domingo, 25 de outubro de 2009

O Trem? Que trem?

Hoje, li com tristeza uma reportagem no jornal O Globo em que foca o abandono em que se encontram as ferrovias, privatizadas ou não, da malha ferroviária do país. O estranho nessa história é que os países,– fora os EUA – que colaboraram na nossa colonização sempre priveligiaram o transporte ferroviário. A velha Europa tem o seu continente cortado de norte a sul e de leste a oeste por llnhas férreas que o levam a qualquer parte dele. Sem falar no "Orient Express", uma composição – de alto luxo – que transportava o seu passageiro, de Londres a Istambul, na Turquia, passando por vários paises. O "Orient Express" serviu até de cenário para um dos romances p0liciais de Agatha Christie. A Índia, colonizada pelo Império Ingles , até hoje tem nos seus trens o seu melhor meio de transporte implantado por esses mesmos ingleses, que vieram implantar no Brasil a "Leopoldina Raylwais", que parece ficou nisso. Para citar o EUA, que para conquistar e implantar o o seu domínio, atravessou o país do Atlântico ao Pacífico com a estrada de ferro ou, o chamado "Cavalo de Ferro", assim chamado pelos habitantes naturais do oeste americano, os Índios selvagens americanos.
O Brasil não chegou nem a ter uma linha férrea, que ligasse Rio de Janeiro a São Paulo com eficiência e produtividade.
Agora, a megalomania de um governo, que não sabe nem que é governo, quer criar o "trem bala" ligando Rio a São Paulo. Imagina, se nem conseguiu a proeza, simples, de fazer essa comunicação tradicional, quer fazer através de um meio complexo e de alto custo tecnológico, que não tem.
O presidente Juscellino Kubischek, que dizem progrediu o país cincoenta anos em cinco, conseguiu acabar com a malha ferroviária, que não era tão boa, para implantar as rodovias, que atravessariam o país, favorecendo desta maneira as montadoras de automóveis.
Hoje, temos estradas por todos os Estados brasileiros pagando um preço muito alto por esse transporte rodoviário. O país progrediu cincoenta anos em cinco? Na minha opinião, não. Acho até que regrediu.
Há cincoenta anos atrás existia no Brasil um serviço marítimo de cabotagem, por pequenos navios batizados de "Ita", que faziam o transporte, não só de passageiros como o de cargas comerciais e alimentos. Esses "Itas"iam parando de porto em porto descarregando as suas encomendas por um preço baixo o que facilitava a sua comercialização. Acabaram também com essa modalidade de transporte barato que facilitava as trocas comerciais sem inflacionar o mercado. Praticamente a única forma de transporte no brasil, sem falar no avião, que é um transporte caro, é o automóvel e o caminhão, transportes em nada econômicos se comparados com o trem e o navio mercante.
Mas, é assim que esse país vem funcionando, porque é assim que as grandes empresas, nacionais ou não, querem, para se enriquecerem, na venda dos seus combustiveis, às custas do bolso do povo.

40 anos: gol mil do Pelé























Na noite de 19 de novembro de 1969, cerca de 100 mil pessoas testemunharam no Maracanã um dos mais esperados acontecimentos esportivos da época: o gol mil de Pelé. A festa do craque foi contra o Vasco, que brigou em vão para botar água no chope da comemoração. O primeiro tempo acabou em 1x1. No segundo tempo, aos 34 minutos, o zagueiro Fernando fez falta em Pelé. Pênalti cobrado no canto esquerdo de Andrada. O bom goleiro argentino foi na bola e quase defendeu o chute. Daí a sua famosa cena, revoltado, esmurrando o gramado. A preocupação de Andrada, contou o próprio anos depois, era passar à história do futebol não como um jogador de méritos e conquistas no Brasil e na Argentina mas simplesmente como "o goleiro que tomou o gol mil do Pelé". Há muitas "teorias da conspiração" sobre a história do gol mil. Em outubro, cerca de um mês e meio antes do fim do campeonato - não era o Brasileirão ainda mas o Robertão, Torneio Roberto Gomes Pedrosa, ampliado pela então CBD - Pelé tinha 989 gols. Faltavam onze gols e o Santos forçou a barra e programou jogos amistosos além de cumprir a tabela oficial. Havia a suspeita de que a direção do clube queria que o gol mil acontecesse no Maracanã. Pelé foi enfileirando e fuzilando goleiros. Faltavam dois gols quando, em um desses jogos amistosos contra o Botafogo de João Pessoa, foi marcado um pênatli contra o time nordestino. A torcida vibrou e pediu em coro que Pelé batesse a penalidade. O que foi feito, saiu o gol 999. Havia um boato de que qualquer outra bola que Pelé chutasse na direção do gol naquele jogo entraria. Lula, o treinador do Santos, sabendo disso, tomou precauções. Como algo que parecia combinado, o goleiro do Santos, Jair Estevão, começa e se contorcer e cai em campo. O reserva quem era? Pelé. E o técnico logo determina que ele assuma a posição. A torcina paraibana fica na saudade. O resto é história. A bola da vez fica com o Vasco. Com direito a paradinha, Pelé marca, beija a bola, pede pelas crianças, dá a volta olímpica. O jogo é interrompido por cerca de 20 minutos e o Vasco, prejudicado pela festa, não tem mais tempo de reagir. Pelo menos, algo da comemoração fica em casa: Pelé, sabe-se, é vascaíno assumido e apaixonado.
Melhor ficar com um trecho da crônica que Nelson Rodrigues escreveu no Globo, no dia seguinte: "Quando a bola foi colocada na marca do pênalti criou-se um suspense colossal no estádio. O meu colega e amigo Villas-Bôas Corrêa, que não tinha nada de passional, estava comovido da cabeça aos sapatos.A louríssima, por mim citada, sentia-se cada vez mais noiva de Pelé. O marido, ao lado, parecia concordar com o noivado e dar-lhe sua aprovação entusiástica. Eu não sei como dizer. Estávamos todos crispados de uma emoção, um certo tipo de emoção, como não conhecíamos. Ao que íamos assistir já era História e já era Lenda. Imaginem alguém que fosse testemunha de Waterloo, ou da morte de César, sei lá. (...) No ex-Maracanã fez-se um silêncio ensurdecedor que toda a ciade ouviu. No instante do chute, a coxa de Pelé tornou-se plástica, elástica, vital como a anca do cavalo. (...) Pelé voou, arremessou-se dentro do gol. Agarrou e beijou a bola. E chorava, o divino crioulo. Cem mil pessoas de pé, aplaudiam como na ópera. Depois, assistimos a volta olímpica. Pelé com a camisa do Vasco. Naquele momento, éramos todos brasileiros, como nunca, apaixonadamente brasileiros".
De resto, foi mesmo uma noite histórica. Gonça, que estava lá, não viu, mas segundo Nelson até a grã-fina de narinas de cadáver vibrava nas cadeiras especiais. Era a noite, ainda segundo o genial cronista, em que os vivos deviam sair de suas casas e os mortos de suas tumbas.
(Na sequência acima, imagens reproduzidas da revista Manchete)

sábado, 24 de outubro de 2009

Um bom finalzinho de sábado para todos

Com tantas notícias tristes de violência na nossa cidade maravilhosa (para mim será sempre maravilhosa), uma imagem para dar uma relaxadinha na tensão...

