sexta-feira, 10 de junho de 2022

32 anos depois da queda do Muro de Berlim, grades, cercas fortificadas e paredões monumentais voltam a separar povos e nações

Muros separando povos é recurso milenar. Até a Bíblia diz que os hebreus tocaram buzinas feitas com chifres de carneiro para derrubar as muralhas de Jericó, segundo orientação de Deus a Moisés. 

A queda de muro mais ruidosa dos nossos tempos foi o de Berlim, em 1989. Com o fim da Guerra Fria e o desmonte da URSS, imaginava-se que esse tipo de barreira se tornaria obsoleto. No despertar da  globalização houve quem imaginasse que até as fronteiras seriam abertas. A União Europeia adotou esse modelo, que agora começa a ser contestado pela ultradireita. 

Infelizmente, o sonho dos sem-muro acabou. 

Nos últimos anos, paredes e grades monumentais foram erguidas nos Estados Unidos, em Israel, Hungria e Bulgária. A Coreia do Sul cogita erguer um muro na fronteira com a Coreia do Norte. A Guerra na Ucrânia deve acelerar outros projetos. A Polônia esperava que o conflito não se prolongasse tanto e dá sinais de que sua capacidade de abrigar ucranianos pode ter chegado ao limite, mas ainda não fala em barreiras. A imigração, aliás, é o gatilho principal para a nova política das muralhas. 

A Finlândia, que deixou de ser neutra em relação à Rússia e tenta aderir à OTAN, acaba de anunciar que construirá uma muralha na fronteira com a nova inimiga. 

É possível que outras barreiras despontem no Leste europeu. Sem-muro nunca mais. 

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