no Bronx, Reprodução do New York Times


Alberto Serrano, o criador do Zé Ninguém. Foto: Divulgação
por Flávio Sépia
O cartunista nova-iorquino Alberto Serrano, mais conhecido como Tito, e que mora no Brasil desde 2008, foi assunto no New York Times nesse fim de semana. Tito, que nasceu em Porto Rico, conheceu o Rio através de uma namorada carioca - com que se casou e tem um filho - que o levou ao Parque Lage. Apaixonou-se pela cidade, foi ficando e matriculou-se do Escola de Artes Visuais. Passou a desenvolver no Rio sua arte de grafiteiro. E criou um personagem, o Zé Ninguém, conhecidos nos muros da cidade. Pois o Zé Ninguém está nos muros de Nova York, onde Alberto Serrano se engajou em uma campanha contra a gentrificação. Segundo o NY Times, ele escolheu como linha de frente um trecho do Bronx, onde instalou um enorme mural que denuncia ameaças de expulsão de moradores do bairro por imobiliárias que constroem torres no local. Alberto Serrano diz ao jornal americano que passou a se preocupar com o fenômeno urbano de deslocamento de moradores pela especulação imobiliária a partir do que vê no Rio. "O tema era algo que eu já estava pensando, já que no Rio eles estão fazendo a mesma coisa. Eles estão removendo um monte de casas e fazendo a renovação urbana na preparação para os Jogos Olímpicos".
Veja no NY Times, clique AQUI


Do Sunday Times: a VW nos porões da ditadura...



por Flávio Sépia
Só dá Brasil no Sunday Times. Além do juiz Moro, a Volkswagen foi assunto, A fabricante de automóveis recebe atenções da mídia mundial depois da fraude global em que se meteu ao desenvolver programas para esconder emissões de gases poluentes por veículos, driblando as leis de muitos países.
Mas o tema da matéria do Sunday Times é a associação de Volks do Brasil à ditadura militar. Diz o jornal que a fábrica apoiou financeiramente o regime e seus métodos. Na verdade, fatos já divulgados por aqui. E a Volks não estava sozinha; grandes grupos, incluindo empresas de mídia, também apoiaram o aparato de repressão e tortura de opositores da ditadura. Como muitos outros criminosos do período, todos se beneficiaram da impunidade.


Deu no Sunday Times: jornal diz que juiz Moro é "heroi nacional", é o "Elliot Ness" do Brasil, mas critica prisões sem julgamento por meses e vazamentos ilegais para a imprensa



por Fávio Sépia
O jornal inglês relata, nesse fim de semana, que Moro é "aplaudido nas ruas" mas contesta seus métodos de manter presos sem julgamento, suspeita de violação da Constituição e critica vazamento ilegal para a imprensa, antes mesmo que acusados sejam informados sobre os processos..

domingo, 29 de novembro de 2015

Time: a difícil escolha da Personalidade do Ano. O nível de candidatos já entrou no volume morto...





Não está fácil para a Time escolher a Personalidade do Ano. A própria revista fez uma enquete com os seus leitores para saber se preferiam Kim Kardashian ou Caitlyn Jenner. A revista tem recebido respostas irônicas da audiência. Já houve quem sugerisse que a eleição fosse cancelada neste estranho 2015. A Time pode estar trolando mas a crise do Person of The Year 2015 existe. Até Donald Trump foi cogitado mas está sucumbindo à rejeição dos leitores. E olha que até Hitler já foi "Homem do Ano" da Time, em 1938.  Kim, como se sabe, é a socialite que encarna o papel de "celebridade" e nada faz exceto ser a "famosa" que comparece a eventos, posa para capas ousadas, está casada com rapper Kanye West, faz "presença vip" em lançamentos de produtos e participa de um reality show ao lado de irmãs Kardashian.  Caitlyn Jenner, ex-Bruce Jenner, o ex- padastro de Kim Kardashian que ganhou fama ao mudar de sexo. A capa mais representativa pode acabar sendo a versão acima. Ou um "coletivo", como em 2001, quando "O Manifestante" (de Ocupe Wall Street e da Primavera Árabe) foi contemplado; no ano passado, a capa foi "Combatentes do Vírus Ebola".