Alô Eduardo Paes!

A prefeitura gasta dinheiro para recuperar a vegetação nativa das dunas de Ipanema e permite a instalação de mafuá na área. Vá entender...

Metrô quase chegando

Um belo sábado na cidade olímpica!

Me dá um dinheiro aí

por Eli Halfoun
Vem mais uma eleição por aí (pra que tanta eleição se quem ganha esse bom “emprego” não resolve nada a não ser a própria boa vida?) e uma velha discussão voltará ao palanque: a utilização do chamado horário gratuito (mas mesmo assim comercializado por baixo do tapete) que custa uma fortuna para os cofres públicos e acarreta um enorme prejuízo nas grades de programação das emissoras de rádio e televisão – isso sem contar o estrago que faz na paciência do eleitor, cansado de tantas promessas e baboseiras. As opiniões se dividem: alguns políticos acham que a propaganda gratuita ajuda a eleger e outros acreditam que esse tipo de propaganda não acrescenta nada e, pelo contrário, abala ainda mais a já desacreditada (e bota desacreditada nisso) imagem da política e, evidentemente, dos políticos. No ano que vem a propaganda política custará mais 272% se comparada aos gastos de 2006. Os cofres públicos não desembolsam dinheiro vivo, mas por conta da isenção fiscal permitida aos veículos de comunicação os cofres públicos que são engordados com o exagerado número de impostos que pagamos perdem milhões. A estimativa da Receita Federal é a de que as emissoras de comunicação deixarão de pagar em 2010, por conta isenção fiscal com o horário gratuito, nada mais nada menos do que R$ 851,1 milhões. Nos últimos oito anos a isenção fiscal permitida às emissoras de rádio e de televisão provocou aos cofres públicos perdas de 2,8 bilhões. Pesquisa realizada no ano passado concluiu que 61% dos eleitores admitem que o horário político no rádio e televisão influencia sua decisão de voto. Vai ver é por isso que continuamos votando errado. (Na reprodução, uma charge antológica e atualíssima do Mariano, publicada na revista Fatos, edição número 22, em 1985. Mariano era um dos principais colaboradores da revista semanal de informação e análise dirigida por Carlos Heitor Cony, da extinta Bloch Editores)

Família Obama fotografada por quem já fez Manchete

Foi divulgada a foto oficial dos Obama, atuais inquilinos da Casa Branca. A autora de imagem, Annie Leibovitz, que é uma espécie de fotógrafa oficial da família, conhece a turma há cinco anos e já apontou a câmera para o clã em várias ocasiões, incluindo um ensaio para a Vanity Fair.
Certa vez, a jornalista Daisy Prétola, uma das autoras do livro Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou (Desiderata), foi ao Copacabana Palace para entrevistar a modelo Jerry Hall, então top das top, que estava no Brasil para sessões de fotos justamente com a Annie Leibovitz. Ao se apresentar como repórter da revista Manchete, falando com a modelo, ao lado da fotógrafa, e ressaltando que pretendia fazer uma matéria para a capa, Daisy se surpreendeu ao ouvir da badalada Leibovitz que conhecia e admirava a revista brasileira e gostaria de fazer as fotos. E mais, não cobraria nada pelo trabalho. Para Adolpho Bloch, melhor assim e assim foi feito. Jerry Hall foi capa da Manchete, fotografada por Annie Leibovitz, uma das mais disputadas profissionais do mundo.
E aí estão Obama, Michelle, Malia e Sacha clicadas pela mesma autora de um certa capa da Manchete no começo dos anos 80. (Foto Annie Leibovitz/Divulgação/Casa Branca)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Prêmio Imprensa Embratel

