quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Juiza de São Paulo derruba WhatsApp com uma canetada e corta a comunicação de 100 milhões de brasileiros. Decisão repercute no mundo

Post de Zuckerberg elogia os brasileiros como aliados na criação de uma internet aberta
e diz que o WhatsApp trabalha para reverter a medida. 
por Clara S. Britto
A Justiça de São Paulo obrigou as operadoras de telefonia celular de todo o país a bloquear o WhatsApp por 48 horas. Segundo a OAB (RS), a decisão é inconstitucional. Uma juiza aplicou a medida drástica porque o Facebook, dono do aplicativo de mensagens, não teria fornecido informações solicitadas pelo Ministério Público de São Paulo sobre uma investigação criminal sigilosa.
O aspecto medieval do caso é que o MP e a primeira instância possam prejudicar milhões de pessoas. Um juiz do Piauí já tentou censura semelhante mas a decisão caiu em instância superior.
Dono do WhatApp, Mark Zuckerberg comentou a ação nefasta, critica o decisão e diz que o Facebook está tentando reverter medida. Ele pede ao brasileiros que se mobilizem contra o ato.
O fato é que o aplicativo apenas tenta preservar dados pessoais. Saiba que que amanhã a vítima do juiz e do MP paulista pode ser qualquer cidadão. Diz-se que o caso envolveria uma facção de bandidos de SP. Seria a "boa causa" que justificaria a censura monumental? Não vale. A justiça que foi rigorosa contra os usuário do aplicativo não demonstraria o mesmo rigor (não falo do juiz em questão) quando libera criminosos à base de progressões de pena, habeas, dia das Mães, dos Pais, Natal etc.
Autoritarismo não tem endereço, é como bala perdida.
E, por último, uma luz na escuridão: na internet, com saudável rebeldia, circulam dicas para fazer o aplicativo funcionar.

ATUALIZAÇÃO (às 12h30)- O WhatsApp deve voltar em algumas horas. O desembargador Xavier de Souza, da 11ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, concedeu uma liminar que determina a reativação do aplicativo. As operadoras receberão ordem judicial para desbloquear com urgência o WhatsApp. 

Um comentário:

Wedner disse...

Acho que a justiça pode ter suas razões mas é mesmo incompreensível que prejudique 100 milhões de pessoas. O WhatsApp não é apenas coisa de adolescente, muita gente o usa para negócios.