Memórias da redação: Nelson Rodrigues, na Manchete Esportiva, identifica o canalha nacional




PERFIL DO MISERÁVEL

por Nelson Rodrigues (crônica publicada na Manchete Esportiva - em janeiro de 1956)

"Aqui mesmo, nesta coluna, já fiz justiça ao canalha. É uma figura de incalculável riqueza interior. Tem uma irisada complexidade, que falta justamente ao justo, ao virtuoso, ao honrado. E vamos e venhamos: é repousante encontrar uma dessas criaturas que encerram toda a variadíssima sordidez da condição humana. O diabo é que é difícil, dificílimo, senão impossível, descobrir um canalha. Eis a verdade, amigos: ninguém quer ser canalha, ninguém. Saiamos de porta em porta. E, por toda parte, só encontraremos sujeitos honestíssimos, senhoras que não prevaricam nem com os próprios maridos. Até hoje, jamais apareceu alguém com bastante pureza interior para anunciar:
- "Eu sou um canalha abjeto!'
E que autorizasse:
- "Cuspam-me na cara!"
Vejam vocês: o homem é tão pusilânime que não quer ser cuspido nem por decreto. E já que nenhum canalha se apresenta como tal, é quase impossível caracterizá-lo. Ele não tem nenhum odor específico, nenhum distintivo de lapela, que o individualize entre muitos, entre todos. Aqui pergunto: como saber se o nosso amigo, o nosso companheiro, o nosso sócio é um puro ou um miserável? Como vislumbrar-lhe, por detrás da face externa e suspeita, a fisionomia interior e autêntica? É um problema de sorte. Por outras palavras: o canalha só se manifesta sob o estímulo de uma circunstância favorável.
Foi o que aconteceu, há tempos, numa excursão de rapazes e moças ao Dedo de Deus. O alpinismo, no Brasil, é o esporte mais soturno que se possa imaginar: falta-lhe o principal, que é a neve. O sujeito já sabe que não vai virar picolé. De qualquer forma, justiça se lhe faça: considero aquele que escala qualquer coisa um herói de Stalinigrado. Pois bem: sem que ninguém soubesse ou pudesse imaginar infiltrou-se, no grupo, o canalha. Desde o primeiro momento, o homem atraiu simpatias furiosas. Ninguém mais cordial e, mesmo, doce. Tinha bons dentes, boas anedotas e um tubo de drops, que prodigalizou copiosamente. Já os outros excursionistas cochichavam entre si:
- "Liga pra chuchu!"
Sim, muitíssimo liga. Até que a caravana resolveu fazer alto para o banho ao ar livre. Adotou-se a medida normal: os rapazes para um lado; as moças para o outro. Todo mundo caiu n'água, que estava uma delícia completa. Súbito, um dos rapazes, justamente o noivo de uma das pequenas, pergunta:
- Quedê o Fulano?
O Fulano era o canalha. Procura daqui, dali, é nada. Então, o noivo, com essa clarividência homicida do ciúme, deu o berro:
- "Já sei, já sei!"
Imediatamente, organizou-se a partiu a expedição punitiva. E, de fato, encontraram o miserável, pendurado de um galho, engrinaldado de folhas, assistindo ao banho das moças. Era justo, era mesmo necessário ou mesmo obrigatório, que se arrancasse, dali, o Pan sem flautas e o corressem a pontapés, a bofetões e cusparadas. Mas os rapazes, que chegavam, incidiram num erro técnico: arriscaram um olhar na direção das moças. Aconteceu o seguinte: essa nudez múltipla e molhada, que a luz valorizava, subiu-lhes à cabeça. Cada um, inclusive o noivo, ocupou seu galho estratégico para o banquete visual. Por fim, as moças deixaram o rio, enxugaram-se, vestiram-se. Só então os outros se lembraram do canalha. Já sabe: deram-lhe uma surra tremenda.