O Prêmio Imprensa Embratel divulga finalistas. Os vencedores serão conhecidos no dia 11 de novembro, em cerimônia no Rio de Janeiro. São 52 trabalhos que concorrem em 17 categorias, além do Grande Prêmio Barbosa Lima Sobrinho para o melhor trabalho. Os nomes dos profissionais premiados serão conhecidos na festa de entrega dos troféus, no Rio de Janeiro. A edição 2009 teve 1.219 trabalhos inscritos de todo o país. São 956 trabalhos nacionais e 263 regionais concorrendo a 18 premiações.
Confira a relação de finalistas, por categoria:
Jornal e Revista
A ENFERMARIA ENTRE A VIDA E A MORTE / A MULHER QUE ALIMENTAVA, de Eliane Brum - Revista Época;
FAVELA S.A., de Sérgio Ramalho, Cristiane de Cássia, Dimmi Amora, Fernanda Pontes, Selma Schmidt, Carla Rocha e Luiz Ernesto Magalhães - Jornal O Globo;
OS ANTI-HERÓIS - O SUBMUNDO DA CANA, de Joel Silva e Mário Magalhães - Jornal Folha de São Paulo;
Televisão
EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA, de Alan Severiano e equipe - TV Globo – Rio;
ESCRAVOS DO SÉCULO 21, de Mauricio Ferraz e equipe - TV Globo – Rio;
O HORROR DA PEDOFILIA, de Lúcio Sturn, com participação de Alline Passos e Christina Lemos - TV Record;
Jornalismo investigativo
A FARRA DAS PASSAGENS, de Lúcio Lambranho, Edson Sardinha e Eduardo Militão - www.congressemfoco.com.br;
A MÁFIA DA MERENDA ESCOLAR, de Vinicius Mello Costa - TV Record;
CASO ZOGHBI, de Andrei Meireles e Matheus Leitão - Revista Época;
FILA DA VIDA ESTÁ PARADA, de Pâmela Oliveira - Jornal O Dia;
Reportagem Econômica
ATÉ ONDE VAI ESTA CRISE (E COMO ELA PODE AFETAR O BRASIL), de Angela Pimenta, Tatiana Gianini, Tiago Maranhão e Luciene Antunes - Revista Exame;
CRISE ECONÔMICA, de Ana Paula Padrão e equipe - TV SBT;
O BRASIL QUE EMERGIRÁ DA CRISE, de Ricardo Allan, Vânia Cristino, Mariana Flores, Letícia Nobre, Edna Simão, Vicente Nunes, Luciana Navarro, Karla Mendes e Luciano Pires - Jornal Correio Braziliense;
Responsabilidade Socioambiental
A MORTE LENTA DA FLORESTA DO MAR, de Leonardo Cavalcanti - Jornal Correio Braziliense;
ESTÁ EM SUAS MÃOS, de Paulo Rebelo, Luciana Veras, Júlia Kacowiez, Thiago Marinho, Eduardo Costa, Phelipe Rodrigues, Marcel Tito, Taciana Góes e Tatiana Sotero - Diário de Pernambuco;
TRÁFICO DE ANIMAIS: NA ROTA DA EXTINÇÃO, de Fábio Diamante e equipe - TV SBT;
Reportagem esportiva
A COPA DO MUNDO É NOSSA, de Helvídio Mattos e equipe - ESPN Brasil;
APARTHEID - PORTUGUESA SANTISTA, de Marcelo Outeiral e equipe - TV Globo Rio; ARAGUARI, PIONEIRAS DO FUTEBOL FEMININO, de Renato Peters e equipe - TV Globo – Rio;
Reportagem Fotográfica
CRISE, QUE CRISE?, de Marcelo Carnaval - Jornal O Globo;
LADRÃO EM FUGA, de Adenilson Nunes - Jornal Correio da Bahia;
TIROS E SOCOS NAS LARANJEIRAS, de Daniel Ramalho - Jornal do Brasil;
Reportagem cinematográfica
ATOL, A BELEZA MARINHA DENTRO E FORA D\'ÁGUA, de Josimar Parahyba - TV Globo Nordeste;
FLAGRANTE SUPERVIA, de Eduardo Torres - TV Globo – Rio;
JOVEM MORTE, de Junior Alves - TV SBT;
Rádio
CAMINHAR SOBRE RODAS: A VIDA DOS USUÁRIOS DE CADEIRAS DE RODAS NO BRASIL, de Cristina Coghi e Fernando Gallo - Rádio CBN;
OBESIDADE INFANTIL: UMA EPIDEMIA CONTEMPORÂNEA, de Marcelo Santos - Rádio Catarinense;
PERIGO NA TELA: O VÍCIO DO NOVO SÉCULO, de Marcelo Santos - Rádio Catarinense;
Jornalismo cultural
100 ANOS DE CARTOLA, de Lívia Carla - Rádio MEC;
MACHADO DE ASSIS - 100 ANOS DE MEMÓRIA, de Ana Lúcia do Vale e Kamille Viola - Jornal O Dia;
MACHADO DE ASSIS SOMOS NÓS, de Schneider Carpeggiani e Fabiana Moraes - Jornal do Commercio / PETecnologia da Informação, Comunicação e Multimídia;
Veículo Especializado
CAMINHOS DIGITAIS DO CEARÁ, de Thiago Cafardo, Luiz Henrique Campos e Demitri Túlio - Jornal O Povo;
RETRATO DE UMA DÉCADA, de Gilberto Pavoni Junior, Vitor Cavalcante, Felipe Dreher e Ana Lúcia Moura Fé - Information Week Brasil;
SEGURANÇA NO E-COMMERCE, de Sandra Cunha - Revista SecurityTecnologia da Informação, Comunicação e Multimídia;
Veículo Não-Especializado
INTERNET, de Patrícia Travassos - TV SBT;
TECNOLOGIA PARA ESPECIAIS, de Julia Tavares - Rede Minas de Televisão;
VOCÊ JÁ USOU O TWITTER? SOB O OLHAR DO TWITTER, de Renata Leal e Ivan Martins - Revista Época;
RegionalCentro-Oeste
MENINOS SEM FUTURO, de Vinicius Jorge Sassine - Jornal O Popular;
O CAMINHO DA ILUSÃO, de Carmen Souza - Jornal Correio Braziliense;
OS DIREITOS DA INFÂNCIA, de Erika Klingl - Jornal Correio Braziliense;
Nordeste
ARQUIVO MORTO - MÁFIA DAS EXECUÇÕES EM FORTALEZA, de Demitri Túlio, Cláudio Ribeiro e Thiago Cafardo - Jornal O Povo;
FERIDAS ABERTAS DA FOME, de Carol Almeida e Ciara Carvalho - Jornal do Commercio / PE;
VÍTIMAS DA OMISSÃO, de Isly Viana e equipe - TV RecordNorte;
DA ESCURIDÃO PARA A LUZ, Silvio Martinello - Jornal A Gazeta;
TRABALHO ESCRAVO, de Nyelsen Martins e equipe - TV Record;
WAIMIRI-ATROARI, MASSACRES, RIQUEZAS E MISTÉRIOS, de Ricardo Oliveira e Orlando Farias - Jornal Amazonas em Tempo;
Sudeste
CONSELHO DE MARAJÁS, de Alana Rizzo, Amaury Ribeiro Jr. e Alessandra Mello - Jornal Estado de Minas;
INFÂNCIA INTERROMPIDA, de Jussara Soares - Jornal Diário de São Paulo;
O GOLPE DO SINAL AMARELO, de Antero Gomes - Jornal Extra;
Sul
A EPIDEMIA DO CRACK, de Itamar Melo e Patrícia Rocha - Jornal Zero Hora;
GOLPISTAS DA MENSAGEM PREMIADA DETALHAM ESQUEMA QUE ATINGE VÍTIMAS NO RIO GRANDE DO SUL, de José Renato Ribeiro - Rádio Gazeta AM 1.180;
MÁFIA LARANJA, de Mauri König - Gazeta do Povo

Vote na Melhor Capa do Ano






















A ANER, Associação Nacional de Editores de Revistas, promove a escolha da Melhor Capa do Ano. Nas reproduções, algumas publicações que concorrem ao título. Quem quiser pode votar no link Melhor Capa do Ano

Destak em alta

A partir de segunda-feira, 26, o jornal Destak passa a circular em São Paulo com 200 mil exemplares. Na sexta, alcançará 250 mil exemplares, segundo o diretor comercial do Destak, Claudio Zorzett. A publicação estará em 500 pontos fixos, além de 200 entregadores na rua, em 180 cruzamentos. O Destak passa a ser o jornal com maior circulação na cidade de São Paulo, segundo o IVC - Instituto Verificador de Circulação.

Correspondente da guerra urbana

Você quer fazer um tour pela Guerra do Rio? Visite o site do fotógrafo Ayrton Camargo, profissional que foi da Manchete, e se sinta por dentro dos combates em imagens de 360º. Entre no link.
A guerra carioca, por Ayrton Camargo

Na rua, na chuva e sem renda

por Eli Halfoun
Quem é obrigado a circular, mesmo que seja de carro, pelas principais avenidas do centro do Rio o faz apressado e nervoso (é o medo), mas mesmo assim dá para perceber um grande número de pessoas que se acumulam debaixo de marquises, especialmente na altura da Central do Brasil: nem todos são, ao contrário do que se pensa, moradores e rua. Pelo contrário: são trabalhadores que têm onde morar (mal, é verdade), mas que não podem retornar às suas casas por falta de dinheiro para as passagens de ônibus, trem, seja lá o que for. A matemática é, ao contrário daquela praticada oficialmente, simples: se o cidadão trabalhador sai do trabalho e volta para casa não terá dinheiro para voltar ao trabalho no dia seguinte e muito menos para comprar o feijão com arroz do dia a dia da família.Esse é mais um problema social ao qual não se dá a menor bola e o resultado é o aumento de itinerantes “moradores” de rua. Vejamos: quem ganha R$ 500 ou R$ 600 mensais (nenhum trabalhador desses que realmente pegam no pesado), ganha mais do que isso não pode pagar no mínimo R$ 10 por dia de passagem até porque trabalharia somente para pagar a condução. Dirão os patrões ( e os governos) que existem os vales transporte e refeição, mas nem todas as empresas os distribuem como deveriam. Além do mais sabemos todos que esses vales são na maioria das vezes, trocados por dinheiro vivo para cobrir despesas do obrigatório sustento diário (saco vazia não fica em pé, como se diz popularmente).O elevado preço da (das) passagem tem provocado também o desemprego de muitas diaristas: nenhum patrão, que geralmente também é um mal pago assalariado, pode dispor todos os dias de R$ 10 ou R$ 15 para a passagem, além da diária que nem anda tão baratinho assim. A conseqüência é o desemprego: a classe média (a que mais utiliza esse tipo de serviço) não tem condições de arcar com mais uma despesa mensal com de diarista e passagens, o que a faz abrir mão do quase sempre necessário auxílio de uma faxineira, que, aliás, trabalham cada vez menos aumentando o número de empregados informais. Não é muito raro ver em lojas estabelecimentos assim: ”precisa-se de balconista que more perto”. Não, o patrão não está preocupado com o desgaste físico do empregado no corre-corre da locomoção diária, mas sim em não ter quer desembolsar o vale transporte ou outro vale qualquer que geralmente não vale nada. O alto preço das passagens (e essa já é outra discussão) está cerceando a liberdade do trabalhador de ir e vir. Ou ele vem e não volta (haja marquises) ou simplesmente não vem mais e acaba aumentando a estatística de um desemprego que não deixa esse país caminhar realmente (e não necessariamente a pé) pra frente. Pra frente como se a população é obrigada – e cada vez mais – a estacionar debaixo de qualquer marquise imunda.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

