Claro que a "proibição" jamais era assumida. Ficava implícita. "Negro não vende" é, ou foi, uma frase muito repetida em grandes editoras até recentemente. Parte dessa rejeição era reforçada, junto às editoras, pelas agências de publicidade baseadas em supostas pesquisas, em análises do consumidor, o que fosse. No fundo, era apenas a voz do preconceito. A Claudia já pôs na capa Taís Araújo e Camila Pitanga. Foi um avanço, apesar do que parece uma condição: antes, como no caso da Maju, a personagem da capa deve construir sua fama na TV. Se as revistas se abrem aos novos tempos, passarelas de moda, publicidade e mesmo a TV e o cinema ainda resistem à mulher negra ou a condicionam a papeis que imaginam "adequados".
Ao longo de 40 anos, uma trajetória que chega ao fim neste mês, a Playboy brasileira pôs na capa não mais do que cinco ou seis mulheres negras. Assim como foram raríssimas as capas da Manchete com estrelas negras, fora as do futebol e do carnaval. Bebês negros na Pais & Filhos? Modelos negras na Desfile? Difícil ou impossível. Na Veja? Só se estivesse envolvido em algum escândalo.
Por tudo isso, é marcante a capa da Maju, ainda mais com uma chamada que remete aos recentes ataques de intolerância e racismo que ela sofreu através das redes sociais.
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