sábado, 11 de abril de 2015

Vale o que está escrito

por Omelete

Anorexia investigativa
* O escândalo Swissleaks que, no Brasil, nem investigação criminal virou ainda, continua sofrendo de anorexia galopante no governo e na mídia. A CPI do HSBC recebeu do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) uma relação de 50 brasileiros ligados a contas secretas com "indícios de ilícitos". Só para lembrar: há mais de oito mil brasileiros citados no jabaculê suíço. Os correntistas que declararam seus valores à Receita Federal e não têm nada a temer devem estar ansiosos para terem seus nomes expurgados da lista suja. Enquanto isso não acontece, são prejudicados por permanecerem na vala comum do alegado esquema de sonegação operado pelo HSBC.

Mosca no balcão
* O Presidente da Câmara, Eduardo Cunho, bolou uma espécie de caravana ("Câmara Itinerante") que o tornará um nome mais conhecido nacionalmente. A exposição do Oiapoque ao Chuí o deixaria mais manjado para se apresentar como candidato do PMDB à Presidência da República em 2018. Até aqui, o ciro está saindo pela tulatra, como diria o disléxico. No seu périplo, o polêmico deputado atrai mais vaias do que rosca em balcão de padaria na beira do valão.

"Oi, mamãe, óia eu no jatinho"
* Dilma Rousseff anunciou medida para reduzir gastos e acabar com o bundalelê dos ministros no uso de jatinhos da FAB. no primeira dia, alguns minitros não deram bola para Dilma. Simples: aproveitando-se de uma brecha na medida, que permite o uso de jatinho em caso de emergência médica, segurança ou viagens a serviço, suas excelências deitaram e rolaram fazendo coincidir compromissos oficiais com os endereços das suas residências. Aquele negócio: deram uma passadinhano trabalho a caminho de casa. O que Dilma deveria fazer era acabar de vez com essa farra. Os ministros não fazem nada com urgência, muito ao contrário. Podem perfeitamente pegar aviões de carreira.

Alto nível
* A nota abaixo está na coluna do jornalista Leo Dias, no jornal O Dia, de hoje. Se for verdade (melhor acreditar que é um caso de invasão de perfis), a frase diz mais sobre o tal e obscuro diretor da Globo do que sobre a crítica Bárbara Heliodora, falecida nessa semana aos 91 anos. Como afirmou a atriz Fernanda Montenegro:"Barbara é um referencial humanizado do teatro. Um referencial, intelectual, uma escola. Uma rainha na sua adesão ao teatro. Insubstituível".
Reprodução/O DIA
"Cadê o retorno"
* Operação Lava Jato chega a produtoras de som e vídeo que teriam depositado propinas em contas de envolvidos no escândalo.

Mosquito ataca elite branca
* São Paulo enfrenta epidemia de dengue. É bom os coxinhas sairem às ruas amanhã com repelentes ou protegidos com capas de tafetá.

Impunidade
* Ministério Público do Trabalho, no Rio, descobriu que pastelarias chinesas da cidadeestão abatendo cachorros de rua para usar a carne em pastéis. Os investigadores buscavam, na verdade, provas de utilização de trabalho escravo nesses estabelecimentos. As duas práticas são criminosas.  Desde 2013 há inquéritos abertos para punir o trabalho escravo nesses estabelecimentos. Até hoje, ninguém foi punido.

Festa no arraiá
* A lei que libera a terceirização, aprovada pela Câmara, é uma revindicação das empresas, mas está sendo festejada entusiasticamente por um bom número de políticos. Motivo: a PL 4.330 permite que empresas públicas e de economia mista contratem adoidado sem concurso. Como se sabe, a terceirização já é praticada em empresas, mas não nas atividades fins. Explica-se: um banco público pode terceirizar setores como serviços de limpeza e segurança, mas gerentes, escriturários, caixas etc são obrigatoriamente concursados. Com a nova lei, um cabo eleitoral por virar gerente através de um empresa de prestação de serviços terceirizada. Captou?



Um comentário:

Marcos disse...

Difícil acabar com a corrupção no Brasil sem um reforma política que qualifique a representação no Congresso