TV mundial


O You Tube experimenta transmitir acontecimentos ao vivo. Está a um passo da TV mundial. O site fez isso durante uma coletiva de Barack Obama e agora se prepara para transmitir ao vivo, no dia 25 de outubro, uma show da banda U2. Poderá ser visto em 16 países, Brasil incluido. É só entrar no You Tube, canal da banda, às 20h30, horário de Los Angeles, 15h30 hora do Brasil.


Fritos e mal pagos

por Eli Halfoun
Dois mil policiais militares estão nas ruas (nos campos de batalha) para combater a marginalidade que nos tem atormentado. A mobilização tem, não há dúvidas, a principal missão de capturar os marginais que derrubaram o helicóptero que resultou na morte de PMs em serviço oficial. Diante dessa informação uma pergunta é inevitável: se agora é possível tirar dos quartéis dois mil policiais, onde eles ficam e atuam o ano inteiro? Não seria mais competente se esses mesmos dois mil policiais estivessem nas ruas todos os dias para tentar evitar que conflitos como os de agora sejam figurinha repetida, uma história que estamos cansados de conhecer? É verdade que enquanto (até quando?) policiais estiverem agindo próximo aos morros, onde se transformam em verdadeiros alvos humanos, as coisas por lá certamente ficarão mais calmas. Todo mundo sabe que sem poder agir em seus quartéis generais os traficantes procuram (e acham) outra maneira de faturar e assim colocam seus paus-mandados em locais movimentados para cometerem pequenos furtos ou grandes assaltos, o que significa que a maioria da população continua desprotegida. A polícia está, sim, mobilizada, mas essa guerra está longe de acabar: por mais que mostre serviço a polícia não tem (será que um dia terá) o mesmo poder de fogo dos marginais armados até os dentes.Agora mesmo os jornais noticiam que foram apreendidos cinco poderosos fuzis (com poder idêntico aos que derrubaram o helicóptero) supostamente comprados das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Cinco foram apreendidos, mas certamente muito outros chegaram às mãos dos bandidos. A Policia Militar enfrenta uma luta desigual contra um poderoso gigante armado. Mesmo com todo o momentâneo esforço da polícia só nos resta a esperança de que um dia o pequeno David (no caso a polícia) consiga derrotar o gigante bandido, que são os marginais. Enquanto isso ao acontecer e bom precaver-se (principalmente agora) nas ruas, onde os bandidos buscam novas fontes (e essas fontes somos nós) de renda. Pelo visto continuaremos fritos e mal pagos. Aliás, fritos sempre estivemos. Mal pagos também.

Bala perdida

Viver é muito perigoso, já dizia Guimarães Rosa. Viver no Rio de Janeiro nos dias de hoje é muito mais perigoso do que pensava o nosso laureado escritor. A bala perdida vai te encontrar dormindo em sua cama, saindo do cinema depois da última sessão ou chupando um picolé no quiosque do MacDonald ou mesmo flertando com a lourinha sentada ao seu lado no onibus 119. A bala perdida não tem hora certa nem lugar marcado. Ela chega nos momentos mais imprevisiveis que se pode imaginar. Não tem a história daquele cidadão que cansado da vida e por ser maluco mesmo queria se matar, mas não pelas próprias mãos resolveu se suicidar morto por bala perdida. Bem informado, sabia os dias e as horas que o BOPE ia invadir os "morros dos macacos"do Rio e corria para ficar entre o fogo cruzado entre o BOPE e os bandidos. Mas, as balas perdidas se recusavam a encontrar o senhor suicida. Elas, durantes essas ações mataram mais uns tres ou quatro pessoas, inclusive um menino de dez anos, que era puxado pela mão por sua mãe que fugia das balas que cruzavam as ruas onde ocorria o confronto. O senhor suicida permanecia muito vivo e muito irritado, quase perdendo a paciência por não conseguir atingir o seu objetivo. Durante à noite, onde se podia ver as balas traçantes, iluminadas, cortando o breu da noite, o senhor suicida corria atrás delas na esperança de se chocar com uma delas no meio do caminho. Nada dava certo. O senhor suicida começou a ficar famoso. A imprensa falada, escrita e televisiva passou a perseguir esse maluco na esperança de focar o momento decisivo desse encontro fatal que se tornaria a maior foto e a maior reportagem do século XXI. Em todo confronto entre a polícia e a bandidagem dos morros e no meio o senhor suicida, lá estava a mídia com toda a sua parafernália na espera desse momento. Na verdade alguns repórteres e fotógrafos foram atingidos por bala perdida. Um deles morreu no ato com uma bala perdida na cabeça. Alguns editores pensaram em contratar um atirador profissional para que no meio da ação, o atirador encondido em um terraço de um prédio qualquer, acertasse o senhor suicida e a sua reportagem estaria feita.
A tentativa foi feita mas o atirador profissional errou. Um dos jornais contratou uma enfermeira para acompanhar o senhor suicida e aonde ele ia ela ia atrás. A enfermeira era uma mulher bonita, nos seus quarenta anos e cumpriu fielmente o seu contrato,
No último confronto da polícia e os bandidos o senhor suicida não apareceu, esse confronto foi, na opinião dos entendidos o que mais teve bala perdida, Uma delas atingiu um cameraman jogando-o a tres metros de distância.
Desesperada, a Mídia procurou por todos os cantos da cidade o paradeiro do maluco suicida. O suicida não foi encontrado. No dia seguinte vieram a saber que o senhor suicida tinha fugido com a enfermeira e se achava escondido na prais de Búzios, em Cabo Frio, gozando alegremente das delícias do amor com a sua nova obsessão, a enfermeira Deollinda.