O CANALHA N° 2

por Nelson Rodrigues (crônica publicada na Manchete Esportiva - em janeiro de 1956)

No número anterior de Manchete Esportiva escrevi sobre o canalha que, encarapitado num galho, assistia ao fluvial banho de umas dez, doze moças.
Referi o episódio e aconteceu, então, o seguinte: todo mundo invejou o canalha dependurado, que se locupletara dessa nudez múltipla, molhada e total. Direi mais: por um momento, não houve leitor que não desejasse ser também um canalha assim abjeto e assim suspenso. Eram dez ou doze moças, digamos uma dúzia. E que fossem menos: quatro, três ou mesmo uma!
Hoje retomo a linha da crônica. Explico: o canalha é uma figura tão rica, complexa, irisada, que exige mais do que uma, duas, trinta crônicas. Quem fala de um sujeito honesto, está, na verdade, falando de todos os outros sujeitos honestos. Eis a verdade: nada mais parecido com um impoluto do que outro impoluto. Mas o salafrário, não: existem entre um salafrário e qualquer colega abismos irredutíveis. Cada qual apresenta suas características pessoais, intransferíveis e inassimiláveis. E é bonito quando um ser impõe essa taxativa dessemelhança face aos outros seres. Por exemplo: na semana passada, falei do canalha n°1, ou seja, o canalha do banho. Hoje, apresento outro tipo, também de uma substância incalculável. Vou numerá-lo: canalha n°2. Era goalkeeper não sei se do América, se do Fluminense. Tinha figura, tinha estampa, um perfil de John Barrymore aos 19 anos. O talho do seu nariz era tão caprichado que as meninas, no auge do arrebatamento amoroso, pediam-lhe:
- "Fica de perfil, meu bem!, fica de perfil!"
E o homem precisava ficar de lado. De resto, usava uns paletós inenarráveis. Mesmo que não fosse um Apolo, mesmo que não tivesse esse perfil sei lá se grego, se romano, venceria pela classe do paletó. Eram ternos que só faltavam falar. E com o canalha n°2, acontecia uma coisa impressionante: ou fechava o gol ou deixava entrar tudo. De certa feita papou, contados a dedos, 12 frangos. Parece incrível, mas foi preciso essa contagem histórica para que o clube abrisse os olhos. Subitamente, o time, o técnico, a diretoria, a torcida, a imprensa e o rádio descobriram tudo: o homem estava na gaveta do adversário. No vestiário, foi cercado, acuado, o presidente, em pessoa, cuspiu-lhe no rosto. Ora, que faz um sujeito nas mesmas condições? É óbvio: trata de lavar, de enxugar a cusparada. Mas o canalha n°2 era tão abjeto que lá deixou esquecida a saliva alheia, a pender-lhe da face conspurcada. Dias depois, há outro jogo. Na hora de entrar em campo, imprensam o salafrário:
- "Olha, se tu papares algum frango, já sabe: depois do jogo te faço e aconteço!"
Era o presidente do clube quem assim falava, em nome dos outros. O canalha n°2 pergunta:
- "Vocês me dão uma surra depois do jogo? E só depois do jogo?"
Pausa, pigarreia e arrisca:
- "Não podia ser antes? Já? Agora?
A partir de então, eis o que acontecia: antes de entrar em campo, o time fazia no canalha n°2 um minucioso massacre. E os pescoções, os tapas, os cascudos o transfiguravam. Com o olho rútilo, o lábio trêmulo, um ríctus de fanático, de possesso, o salafrário ia para debaixo dos três paus e não deixava entrar nem pensamento.

sábado, 28 de novembro de 2015

Há quem diga que fazer jornalismo é destacar más notícias. Mas em um sábado ensolarado, vale reproduzir notas pouco visíveis na mídia ou restritas a sites de instituições...

