Foto: Bombeiros do Estado de São Paulo |
Foto; Bombeiros do Estado de São Paulo |
Foto: Daniel Mello/Agência Brasi |
Memória: em 1946 incêndio na Estação da Luz. Reprodução de capa do Estadão. |
O Museu da Língua Portuguesa foi concebido e implantado pela Fundação Roberto Marinho em convênio com o governo do estado. É administrado por uma organização social denominada ID Brasil, Cultura, Educação e Esporte. O presidente dessa organização admitiu ao Globo que não sabia "em que pé estava a situação". Os bombeiros de São Paulo confirmam que o prédio tinha "pendências em relação à estrutura para combate a incêndio". O governador Geraldo Alckmin declarou que vai reconstruir o prédio e remontar o museu com a ajuda de parceiros privados. Isso é bom, mas isso é pouco.
Um investigação rigorosa e a identificação de eventuais responsáveis serão importantes para que o alerta seja ligado em relação a outras valiosas instalações culturais em São Paulo e em todo o Brasil. Com a política de corte de verbas, já foi noticiado que há vários museus administrados por instituições federais, estaduais, municipais ou terceirizados para "organizações sociais" em situação de alto risco.
Nos últimos 15 anos, virou moda passar instituições públicas para a administração de "organizações sociais". Há hospitais, escolas, serviços de saúde, de eventos, de apoio social a menores, idosos e portadores de necessidade especiais administrados por tais organização 'não-lucrativas". A relação dos cofres público com tais instituições é, em muitos casos, uma obscura e imensa caixa-preta. Frequentemente, os jornais noticiam irregularidades nessas parcerias. Não se sabe, sequer, se tais convênios resultam, de fato, em menor despesa para o poder público. No caso do Museu da Língua Portuguesa não parece clara a real responsabilidade em relação ao patrimônio concedido. Por exemplo, a "organização social" que administra o museu não poderá ser responsabilizada? E se por alguma falha ou omissão foram criadas as condições para a destruição do patrimônio não será ela convidada a custear as despesas, já que dificilmente o seguro, se houver e fora pago, vai cobrir a destruição, ainda mais com uma vítima fatal? O presidente da "organização social" declarou que é "complexa' a discussão de projetos de incêndio em edifícios tombados". Como assim? Se são tombados, aí mesmo é que não podem ficar descobertos.
O Museu da Língua Portuguesa, uma elogiável iniciativa que já recebeu milhões de visitantes, foi inaugurado em 2006. Em março do ano que vem faria 10 anos.
Tempo mais do que suficiente para discussões "complexas".
3 comentários:
Há muitos anos, o MAM, do Rio de Janeiro, pegou fogo e consumiu tesouros artísticos. Perderam-se Picasso, miró, salvador Dali, Ivan Serpa, Manabu Mabe e quase toda a obra de um urugaio cujo nome não me vem à memória. Alguém foi responsabilizado? Deu em nada. Na diretoria havia pessoas ligadas à ditadura, com costas militares quentes, e ficou por isso mesmo
Que tristeza
Neste País essas tragédias sempre ocorrem quando quando elementares processos de investigação e fiscalizaCão deixam de ser cumpridas ou por falta de conhecimento ou por má vontades dos órgãos competentes. A boite "Kiss " no Rio Grande do Sul é um exemplo desses descaso e ignorância de que alguns atos por mais burocráticos que sejam devem cumpridos. Quando não cumpridos situações como essa se repetirão de tempos em tempos sempre com perdas de vidas.
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