por Clara S. Britto
Se o jornalismo fosse Michel Temer, já estaria escrevendo uma carta chorosa para os seus leitores e anunciantes. "Por que vocês não me convidam mais para suas casas?" "Por que não anunciam mais nas minhas páginas?" Isso, claro, porque a crise está braba. Com essa ideia na cabeça e o drama nas redações, um grupo de jornalistas de Florianópolis liderados pelo professor Rogério Christofoletti lança pela Editor Insular o livro “Questões para um jornalismo em crise”. São 13 artigos escritos por mestrandos e doutorandos em Pós-Graduação em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina abordando temas como convergência dos meios, redes sociais, novas audiências etc.
O livro é bem-vindo em meio à grande discussão sobre o novo modelo de jornalismo e o fim de veículos impresso. Discussão, aliás, que acontece no mundo inteiro.
No Brasil, o jornalismo está, na verdade, vivendo três crises simultâneas que vão muito além de elaboradas questões sobre a forma: o avanço dos meios digitais frente aos meios impressos; o momento econômico: e, principalmente, uma crise de conteúdo provocada pela politização partidária que compromete ainda mais o já frágil grau de isenção praticado pela mídia comercial brasileira. Como mostram as pesquisas, cerca metade dos leitores dos desconfia do que lê. Tudo indica que a análise de questões como queda nas tiragens dos meios impressos, redução das verbas publicitárias, demissões e fechamento de jornais e revistas deve ser aprofundada. É preciso aferir porque o leitor demonstra um claro alheamento diante do que a grande mídia vem lhe oferecendo. Será o discurso monocórdico, o pensamento único como resultado da concentração empresarial dos meios? Diz-se que o país está dividido, rachado, como mostrou a última eleição presidencial e que a grande mídia estaria "falando" apenas para metade do universo de leitores. Pode ser. Mas o fato é que, mais do que a forma, jornalismo é conteúdo. E conteúdo relevante para quem o consome. Não será esse o elemento em falta?
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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Um comentário:
Creio que a mídia impressa começou a sentir o primeiro impacto com a chegada da informática e imediatamente a INternet. Jovens não compram jornal, quem compra jornal é o homem mais velho.Que compra e lê. Com a chegada dos iPhones apressou o fim da mídia impressa, Nesse pequeno aparelho que cabe em suas mãos, você lê e escreve o que quiser para quem quiser. O WhatsApp te relaciona com o mundo em segundos. Nesse pequeno computador você tem todos os aplicativos que quiser. Nas ruas, nos transportes, nos colégios em suas casas lá está o jovem com o iPhone na mão se comunicando com um amigo que está em Tókio. Pra que comprar jornal que vai acabar sujando as suas mãos com a tinta preta que solta de suas páginas. Adeus mídia impressa.
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