Em tempo de notícias ruins, vale pescar algumas coisas menos catastróficas nos jornais e sites, hoje. Dizem que o governo - sem aprovação do ajuste fiscal, orçamento etc - pode parar. Há mais notas menos deprê por aí é só pensar, e ler, fora da caixa. Tudo indica que, no mundo real, a maioria dos brasileiros continua a fazer o que lhe cabe: trabalhar, criar, sem ficar tal qual políticos a dar voltas em torno do vácuo.
Mas como hoje é sábado: bom chope!





sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Atletas do vôlei posam para calendário de 2016



por Omelete
As jogadoras de vôlei do Racing Club de Cannes acabam de lançar o Calendário 2016. Custa 8 euros mas foram impressos apenas 2 mil exemplares que estão à venda na boutique do site do clube. Clique AQUI

Direitos Humanos: terreiro de candomblé é incendiado no Distrito Federal. Suspeita é de vandalismo religioso

por Flávio Sépia
A notícia em destaque é da Agência Brasil. "Um terreiro de candomblé foi incendiado na madrugada de hoje (27), no Núcleo Rural Córrego do Tamanduá, no Paranoá (DF). O fogo começou por volta das 5h30 e destruiu o barracão da casa. Cinco pessoas dormiam na casa, mas ninguém ficou ferido. O Corpo de Bombeiros foi acionado, apagou o fogo e está fazendo a perícia do local. Mãe Baiana – coordenadora de Comunidades de Matriz Africana de Terreiros da Fundação Cultural Palmares – informou que levantou com os estralos e quando saiu o fogo já estava tomando todo o barracão. Há suspeita de que o incêndio tenha sido motivado por intolerância religiosa. Segundo Mãe Baiana, nas últimas semanas foi visto um ômega azul rondando a casa, e na noite anterior o mesmo carro passou pelo local.
Este é o mais recente caso de ataque a terreiros na região do Distrito Federal e Entorno. Mais dois templos foram atacados, em setembro, um em Santo Antônio do Descoberto (GO), outro em Águas Lindas de Goiás. Ambos foram incendiados, sendo que o primeiro foi atacado duas vezes.
O presidente da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno, Rafael Moreira, lembrou que este é o quinto ataque registrado nos últimos anos, o terceiro com uso de fogo. A federação está trabalhando para descobrir que tipo de ataque ocorreu. Acompanhada da Fundação Palmares, do Fórum de Defesa de Liberdade Religiosa e outras instituições, a federação promoverá campanha para mostrar à sociedade o que está acontecendo".

O Brasil ainda não tem o terrorismo religioso propriamente dito. Mas, pelo jeito, no futuro, vai chegar lá. O vandalismo religioso já está emplacando. E já houve casos noticiados de agressões que deixaram feridos, incluindo uma menina praticante de religião afro, e até de assassinato de um homossexual por motivação fanática de fundamentalistas religiosos. É comum também a depredação e a destruição de santos nas igrejas católicas. O que favorece o avanço da intolerância é a impunidade. Intolerância religiosa é crime mas não há um só caso de criminoso punido. Tais quais os crimes de racismo e de maus tratos a animais, o de intolerância religiosa parece não ser levado a sério pela polícia nem pela justiça brasileiras.

ATUALIZAÇÃO - O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, determinou a criação de uma Delegacia especializada em crimes de racismo e intolerância religiosa. Uma boa iniciativa. Ontem, ele visitou o terreiro de candomblé Axé Oyá Bagan, no Paranoá. O galpão da instituição foi destruído por um incêndio na sexta-feira (27). A polícia está apurando o fato e os indícios de crime.
O governados Rodrigo Rollemberg, do DF, visita o terreiro Axé Oyá Bagan. Foto Toninho Tavares/Agência Brasília. 

"Ter lúpus é bem bizarro": a frase é uma pérola do pensamento "axé" de Claudia Leitte no The Voice Brazil

por Clara S. Britto
O programa The Voice Brasil é o atual palco de bizarrices nacionais. Bate "A Fazenda", deixa longe o "Big Brother". A última mancada, por coincidência, deu-se com a palavra "bizarra". A cantora Claudia Leitte falou, no ar: "Ter lúpus é bem bizarro". A reprodução acima é do site Holofote, que mostrou as reações na rede social. A cantora de axé não foi perdoada. E não é para menos.