A bolsa e a vida


por Eli Halfoun

Não faz muito tempo quando se falava em assalto vinha imediatamente a frase “a bolsa ou a vida”, famosa e de certa forma descritiva também por conta de uma também famosa crônica. Hoje os ladrões não pedem mais a bolsa: vão logo e violentamente arrancando relógio, celular, carteira e se bobear também a nossa roupa.. e muitas vezes a vida. A bolsa da moda não é a que os ladrões nos tomam, mas a que o governo dá: a Bolsa Família já distribuiu exatos R$ 57,7 bilhões para 12 milhões de famílias, a metade no nordeste, o que prova uma vez mais que é preciso dar mais atenção (e não só dinheirinho) para o bravo povo de um nordeste que nem os nordestinos aguentam mais. A Bahia de tantas músicas e um alegre carnaval está em primeiro lugar entre os estados beneficiados: foram contempladas - se é que se pode chamar de prêmio a mísera gorjeta dessa Bolsa - 1,5 milhões de famílias baianas. Dados oficiais confirmam quer hoje 25% da população de 5.564 municípios recebe o benefício (varia entre R$ 22 e R$ 200) da Bolsa Família... e, pelo visto, mais nada. Não é nada, não é nada... é coisa nenhuma.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

E os jovens favelados?

É muito fácil do alto de um mandato de Presidente de um País soltar frases feitas, a torto e à direita, como se fosse salvar ou consertar situações como a do Rio de Janeiro com relação ao banditismo e o tráfico de drogas que domina essa cidade. Não será com Tropas Especiais de assalto que acabará com o bandido das favelas. Resultará em muitas mortes, é verdade, mas não acabará com o bandido. O banditismo no Rio se tornou um problema social e só com soluções sociais, a longo prazo, teremos, senão erradicado, pelo menos substancialmente reduzida a bandidagem que hoje impera e manda na cidade, que dizem "maravilhosa".
Escolas primárias muitas escolas no entorno das favelas. Postos de saúde, saneamento básico nas favelas, urbanização dessas favelas, transformando os seus barracos em moradias dignas e saudáveis. Fazendo essas obras o Rio terá recuperado os jovens favelados, que perdidos num mundo sem objetivos se voltam para o crime como única alternativa para a sua vida, pobre e miserável. Não será com a força e muita bala de fuzil AR-15, que esse problema será resolvido.

A censura avança

Depois da Globo, que, segundo informações veiculadas pela imprensa, instituiu normas internas sobre os blogs, twitters, sites etc dos seus contratados, os estúdios de Hollywood anunciam que pretendem restringir facebooks e twitters dos seus atores para evitar vazamento de imagens e conteúdos dos seus filmes. Atores como Cameron Diaz e Mike Myers já teriam renovado seus respectivos contratos sob as novas normas. Diz-se que a NBA, a liga de basquete americana, também estuda censurar atletas e treinadores. A livre circulação de informações parece assustar algumas instituições, a própria mídia, especialmente no segmento de entretenimento. Obviamente, empresas e entidades têm o direito de preservar informações essenciais de iniciativas, projetos e estratégias. Assim como os profissionais contratados e envolvidos nessas operações têm o dever de preservar tais informações. Mas é preciso cuidado para que tanto controle não venha a sufocar os direitos pessoais e as manifestações de opinião.
É o grande risco. E seria uma censura inadmissível.

Perguntar não ofende

por Eli Halfoun
1 - Por conta do recente conflito que mais uma vez apavorou a gente pacata do Rio, o presidente Lula ganhou a manchete do Jornal do Brasil com essa declaração: “É preciso limpar a sujeira que traficantes impõem ao Brasil”. Não só essa, mas corre o risco do Brasil acabar com toda a água e sabão do planeta se decidir realmente limpar toda a sua sujeira. Quando é que finalmente vamos fazer isso?
2 - Durante o recente, mas certamente não o último, conflito entre traficantes e policias no Rio o ministro da Justiça, Tarso Genro, veio a público e colocou à disposição do governo carioca a ajuda da Força Nacional de Segurança. O governador recusou dizendo um simples “ainda não precisa”. Não precisa como? Ainda como? Tá esperando o que: os bandidos tomarem conta de tudo, inclusive do Palácio Guanabara?
3 - Com imagens cedidas pelo SBT, que não tem muito do que se orgulhar em sua programação, a CNN em espanhol e a CNN internacional deram destaque ao conflito do Rio que chamaram ( e não sem motivo) de “quase uma guerra civil” lembrando em todos os textos que o Rio acaba de ser escolhido para sediar as Olimpíadas de 2016. É bom que a gente não esqueça disso...
4 – Nem todos que assumem importantes cargos públicos no Brasil entram no jogo de tentar empurrar a sujeira e a verdade para baixo de um já imundo tapete. É o caso de Luiz Fernando Corrêa, diretor da Polícia Federal: “O Brasil não controla a diarréia como é que vai controlar o uso ilegal de drogas”. Precisa dizer mais?

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A eleita

A senhora dona Dilma Roussef, candidata a Presidência da República do Brasil, daquele que não se pode dizer o nome, vem a púlblico e declara solenemente, com toda a empáfia e arrogância de quem sabe que é poderosa, que o Mensalão nunca existiu e o senhor José Dirceu é uma criatura perseguida e injustiçada, pelo seguimento político da sociedade e pela opinião pública. Parece até que não houve uma CPI do Congresso, que conclui que existiu sim o Mensalão, tanto que alguns corruptos foram cassados e entre eles o senhor José Dirceu. Com essa declaração, estapafurdia e idiota, a senhora dona Dilma Roussef desrespeita a decisão soberana e justa do Congresso.
O que podemos pensar sobre a CPI do Congresso depois das palavras dessa Senhora? Que o Congresso não tem idoneidade para tal decisão? Ou devemos acreditar piamente na afirmação da dona Dilma? Afinal ela será a primeira mulher a ser eleita Presidente do Brasil.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Viver a vida real...


A jornalista Eliane Furtado, que brilhou na Rede Manchete, foi convidada pelo autor Manoel Carlos para dar um depoimento ao fim do capítulo 30 da novela Viver a Vida. Belas palavras e um emocionante exemplo. Eliane, que é frequentadora deste paniscumovum, mantém o blog Sentença ou Renovação, um dos nossos recomendados aí ao lado na barra lateral. O detalhe curioso é que durante o depoimento aparece, ao fundo, à esquerda da imagem, em discretíssima participação, a jornalista Maria Alice Mariano, também deste blog e amiga da Eliane. Confira o vídeo no link Eliane Furtado em Viver a Vida

