quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Em defesa da democracia

Artistas e intelectuais entregam nesta quinta-feira 17, aos  três poderes, um manifesto em defesa da democracia e da legalidade, contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Leia a íntegra do manifesto:


"MANIFESTO EM DEFESA DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS"
'O Brasil vive um momento histórico em que a legalidade e as instituições democráticas são testadas, o que exige opinião e atitude firme de todos e todas que têm compromisso com a democracia.
Desde as eleições de 2014, vivemos um grande acirramento político que permeia as mais diversas relações humanas e sociais. Essa situação ganhou novos ingredientes a partir da eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara dos Deputados e, de forma especial, após este ser denunciado pelo Ministério Público Federal por seu envolvimento em atos de corrupção, possuindo contas bancárias no exterior e ocultando patrimônio pessoal.
Absolutamente acuado pelas denúncias, pelas fartas provas do seu envolvimento em atos ilícitos e enfrentando manifestações em todo Brasil contra a agenda conservadora e retrógrada do ponto de vista de direitos que lidera, Cunha, que já não tem mais nenhuma legitimidade para presidir a Câmara, decidiu enfrentar o Estado Democrático de Direito. A aceitação de um pedido de impedimento da Presidenta da República no momento em que avança o processo de cassação do deputado é uma atitude revanchista que atenta contra a legalidade e desvia o foco das atenções e das investigações.
Neste sentido, viemos a público repudiar a tentativa de golpe imposta por Eduardo Cunha, por não haver elementos que fundamentem esta atitude, a não ser pelo desespero de quem não consegue explicar o seu comprovado envolvimento com esquemas espúrios de corrupção. Não se trata neste momento de aprovar ou reprovar o governo ou a forma como a Presidenta da República, mas defender a legalidade e a legitimidade das instituições do nosso país.
Por outro lado, defendemos o cumprimento do Regimento da Câmara dos Deputados e da Constituição Federal, ambos instrumentos com fartos elementos que justificam a cassação do mandato de Eduardo Cunha. Caso contrário, toda a classe política e as instituições brasileiras estarão desmoralizadas, por manter no exercício do poder um tirano que utiliza seu cargo de forma irresponsável para manutenção dos seus interesses pessoais. Apelamos às e aos parlamentares, ao Ministério Público e ao Supremo Tribunal Federal, autoridades cuidadoras da sanidade da política e da salvaguarda da ordem democrática num Estado de Direito, sem a qual mergulharíamos num caos com consequências políticas imprevisíveis. O Brasil clama pela atuação corajosa e decidida de Vossas Excelências.
Não aceitamos rompimento democrático! Não aceitamos o golpe! Não aceitamos Cunha na presidência da Câmara dos Deputados!"


3 comentários:

J.A.Barros disse...

ïmpeachement"não é golpe. Está previsto na Constituição. É um dos seus artigos constitucionais. Alíás esse tipo de tentar desvirtuar o verdadeiro sentido das palavras é típico dos políticos deste governo.

Corrêa disse...

Tanto é golpe que temendo que a acusação de crime contra a lei de responsabilidade fiscal não vá em frente, os golpistas pressionam agora o TSE com mais um factoide golpista. Se isso não passar vão dizer que Dilma tem pé grande e orelha torta. Por que vocês não vão abraçar um milico e ir direto para o Planalto. Serão felizes para sempre.

J.A.Barros disse...

O Planalto já está cheio de pobres que estão no poder, apesar de um líder EX dizer que não querem pobres no poder. O PT conseguiu falir a Petrobras. Incrível, mas é um fato, provado e comprovado. O impeachmente não é a solução a solução é a cadeia para os que estão no poder. O que está acontecendo é caso de polícia. Cadê o dinheiro?