Donald Trump imita e debocha de repórter que sofre de doença que afeta movimentos. O atual astro da direita americana tem tietes no Brasil...



Donald Trump, um dos pré-candidatos da direita americana à Casa Branca, tem tido frequentes chiliques fascistas. É caricato, mas não se deve desprezar sua candidatura já que os grotões americanos não são confiáveis.  Ela já ofendeu imigrantes, mulheres, Obama, homossexuais e, agora, debochou de um repórter do New York Times, Serge Kovaleski, que sofre de artrogripose, doença que interfere nas articulações e dificulta movimentos. Trump - que tem uma antiga rixa com o jornalista por este ter provado que o empresário mentira ao afirmar que viu "milhares de muçulmanos comemorando em New Jersey, em 2001, a queda das Torres Gêmeas", evento que ninguém mais testemunhou - ridiculariza e imita a aparência de Kovaleski. O NYT emitiu nota criticando Trump. 

Reprodução
Na atual ascensão da direita radical brasileira, Trump tem tietes no Brasil. Um deles, segundo o Globo, hoje, é o neto do ditador (que o Globo obviamente chama de "presidente") João Figueiredo, que seria sócio do americano em empreendimentos no Rio. Segundo a matéria, o neto do ditador vive ainda na Guerra Fria, fala em ação da KGB no Brasil, diz que a grande mídia é de "esquerda", chama Dilma de "jumenta", fala que Aécio é "bunda-mole", condena o aborto, defende a liberação de armas, ataca os "gayzistas" e as "feminazis". Diz, ainda, que os movimentos de "minorias precisam ser massacrados". 
O neto do ditador tem na parede uma foto do Trump emoldurada. Tudo a ver. 
VEJA O VÍDEO DE DONALD TRUMP IMITANDO O REPÓRTER QUE SOFRE DE ARTROGRIPOSE, CLIQUE AQUI

Black Friday à americana: FBI diz que será batido nos Estados Unidos o recorde de venda de armas pessoais com descontos...

Black Friday de armas nos Estados Unidos. Uma das pistolas,
fabricada pela empresa brasileira Taurus, sai por módicos 199,90 dólares.
Perdeu, playboy. Segundo o FBI quem vai se dar bem na Black Friday nos Estados Unidos são os vendedores de armas pessoais. As lojas esperam receber, em 24 horas, cerca de 200 mil compradores de armas - entre pistolas e fuzis. Como é comum o mesmo "John Wayne" levar para casa mais de uma arma, é só fazer as contas. Segundo reportagem publicada na revista italiana Panorama - a mídia americana é mais "cautelosa" com o tema já que os fabricantes de armas e as lojas têm peso como anunciantes, especialmente fora de Nova York e Los Angeles - os dados recolhidos pelo FBI, através do sistema Nics, são considerados os mais confiáveis. Mas contam apenas as armas que são registradas ou que têm seus registros renovados. Calcula-se em 40% do total o volume de armas não legalizadas. As 190 mil armas do Black Friday se somarão às mais de 300 milhões que estão em mãos de civis no país. Os Estados Unidos têm, disparado, o maior índice de mortes por armas de fogo entre os países desenvolvidos. Um arsenal à disposição dos futuros autores de chacinas em escolas e universidades, uma prática frequente por aquelas bandas.
Já aqui no Brasil, deputados da chamada "bancada da bala" tentam demolir a legislação que limita venda e porte de armas. Devem achar que os índices de mortes por armas de fogo, no Brasil - que ocupa o 11° lugar nesse trágico ranking - ainda é pouco pro gosto deles. À frente do Brasil, estão Venezuela, Ilhas Virgens, Guatemala, Colômbia e Iraque, entre outros países em desenvolvimento. Os Estados Unidos estão frente de França, Alemanha, Cuba, Reino Unido e Japão, com um índice mais de cinco vezes superior aos "concorrentes" do primeiro mundo.
ATUALIZAÇÃO: Este texto foi escrito ontem, pouco antes de meio-dia. À tarde, mais um episódio de tiroteio no Estados Unidos foi divulgado pela CNN. Atirador, ou atiradores, investiram contra uma instituição pública de planejamento familiar. O atentado deixou mortos e feridos. Ativistas, na verdade, terroristas contra aborto já fizeram outros ataques do gênero. São grupos de inspiração religiosa que estão escalando ao poucos mais um degrau da violência. Armas, como se vê pelo recorde do Black Friday, não lhes faltam.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A Comissão dos Ex-Empregados da Bloch Editores (Ceebe) convida para assembleia amanhã, 27/11, sexta-feira, às 11h, no Sindicato dos Jornalistas. E alerta que há questões graves a discutir



