quinta-feira, 16 de junho de 2022

Amazônia: delírios e estupros

 por Wilson Martins (do Facebook)

O desaparecimento do indigenista Bruno Araújo e do jornalista inglês Dom Plillips, no Vale do rio Javari, se presta para trazer alguma luz sobre diferentes questões da realidade amazônica. Como não menos da realidade sul-americana. Como não menos da realidade global do planeta. 

Em passado recente, até os anos 70, nós temíamos a Amazônia, ainda não devassada, ainda não invadida, estuprada. 

Agora ela nos teme, com nossas fronteiras agrícolas, o avanço desvairado das cidades, da ocupação humana. 

Nesse avanço estão embutidos os desmatamentos, as grilagens, queimadas, garimpo criminoso, narcotráfico, madeireiros e mais recentemente, nestes últimos quase 4 anos, a estupidez de um Governo nacional. 

Como nunca antes havia sido visto, na tarefa de desmontar, anular, desossar órgãos de fiscalização e proteção da região. Funai, ICMBio, IBAMA, INPA, Museu Goeldi, universidades federais e estaduais, são alguns exemplos. 

Hoje, parcela ponderável da Amazônia brasileira, 49% de todo o nosso território, tem a presença da Família do Norte, os Crias, o Comando Vermelho do Rio, o PCC de SP , e mais traficantes condenados que ganharam autorização para garimpar em terras indígenas, ou protegidas por leis ambientais. 

Vide o nióbio em terras Yanomami, em Roraima e Amazonas.

Nesse evento o ex-falante e ex-boquirroto general do GSI, Augusto Heleno, teve que recuar.

Uma monstruosidade.

A Amazônia, de temida, onde os militares e "nacionalistas" alegavam ameaças de ocupação, invasão, temiam por sua soberania, em passado recente, governos militares, virou terra de ninguém.

Está sendo detonada não pela cobiça internacional, como alertavam, mas por grupos e organizações criminosas nacionais.

Brasileiras de raiz.

Estimulados pelo poder nacional em suas diferentes áreas de poder. 

Não bastasse, um festival de bobagens e patetices proclamado com pompa e euforia pelos "especialistas" em Amazônia, índios isolados, tráfico de cocaína e ouro no vale do Javari. 

Nesse capítulo os "jornalistas" excedem. 

O correspondente do Guardian, jornal onde Don Phillips trabalhava, incumbido de cobrir o desaparecimento, lacrou em seu texto um verdadeiro "furo". 

O vale do Javari é encantador, apaixonante, revelou o bravo repórter, posto que nele existem pássaros de diferentes cores - vermelha, azul, branco - inclusive boto cor de rosa. 

Um achado.

Ah, ia esquecendo, todo esse alvoroço só ocorre em razão do repórter inglês.

Fuzilamentos e emboscadas, no Vale do Javari, do Traíra, e mais ainda do imenso Solimões não é novidade pra ninguém. 

Pelo menos para seus habitantes.


Um comentário:

J.A.Barros disse...

A Amazônia, tá precisando de um " sherif".