Maioria massacrada

Por Eli Halfoun
Não é preciso nenhuma estatística do IBGE para saber que a maioria da população que vive no Rio, (incluindo os que por injustiça social são obrigados a ocupar barracos caindo aos pedaços nos muitos morros - hoje favelas - que nos cercam) é de gente boa e honesta. Essa certeza joga pro alto a velha teoria de que a maioria sempre vence a minoria. Não é o que estamos vendo: os bandidos vencem – e de goleada – a maioria. Viramos prisioneiros de meia dúzia de marginais que nos fazem assustados reféns de nossa conquistada (mas, como se vê, nem tanto) liberdade de ir e vir. Não é possível que não haja uma maneira de nos livrarmos dessas algemas invisíveis. Não dá mais para ficar esperando por um milagre.A impressão que se tem é a de que governantes e alguns policiais graduados até gostam desses confrontos: é inegavelmente uma maneira de aparecer no noticiário, fazer mais e mais discursos demagógicos que se repetem há anos. Mas solução que é bom.... Até quem tem o dever (afinal, pagamos por isso) de nos proteger, ou seja, a polícia é cruelmente assassinada. E se violência gera violência, certamente não será com gentileza e muito menos com discursos que conseguiremos um pouco - pelo menos um pouco - de paz. Há sempre os que argumentam que é fundamental respeitar os direitos humanos, mas como fazer realmente isso se essa covarde minoria (só age em grupo e nunca mostra a cara) não se importa e não tem o mínimo de respeito por nossos direitos. Ora, também somos humanos. E a maioria. Quando se pede a intervenção das Forças Armadas o argumento de é o de que Exército, Marinha e Aeronáutica são para garantir a segurança de nossas fronteiras. Não seria, então, o caso de estabelecer fronteiras nos morros (quase todos) dominados pelo inimigo. Afinal, estamos (e não há como negar isso) em guerra. Outro argumento é de que não se pode invadir morros porque muita gente boa e honesta mora (mora?) neles. Não é o caso de tirar dos morros essa gente boa e honesta que tem servido como uma espécie de trincheira para os marginais? Aí combate ficaria bem mais fácil e justo. O que não se pode é continuar permitindo que a minoria vença a maioria. Até porque isso não tem lógica.

(na reprodução, a repercussão da guerra carioca no jornal italiano La Stampa)

deram um balão na mídia

Esse episódio do menino que voou mas não voou em um balão, nos Estados Unidos, é curioso. Mostra, acho, que pegadinhas típicas da internet chegam cada vez mais à mídia tradicional. No caso do garoto do balão, haveria, segundo a polícia americana, um "projeto de marketing" dos pais, que queriam ganhar fama e visibilidade para participar de um reality show. Há suspeitas também de que um emissora de TV sabia da farsa e ajudou a financiá-la. Hoje, qualquer um, com uma câmera, um editor de imagem e acesso ao You Tube pode simular uma situação "jornalística" ou de ficção e transformá-la em "notícia". No caso do baloeiro americano, as imagens correram o mundo com a informação de que o menino poderia estar ainda bordo ou já teria despencado do tosco balão. Todos "compraram" a "tragédia" sem desconfiança. A concorrência entre as TVs, principalmente, faz com que os editores joguem imediatamente no ar a suposta notícia e faturem a audiência. Sem checagem ou confirmação antes de pôr a farsa na tela outras armações da internet cairão na rede facilmente.

domingo, 18 de outubro de 2009

Site do fotógrafo André Dusek conta e mostra histórias reais de jornalistas

O livro Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou (Desiderata) inovou ao expôr sem segredos a trajetória de grandes veículos jornalísticos e revelar seus bastidores através da vida e das vidas de quem também ajudou a construí-los: repórteres, fotógrafos, editores, produtores, colegas do setor administrativo, diretores etc. O resultado foi um surpreendente, curioso, humano e bem-humorado retrato das redações de revistas como Manchete, Fatos&Fotos, Fatos, Amiga, Desfile, Pais&Filhos, Ele&Ela, Mulher de Hoje, Carinho e outras publicações da extinta Bloch Editores. Nessa tendência, em que os protagonistas são os profissionais que fazem a linha de frente do jornalismo, o fotógrafo André Dusek lançou o site fotocoleguinhas.com com os registros que fez de colegas em entrevistas, plantões e viagens pelo mundo. Entre as histórias curiosas, Dusek narra um episódio entre Gervásio Baptista, o fotógrafo, que brilhou na Manchete e é um dos colaboradores da coletânea Aconteceu na Manchete, e o guerrilheiro Che Guevara. No site, estão reunidas imagens curiosas e "causos" como esse do grande Batistinha. Confira no link Imagens e Histórias da Imprensa

sábado, 17 de outubro de 2009

Rio sob ataque e o Brasil curtindo o fim de semana


O exército francês patrulha o aeroporto Charles De Gaulle e pontos movimentados de Paris. É um reforço legítimo à ação da polícia. Aqui, as Forças Armadas recorrem à Constituição como argumento para permanecer nos quartéis enquanto o pau está comendo aqui fora. Curiosamente, ao longo da história recente, o Exército, a Aeronáutica e a Marinha deixaram o quartel por várias vezes para derrubar governos civis e atropelar precisamente a Constituição que agora tanto, e no caso, "respeitam". A Zona Norte do Rio foi atacada hoje, militarmente, por traficantes. Até helicóptero foi abatido. Policiais militares foram mortos, ônibus foram incendiados. Dizem os especialistas que, hoje, a polícia militar do RJ e grupos de ação especial da Polícia Civli estão mais bem preparados para combate do que as Forças Armadas. Faz sentido. Tanto que já foram requisitados para operações da ONU no Timor Leste e no Haiti. Talvez por isso seja até compreensível que as Forças Armadas prudentemente prefiram ficar na moita. Quem tem tem medo. O Ministério da Defesa pede ao governo mais equipamentos. Caças, tanques, submarinos. Pra que? Pra ficar estacionados nos quarteis, nas bases, nos ancoradouros? É melhor gastar esse dinheiro nos necessários veículos terrestres blindados e helicópteros idem para a PM e a Polícia Civil do RJ. A guerra, infelizmente, é aqui. Se o Brasil vai sediar uma Copa e o Rio uma Olimpíada é hora de agir com os argumentos que o crime armado ouve e entende. É preciso empreender a uma distribuição igualitária da segurança, ou não é? Quem pode contrata guarda-costas particulares e bem armados. Os demais cidadãos só contam com as forças públicas. Na reprodução da imagem da Globo News, a entrevista coletiva do Secretário Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro José Mariano Beltrame.

Primavera carioca


Hoje começa o horário de Verão no Rio. Temperatura de 19 graus. Verão?

Na próxima eleição, vote na piada

Pensando bem, há diferença entre o Vesgo e políticos? Entre Sabrina Sato de mini e Suplicy de sunga? Bancadas do CQC, do Pânico, do Casseta, bancadas ruralistas, evangélicas, da saúde, das empreiteiras... Dá para distinguir discurso na tribuna e piada na TV? Onde acaba um e começa a outra? Quem é figurante, quem é protagonista? O país tem constituição ou tem roteiro? Chega de intermediário, vote direto nos humoristas, é isso? Sei não, é tudo praça da alegria e zorra total.

