terça-feira, 14 de junho de 2022

Viu isso? Torcedor de clube SAF não pode vaiar o time. Tem que incentivar o "projeto". Só faltava essa.


por Niko Bolontrin

Estamos no início da era das SAF. Dizem que o futebol brasileiro vai mudar para melhor. Que bom. A maioria dos jornalistas esportivos é a favor das SAF, apesar de não conhecer os contratos de venda dos clubes, que têm cláusulas de sigilo. Dizem também que as SAF mudarão a "cultura" do futebol brasileiro, vai modernizá-lo. Peguem leve, rapazes da imprensa. Um exemplo: o Botafogo SAF recebeu investimentos, o povão se animou, o time ganhou alguns jogos. Nas últimas rodadas, a maré virou, vieram as derrotas. Como é normal, a torcida passou a vaiar e xingar o time. Ouvi de um jornalista na TV que isso de vaiar derrota não é legal. Acho que querem criar o "torcedor SAF", um cara que fica frio quando o time toma goleada, reconhece o valor do adversário, cumprimenta o vencedor e aplaude o perdedor para incentivá-lo. Sei não. Vai ser difícil mudar a "cultura" do torcedor aqui da Bananópolis. Nessa hora difícil, de acordo com os novos tempos, o "torcedor SAF" tem que botar o seu time no colo, discutir a relação, mandar zaps carinhosos para o treinador. Se você torce pelo Botafogo SAF e vaiou o time ontem, peça desculpas, mande flores. O jornalista da TV vai ficar feliz e elogiar seu fair play. Se o seu time SAF for rebaixado, releve, siga de cabeça erguida. É o que entendi que a mídia esportiva quer que você faça. 



2 comentários:

Hugo disse...

Formo.Torcedor tem ingresso caro, não pode pagar pepeviu, e não pode pedir pra trocar treinador. Não pode virar também?

J.A.Barros disse...

Acredito que o futebol brasileiro está em declínio. O que faz o futebol crescer e se tornar a paixão de torcedores, é a presença do craque. O jogador que leva multidões aos estádios para o verem jogar. Garrincha, era esse craque mais espetacular, que nas suas atuações, com seus incríveis dribles, fazia a multidão nos estádios ir ao delírio de tanta alegria. " Garrincha, alegria do povo", foi um filme lançado por Luiz Carlos Barreto, que contava, no celulóides, os melhores jogos em que Garricha dava os eus dribles, deixando seus marcadores sentados na grama. Hoje, não temos mais um Garricha, um Pelé, um Rivelino, um Tostão, enfim um futebol despido de craques, de verdadeiros jogadores de futebol. Sem eles, não haverá SAF. TAF, ou PIF-PAF, que salve o futebol brasileiro.