Os ex-funcionários da Bloch Editores realizam assembléia, a partir das 11 horas desta sexta-feira (27/11), amanhã, no auditório do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (Rua Evaristo da Veiga, 16/17. Cinelândia). Os profissionais que trabalharam na extinta empresa vão atualizar informações sobre a situação da Massa Falida. A Comissão dos Ex-Empregados da Bloch Editores (Ceebe) conta com o comparecimento de todos e alerta que há questões graves e urgentes a discutir e atitudes a tomar diante de obstáculos que se apresentam à frente de reivindicações encaminhadas. Nesse momento, o comparecimento é ainda mais importante por demonstrar a união dos trabalhadores da extinta Bloch na luta pelos seus direitos.

Cerveró bomba na rede

Reprodução Internet
Reprodução Internet

por Omelete
Ao lado do espantoso diálogo do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), a fita gravada por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, um dos implicados na Lava Jato, tem momentos de inacreditável e involuntário humor. É quando trata de um eventual plano de fuga a ser oferecido ao acusado. Pelo tom de voz, o grupo fala sério. São várias opções, cada uma mais desastrada do que a outra. Um fala em um veleiro (???)  que seria emprestado por um amigo para cruzar os mares até Espanha e atracar em uma praia, sem passar pela imigração. Bom, é mais ou menos o que a onda de imigrantes faz. Melhor Cerveró ler jornal para descobrir que muitos desse imigrantes morrem afogados. E olha que eles saem dali de perto. O veleiro de Cerveró iria atravessar o Atlântico. Outro indica a fronteira da Venezuela, mas não diz como o fugitivo chegaria até lá. Um acha mais fácil o Paraguai. Mas ninguém pensa em como o Cerveró faria o trajeto, qualquer que fosse, sem ser reconhecido, já que ele tem uma característica, digamos, meio complicada para dissimular. Vai se disfarçar de muambeiro? Usar uma burca? Vai rolar um passaporte falso? Mas e a foto não seria percebida mesmo que o nome no documento fosse Zé do Petróleo? Um sujeito diz lá em algum momento que é melhor um jatinho. Beleza. Mas como vão tirar o Cerveró da cela. Vão apenas pedir para ele sair rapidinho pra fazer um check-in?
Mas nem o cinema, em filmes do Gordo e Magro ou de Groucho Marx, planejou fugas com tantos elementos para dar errado. As redes sociais, claro, deitam e rolam no assunto. Algumas das perguntas que os internautas fazem: como Nestor Cerveró pensava em se disfarçar? Usaria uma peruca? Fingiria que não estava vendo o guichê de controle de passaporte, daria uma olhadinha pro lado e passaria batido?
A sugestão mais viável parece mesmo fazer o homem fingir que é um quadro do Picasso...
O fato é que a roda de muy amigos tentando planejar o pinote não apenas tornou o Cerveró motivo de gozação. Pergunta se com a fuga planejada o juiz Moro vai liberar o cara para prisão domiciliar?
Difícil. E se o veleiro já estiver pronto para zarpar?