Fogo sobre Arte: uma triste composição (31 anos depois da tragédia do MAM, incêndio consome obras de Hélio Oiticica)



Esta dramática capa da Manchete (foto de Flávio Ferreira) é de 22 de julho de 1978. A revista trazia a emocionada cobertura do incêndio que destruiu o acervo do Museu de Arte Moderna, feita pelo saudoso jornalista e crítico de arte Flávio de Aquino. O fogo consumiu um acervo de mil quadros, entre os quais telas e esculturas de Picasso, Dali, Magritte, Max Ernst, Paul Klee, Matisse, Portinari, Segall e Guignard, além de 80 trabalhos do maior pintor uruguaio, Joaquim Torres Garcia. Na época, restaram as cinzas, nada aconteceu, a direção do MAM não foi responsabilizada, a lição não foi assimilada, e outros museus, no Brasil, permanecem como bombas-relógios sujeitos a destruições semelhantes ou a roubos frequentes de obras de arte. Agora, o drama se repete. Dessa vez, em uma residência particular, não em uma instituição, mas a perda cultural é igualmente incalculável. Na última sexta-feira, um incêndio destruiu parte da casa do arquiteto Cesar Oiticica, irmão do artista plástico Hélio Oiticica, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. O fogo atingiu uma sala onde estavam guardadas instalações, pinturas e esculturas do artista plástico. O prejuízo material teria sido estimado em 200 milhões de dólares mas o que as chamas consumiram foi cultura brasileira de valor jamais mensurável. A Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro criou, em 1996, o Centro de Artes Hélio Oiticica, na Praça Tiradentes. Recentemente, os jornais registraram uma polêmica entre parentes do artista, responsáveis pela sua obra, e representantes da Secretaria Municipal. O desentendimento teria levado a família a retirar peças de Oiticica expostas no Centro. Segundo Cesar Oiticica, 90% das obras do irmão foram agora destruidas. A Secretaria teria proposto à família um comodato que permitisse que o acervo ficasse guardado no Centro de Artes mas, diz a secretária Jandira Feghali, a proposta não foi aceita. A sala que guardava o acervo na residência da família tinha, segundo Cesar declarou à imprensa, controle de umidade e temperatura mas não se sabe ainda o que provocou o fogo ou se havia dispositivos de segurança ou alarmes adequados. Após a morte do artista, em 1980, foi criado o Projeto Hélio Oiticica, destinado a preservar sua importante obra. Nas ilustrações que acompanham este post, as reproduções da capa da Manchete com o incêndio do MAM e de Hélio Oiticica em uma página do livro Marginália - Arte & Cultura na Idade da Pedrada, de Marisa Alvarez Lima.

E o Muro de Berlim se foi mas gerou filhotes...

em um mundo partido que mantém longe os indesejáveis. Um paredão divide Israel e Palestina; o outro separa Estados Unidos e México.



Queda do Muro de Berlim, 20 anos

No próximo dia 9 de novembro, o mundo festejará os 20 anos da queda do Muro de Berlim. As picaretas que demoliram o paredão e as fortificações policiais que dividiam Berlim marcaram o começo do fim da Guerra Fria e a reunificação das duas Alemanhas. Clique neste link e veja como era o Muro. Tour virtual em Berlim
Atenção, quando acessar, veja a indicação Player e assinale a opção Flash Stream Low Bandwidth/60 kpps. A imagem perderá um pouco de definição mas ganhará velocidade

Fé demais e fé de menos

por Eli Halfoun
Parece que a política absorveu de vez algumas besteiras que fazem parte do futebol como, por exemplo, a mania que os técnicos insistem em ter de fazer mistério (um mistério, aliás, que não esconde absolutamente nada) em torno do time a ser escalado, como se qualquer torcedor, ao contrário do técnico, não soubesse isso de cor. A política vai pelo mesmo caminho: os políticos, que não são técnicos em nada (excetuando as falcatruas) tentam fazer mistério em torno dos nomes que acham governar muito ruim, mas mesmo assim querem o bem pago cargo de Lula. Enquanto os cientistas políticos (sempre eles que quase nunca acertam nada) acham que Lula pode surpreender (surpresa é?) e continuar no poder por conta de sua aprovação imensa, mas intransferível (te cuida Dilma Roussef) popularidade, o povo pode não saber ainda em quem votará, mas já sabe quais os políticos que estarão nos palanques implorando por seus votos – até porque nessa hora (só nessa) todos os políticos lembram (pena que tenham memória curta) que o povo existe. E é importante. Ninguém tinha dúvidas de que Ciro Gomes seria (será) candidato, mas ele só admitiu isso (é o tal do mistério nada misterioso) quando disse apenas um “sou” para um repórter-ator do CQC, que o pegou quando ele se encaminhava apressadamente (devia estar, como se diz popularmente, muito apertado) ao banheiro. Ou seja: a campanha de Ciro Gomes começou no caminho do banheiro. Espera-se que como acontece geralmente com todos tudo na política também não acabe lá.

Palpite triplo

1) Joguinho chato aquele de ontem da seleção sub-20. Seria bom esses garotos assistirem a uns DVDs de artilheiros atuais - com DNA de goleadores, como o Luis Fabiano, o Messi - ou de gerações anteriores como Roberto Dinamite, Zico, Vavá, Careca... Vai ver eles entenderiam que a construção da jogada e a troca de passes devem culminar com o chute a gol. Simples. Futebol não é roda-de-bobo com trocas de passes e firulas sem destino. E, ao contrário do que a TV quis justificar, nem acho que o time perdeu tantos gols assim: quando os meninos chutavam a gol era um totó fraquinho que o goleiro de Gana pegava na boa; quando a bola era cruzada na área, os caras saltavam pouco e as cabeçadas invariavelmente saiam de baixo pra cima e naturalmente seguiam a direção natural da bola... rumo às alturas. É só conferir no replay. Derrota merecida.
2) O jornal diz hoje que Dunga quer controlar tudo na Seleção. Acho ótimo. Grande parte da imprensa esportiva deixou passar sem comentários a farra que aconteceu na Copa da Alemanha. Tudo era festa, alguns jornalistas conhecidos até foram jantar e tomar um vinhozinho com o Parreira com direito a foto e tudo. A ida de jogadores para boates acontecia na cara de todos mas - lembram?- só se tornou pública quando uma agência de notícias europeia distribuiu a foto do fato. Às vésperas do jogo contra o Japão, por exemplo, jogadores de folga (isso, eles tinha folga depois de cada jogo e podiam fazer o que quisessem. E pensar que, em 1958, Garrinha tinha que pular o muro da concentração, na Suécia, para dar umazinha) foram para boates em Dusseldorf. A grande imprensa noticiou? Não. Com a Copa no brejo, apareceram as críticas. Mas aí inês era morta. Resumindo: Dunga está certo em acabar com a festa, impôr horários, não privilegiar TV que entrava na concentração na hora em que queria, Pânico, Cassetas, Jornal Nacional praticamente não saiam dos treinos, está certíssimo em pôr um ponto final nos tais espaços vips e privilégios para convidados dos patrocinadores com trânsito livre até no vestiários. Alguém duvida de que parte da críticas que o treinador sofre tem origem nessa nova disciplina?
3) Há pouco foi o atletismo, agora atletas do ciclismo foram flagrados nos exames antidoping. Melhor as confederações abrirem guerra contra esses falsos esportistas e afastarem a turma de vez. É caso de polícia e envolve tráfico de substâncias controladas ou proibidas. É hora de fazer a faxina e abrir espaço para as novas gerações que pretendem chegar limpas aos Jogos Olímpicos do Rio.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Tela quente: vem polêmica aí

O filme Lula, o filho do Brasil, dirigido por Fábio Barreto e com roteiro de Denise Paraná, deveria ter sua pré-estréia em novembro, no Open Air, no Jockey Club Brasileiro mas a apresentação foi cancelada. Como o longa deve chegar aos cinemas apenas em janeiro, os produtores temiam a pirataria. Veja um trecho no link Lula, o filme

