A notícia em destaque é da Agência Brasil. "Um terreiro de candomblé foi incendiado na madrugada de hoje (27), no Núcleo Rural Córrego do Tamanduá, no Paranoá (DF). O fogo começou por volta das 5h30 e destruiu o barracão da casa. Cinco pessoas dormiam na casa, mas ninguém ficou ferido. O Corpo de Bombeiros foi acionado, apagou o fogo e está fazendo a perícia do local. Mãe Baiana – coordenadora de Comunidades de Matriz Africana de Terreiros da Fundação Cultural Palmares – informou que levantou com os estralos e quando saiu o fogo já estava tomando todo o barracão. Há suspeita de que o incêndio tenha sido motivado por intolerância religiosa. Segundo Mãe Baiana, nas últimas semanas foi visto um ômega azul rondando a casa, e na noite anterior o mesmo carro passou pelo local.
Este é o mais recente caso de ataque a terreiros na região do Distrito Federal e Entorno. Mais dois templos foram atacados, em setembro, um em Santo Antônio do Descoberto (GO), outro em Águas Lindas de Goiás. Ambos foram incendiados, sendo que o primeiro foi atacado duas vezes.
O presidente da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno, Rafael Moreira, lembrou que este é o quinto ataque registrado nos últimos anos, o terceiro com uso de fogo. A federação está trabalhando para descobrir que tipo de ataque ocorreu. Acompanhada da Fundação Palmares, do Fórum de Defesa de Liberdade Religiosa e outras instituições, a federação promoverá campanha para mostrar à sociedade o que está acontecendo".
O Brasil ainda não tem o terrorismo religioso propriamente dito. Mas, pelo jeito, no futuro, vai chegar lá. O vandalismo religioso já está emplacando. E já houve casos noticiados de agressões que deixaram feridos, incluindo uma menina praticante de religião afro, e até de assassinato de um homossexual por motivação fanática de fundamentalistas religiosos. É comum também a depredação e a destruição de santos nas igrejas católicas. O que favorece o avanço da intolerância é a impunidade. Intolerância religiosa é crime mas não há um só caso de criminoso punido. Tais quais os crimes de racismo e de maus tratos a animais, o de intolerância religiosa parece não ser levado a sério pela polícia nem pela justiça brasileiras.
ATUALIZAÇÃO - O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, determinou a criação de uma Delegacia especializada em crimes de racismo e intolerância religiosa. Uma boa iniciativa. Ontem, ele visitou o terreiro de candomblé Axé Oyá Bagan, no Paranoá. O galpão da instituição foi destruído por um incêndio na sexta-feira (27). A polícia está apurando o fato e os indícios de crime.
O governados Rodrigo Rollemberg, do DF, visita o terreiro Axé Oyá Bagan. Foto Toninho Tavares/Agência Brasília. |
5 comentários:
Impunidade é a marca do Brasil, por isso esse fanáticos fazem isso
Tem outro tipo de crime que a Justiça nem outras autoridades punem no Brasil: o vandalismo em estátuas e bens públicos, fogo em ônibus a mando de traficantes. Um garoto quebrou a estátua de Tom Jobim e a Prefeitura achou engraçado e disse que não foi vandalismo. E a conta para consertar não vai para o vandalo mas para o contribuinte
O fanatismo vai tornar esse um problema grave para o Brasil que sempre teve liberdade religiosa. A Bíblia não ensina isso, são os pilantras, bandidos travestidos de líderes de araque que incentivam essas agressões usando o nome de Jesus.
Parabens ao governador e que outras autoridades sigam seu exemplo. E que a polícia ache os criminosos e bote na cadeia e mande eles pagar o prejuízo.
O incrrivel foi a devastação do incêndio. Não sobrou nada.
Postar um comentário