sexta-feira, 24 de abril de 2015

Documentos da CIA revelam atuação de barão da mídia na ditadura de Pinochet. Dono do El Mercurio é expulso de associação de jornalistas chilenos

Jornal El Mercurio recebeu dinheiro da CIA para colaborar com a ditadura chilena. 

Barão da mídia chilena denunciado em documentos secretos agora desclassificados pelo governo americano: Agustin Edward Eastman fez campanha na mídia contra Allende e, após o golpe, continuou prestando apoio editorial à polícia de Pinochet, A notícia está no site do Conselho Nacional de jornalistas chilenos.
O Conselho Nacional da Associação de Jornalistas do Chile, com base em documentos secretos desclassificados recentemente nos EUA, expulsou da instituição Agustin Edward Eastman, dono da empresa que edita o jornal El Mercurio, após ficar provado que ele obteve recursos da CIA para apoiar uma política editorial de desinformação e contribuir para minar a democracia e facilitar o golpe contra Presidente Salvador Allende. O golpista, um dos barões da mídia na America Latina ( El Mercurio faz parte da organização de direita Grupo Diários da América, da qual é associado o jornal O Globo), chegava a publicar fotos de multidões em eventos assinalando com um círculo rostos de estudantes supostamente ligados a organizações socialistas. Ressalte-se que nos tempos das passeatas de 1968/1969 os grandes jornais brasileiros, como O Globo, faziam algo semelhante em uma política de "ajuda" à repressão ao publicar extensas relações com nomes, endereço e números de documentação de estudantes presos no Rio de Janeiro. E a Folha de São Paulo é citada no relatório da Comissão Nacional da Verdade por ter dado apoio e cedido veículos à OBAN, organização paramilitar responsável por prisões, tortura e assassinatos de opositores da ditadura.
A denúncia que envolve El Mercurio é uma boa dica para pesquisadores brasileiros e a própria Comissão da Verdade já que tem origem em documentos oficiais e secretos do governo americano agora liberados para a acesso público. O Conselho de jornalistas chilenos justifica sua decisão com o argumento de que o órgão não pode ter entre seus integrantes empresários que defenderam atos como tortura, prisões ilegais e assassinatos políticos.
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Um comentário:

Corrêa disse...

É necessário buscar esse documentos que estão agora abertos. A história as mídia brasileira que também participou do golpe e referendou torturas precisar se passada a limpo.