Globo vende Diário de São Paulo: bye, bye Sampa


Em 2001, O Globo desembolsou 200 milhões de reais para adquirir de Orestes Quércia o jornal Diário de São Paulo, ex-Diário Popular. O projeto dos Marinho era concorrer com os grandes jornais paulistanos e, para isso, a Infoglobo mudou o nome do veículo e tentou reposicionar a publicação. Aparentemente não deu certo e, em 2007, os editores voltaram a focar no segmento popular. Fundado em 1884, o Diário chegou a vender nos anos 80/90, sob a direção do jornalista Jorge Miranda Jordão, em torno 150 mil exemplares. Vendia, agora, menos de 60 mil exemplares, atrás da Folha, Estadão, Agora e Lance. O Diário foi vendido para J.Hawila, dono da TV Tem, da Rede Bom Dia de jornais e do grupo de marketing esportivo Traffic.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Descubra como os escritores criam

Hoje adicionei na barra vertical aí à direita alguns links para blogs amigos ou sites interessantes. Um deles, o blog Pausa do Tempo, da jornalista Valéria Martins, informa sobre uma série de encontros que ela criou, em parceria com o diretor do Laborátório Estação, David França Mendes, para responder a uma estimulante questão: Como os escritores criam?
(Os encontros começam na semana que vem e as inscrições estão abertas no site: http://www.grupoestacao.com.br/laboratorio/)
Valéria diz, com razão, que "todo mundo que gosta de escrever quer saber como os escritores criam". O interessantíssimo tema dos encontros me lembra um livro lançado pela Paz e Terra em 1968, Escritores em Ação. Não sei se foi reeditado, mas guardei um exemplar. Trata-se de um série de entrevistas concedidas por grandes escritores à célebre Paris Review, um revista publicada por americanos na Europa. O coordenador da coletânea, Malcolm Cowley, imagina que há quatro fases na composição de uma história: "primeiro, vem o germe da narrativa; depois, um período de meditação mais ou menos consciente; a seguir, o primeiro rascunho e, finalmente, a revisão (...) que poderá conduzir à redação de vários rascunhos, chegando quase a constituir uma nova obra".
Os escritores, nos seus "processos criativos", são surprendentes. William Faulkner dizia que, para ele, o ambiente não tinha a menor importância. "O melhor emprego que me ofereceram foi o de dirigente de um bordel. Em minha opinião, é o meio perfeito para um artista trabalhar. (...) O lugar é quieto durante as horas matinais, o melhor momento do dia para trabalhar. Há bastante vida social à noite. (...). O único ambiente de que o artista necessita é o que lhe possa proporcionar paz, solidão e qualquer prazer que possa obter por um preço não muito elevado. Segundo minha experiência, as únicas ferramentas de que necessito para meu ofício são papel, comida e um pouco de uísque". Georges Simenon revelou que logo que tinha o começo de uma história não conseguia aguentar muito tempo. "Tomo minha lista telefônica para a escolha dos nomes, apanho meu mapa da cidade para ver exatamente onde as coisas acontecem. E, decorridos dois dias, começo a escrever. O começo será sempre o mesmo, é quase geometria; tenho tal homem, tal mulher, em determinados ambientes. Que poderá acontecer-lhes, a fim de levá-los a situações extremas? Eis aí a questão". Alberto Moravia refazia várias vezes cada livro. "Agrada-me comparar o meu método com o de pintores de há muitos séculos, trabalhando, por assim dizer, de camada em camada. O primeiro rascunho é bastante cru, longe de ser perfeito e, de algum modo, completo - embora mesmo então, mesmo nesse ponto, já tenha sua estrutura final e sua forma já seja visível". Henry Miller contou que não tinha método especial. "Geralmente ponho-me a trabalhar logo após o breakfast. Sento-me logo diante da máquina. Se vejo que não sou capaz de escrever, desisto. Mas não há, via de regra, fases preparatórias". Segundo HM, as idéias lhe surgiam em momentos tranquilos, silenciosos, quando fazia a barba ou até ao conversar com as pessoas. Dizia que Paris fazia bem à sua arte exatamente pelo convívio nas ruas, nos cafés. Aldous Huxley escrevia capítulo a capítulo, isto é, gostava de terminar um, completamente, antes de partir para a sequência. Enfim, cada um na sua, cada um criando e teclando à sua maneira. Não tenho dúvidas de que a série de encontros Como os escritores criam?, promovida pela Valéria, é indispensável a quem quer desvendar um pouco este admirável e fascinante ofício.

Imaginação sem divisão de classes

Para roubar, bandido colarinho branco e bandido pé-sujo gastam imaginação. De um lado, paraísos fiscais, empresas de fachadas, propinas, sonegação, remessa ilegal de dólares, contrabando, notas frias etc. Do outro, "saidinha", sequestro-relâmpago, clonagem de cartões, chupa-cabra em caixas eletrônicos etc. Em São Paulo, a onda agora é a "gangue da marcha ré". Consiste em engatar a dita cuja e demolir portas de loja usando a traseira de jipões ou utilitários 4x4. E a Copa vem aí... Neguinho vai roubar a bola do jogo, a taça e bater a carteira do juiz.

Memória da farra em dose dupla

Ontem, dois importantes colunistas - Elio Gaspari, do Globo e Luiz Fernando Vianna, da Folha - jogaram alguma luz sobre a farra das privatizações nos anos 90, aquela feita com cortina de fumaça e farta indigestão de "moedas podres". A propósito da crise sobre o controle de gestão da Vale, Gaspari relembrou o "golpe de mestre" dos artífices da venda da empresa: foi "vendida", mas curiosamente a participação pública, ou seja, o investimento público (Tesouro, BNDES, Fundos) lá ficou, ainda folgadamente majoritário. Só que um "acordo de acionistas" deu o controle ao grupo liderado pelo Bradesco, que comanda a Vale com 21% das ações até hoje e foi quem nomeou para dirigí-la o atual presidente da empresa, Roger Agnelli. "A Vale foi privatizada em 1997. Num lance exemplar da privataria tucana, o dinheiro da Viúva continua lá mas a senhora não manda", escreveu Gaspari.
A outra empresa privatizada pelo PSDB, a Supervia dos trens suburbanos cariocas, foi o assunto da coluna de Luiz Fernando Vianna, a própósito do recente quebra-quebra promovido por usuários revoltados com os serviços prestados pela concessionária. Em 11 anos - escreveu o colunista - a Supervia recebeu do governo estadual 285 milhões de reais e vai receber mais 500 milhões até 2016, sem falar de um financiamento do Banco Mundial obtido pelo governador Sérgio Cabral.
Na maioria dos casos, a privatização é necessária, certo? (acho apenas que serviços públicos não deveriam entrar nesse pacote). O problema é que, aqui, empresas foram presenteadas a preço vil e "moeda podre". E a maioria, mesmo após "privatizada", não largou as tetas estatais. Empresas privadas e livre iniciativa são motores essenciais a qualquer país, mas que a iniciativa se livre também dos cofres do governo. Ou será que é impossível empreender sem uma chupetinha amiga no tesouro público?
Um bom e suprapartidário tema para a próxima campanha eleitoral.