sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Alô? Escândalo dentro da área de cobertura?


por Flávio Sépia

A capa da Piauí mostra a Casa Branca esmagada por uma Trump Tower. Mas talvez a matéria de maior repercussão seja a "A derrocada da Supertele", a da chamada de capa no alto, à direita, assinada pela repórter Consuelo Dieguez. É uma ressonância sobre um escândalo em progresso.
A Piauí chega às bancas no momento em que o Senado envia para Michel Temer projeto que modifica a Lei Geral das Telecomunicações. Do que se trata? De um presentaço de quase R$ 100 bilhões em patrimônio e perdão de multas às empresas. O Senado está bancando o jogo e mandando para a Presidência jamegar uma decisão que não está nem aí para uma determinação da presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, que havia pedido aos senadores explicações sobre o estranhíssimo projeto de lei que entrega ao setor privado a maior parte da infraestrutura de telecomunicações que as empresas administram e que teriam de devolver ao País  em 2025, ao fim das concessões.

A bola está com Temer, que tem até o dia 20 de fevereiro, lá pelas vésperas do carnaval quando o país não presta atenção a nada, para assinar a lei, envelopar, botar uma fitinha verde-amarela, acrescentar um chocolate e mandar colocar embaixo sobre o travesseiro de cetim dos CEOs das melhores casas do ramo. Ou guardar a caneta e devolver a papelada ao Congresso.

A pergunta que não quer calar. Não seria a hora de discutir melhor e mais publicamente esses estranhos projetos que mal nascem e já correm em alta velocidade, como um Usain Bolt da tramitação?

Se assim o fizessem, suas excelências, quem sabe, talvez, não estariam evitando encrencas?

Em todo caso, o Brasil agradeceria se alguém evitasse escrever os novos roteiros das temporadas futuras do seriado Lava Jato.

Um comentário:

J.A.Barros disse...

Por trás desses projetos danosos à República não estaria correndo dos de dólares?