segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Uma placa de bronze para o Jornal do Brasil

Reprodução da primeira página história que noticiou a derrubada de Allende. 
por Nelio Barbosa Horta
(Trabalhou 45 anos no JB, de maio de 1965 a janeiro de 2011)
O escândalo Proconsult, de manipulação da apuração das eleições com o objetivo de impedir a vitória de Brizola. Denúncia da Rádio JB e do Jornal do Brasil impediram a fraude.
O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia  (INTO) criado em 1994, é um órgão do Ministério da Saúde, localizado na Avenida Brasil, 500, e que atende exclusivamente pacientes do SUS, no tratamento de doenças e traumas ortopédicos. Instalado no antigo prédio onde funcionou desde 1970 o JORNAL DO BRASIL,  poderia fazer uma homenagem ao histórico jornal, impresso até 2010. Fundado em 1891 por Rodolfo Dantas, era um jornal de nível elevado, pois contava na sua fase inicial com colaboradores como Joaquim Nabuco, José Veríssimo, Aristides Spínola e Ulísses Viana, o Barão do Rio Branco. O jornal inovou na sua estrutura empresarial, o parque gráfico e a distribuição em carroças tendo correspondentes estrangeiros como Eça de Queirós. Rui Barbosa assumiu, em 1893, a função de redator-chefe. Em 16 de dezembro de 1891, após a morte de D. Pedro II, o jornal foi "empastelado". O presidente Floriano Peixoto, determinou o fechamento do jornal  e mandou caçar Rui Barbosa, vivo ou morto, por ter publicado um manifesto do Contra-Almirante Custódio de Melo, quando da eclosão da Segunda Revolta da Armada em 6 de setembro de 1893. O jornal ficou fechado por um ano e quarenta e cinco dias. No século XX, o JORNAL DO BRASIL  instalou-se em um dos primeiros arranha-céus do Rio de Janeiro, então capital federal, na Avenida Central, hoje Avenida Rio Branco. Na década de 1970, transferiu-se para a Av. Brasil, 500, no Cais do Porto. O JORNAL DO BRASIL tornou-se propriedade do Conde Pereira Carneiro e Maurina Pereira Carneiro, e, posteriormente do seu genro Manuel Francisco do Nascimento Brito.  Nos anos 1950, o designer gráfico Amilcar de Castro revolucionou o design dos jornais do Brasil com  a grande reforma gráfica do JB.  Segundo Jânio de Freitas o JB foi o principal jornal durante o regime militar. Liderou iniciativas de apoio ao regime, utilizando  expressões como "Milagre brasileiro", "Brasil grande", ou a designação de terroristas a opositores. Após o golpe de 1964, com a deposição do Presidente João Goulart, e com  o AI-5, e a crescente onda  de protestos da população brasileira,  que o JB viria a se posicionar de maneira efetiva,  enfrentando a censura, como no golpe contra Salvador Allende. Proibida a manchete, o jornal a suprimiu, narrando a traição criminosa de Pinochet, com  texto em corpo grande. Uma sacada de Alberto Dines, editor-chefe na época e que até hoje é lembrada como das  grandes  tiradas  do jornalismo em todos os tempos. Foram também os anos do chamado "milagre econômico" brasileiro, período de intenso crescimento econômico e de posterior endividamento. De 1968 a 1973 o PIB do Brasil cresceu acima de 10% ao ano, em média, apesar da inflação, que oscilou entre 15% e 20% ao ano, e da grande concentração de renda, com redução dos salários reais, acentuação da desigualdade social e aumento da pobreza, com cerceamento às liberdades individuais associado à repressão política.
O caso da Proconsult
No dia 18 de novembro de 1982, Leonel Brizola, candidato do PDT ao governo do estado, foi  a sede da Rede Globo, no Jardim Botânico, e exigiu espaço para falar. Ele via na emissora o braço direito da conspiração, pelo modo faccioso com que se comportou, ao desconhecer os resultados favoráveis a Brizola, que eram corretamente projetados pelo JORNAL DO BRASIL e a Rádio JORNAL DO BRASIL. Mais tarde, segundo denúncias do livro "Brizola Tinha Razão", do jornalista FC Leite Filho,  foi veiculada a acusação de que as Organizações Globo, juntamente com o SNI, estavam envolvidas naquilo que ficou conhecido como Operação Proconsult
Por as atitudes do JB e coerência no seu dever com os leitores e a honestidade com a informação durante tantos anos, seria  justo que se prestasse uma homenagem ao jornal e ao grande número de funcionários que por ali passaram colocando uma placa de bronze comemorativa, em  2013, na frente do INTO mostrando  para o público,  que ali funcionou, um jornal de combate, ponto de referência para todos que descem da ponte e da Linha Amarela, quando o jornal completará  122 anos, já que continua existindo na versão digital desde agosto de 2010.(Nelio Barbosa Horta  (de Saquarema)
Fonte: Wikipédia

2 comentários:

Esmeraldo disse...

Nelio, sua ideia é ótima. Bem que o Sindicato dos Jornalista e a ABI poderiam liderar campanha para que a prefeitura colocasse placas marcando endereços históricos do jornalismo. Correio da Manhã, JB, Tribuna da Imprensa, Diário de Notícias, O Cruzeiro, O Jornal, O Pasquim, Revista da Semana, Diário Carioca, Editora Vecchi (Grande hotel e outras), Editora Bloch (Manchete, Fatos e Fotos, Amiga etc) e TV Manchete, TV Tupi, TV Excelsior, TV Continental, TV Rio, Ebal (que editou revistas em quadrinhos como Batman, Gene Autry, Zorro, Turok etc). A cidade reverenciaria assim os veículos que ajudaram a tornar o Rio um símbolo mundial.

debarros disse...

ESMERALDO, O BRASILEIRO NÃO TEM O HA'BITO OU O COSTUME DE REVERENCIAR O PASSADO DO SEU PAÍS. ELE, APARENTEMENTE, NÃO TEM NENHUM RESPEITO POR TRADIÇÃO OU A HISTÓRIA. ANCHIETA O MUNICÍPIO ONDE O PADRE ANCHIETA, ESCREVEU OS VERSOS NAS AREAIS DA PRAIA E CAVOU UM POÇO DE ÁGUA DOCE NESSA MESMA PRAIA, NÃO GUARDA MAIS NADA DA CASA ONDE MOROU E MORREU. A PRIMERA CASA ONDE MOROU FOI DURANTE U TEMPO CADEIA DA CIDADE. PRATICAMENTE, PARA A CIDADE E SEUS HABTANTES O PADRE ANCHIETA NUNCA EXISTIU.