Quando o Brasil estava sufocado pela ditadura militar, as embaixadas brasileiras em várias capitais, como Paris, Roma e Santiago do Chile, foram transformadas em "delegacias policiais" do SNI (Serviço Nacional de Informações) e do Cenimar, CIE e CISA, respectivamente, orgãos de espionagem e repressão da Marinha, Exército e Aeronáutica. O regime montou um aparato para vigiar os brasileiros exilados e quaisquer outros que se opusessem à ditadura e denunciassem a política de assassinato e tortura que vigorava no Brasil.
Pois o longo braço da repressão no exterior dá sinais que voltou em pelo menos um caso. A Procuradoria Geral da República pediu à Polícia Federal que interrogue e processe brasileiros que, em Paris, abordaram o chefe da PGR, o bolsonarista Augusto Aras, e cobraram dele apuração de denúncias de crimes que envolvem o elemento inquilino do Planalto e jazem nas gavetas oficiais. Turistas brasileiros encontraram Aras flanando nas ruas de Paris conbraram investigações sobre o governo Bolsonaro. "E aí, procurador? Dar o rolezinho em Paris é legal, e abrir processo, procurador? Vamos lá investigar ou vai continuar engavetando? Vamos lá fazer seu trabalho", disse um deles. "Vamos investigar o bolsolão do MEC, pastor fazendo reunião, o Bolsonaro gastando milhões em Viagra para o Exército. Cadê investigação, procurador? Aqui em Paris não tem nada para encontrar, não. Tem que procurar lá em Brasília", falou outro. Segundo a Folha de São Paulo, o pedido de investigação foi assinado pela vice-procuradora Lindora Araújo. O protesto dos turistas foi gravado em vídeo e visto nas redes sociais.
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