domingo, 10 de abril de 2011

A direção da OSB desafina e tira zero em harmonia

por Gonça
Autoritarismo, arrogância e uma sinfonia de humilhação. Estas são as notas da crise da Orquestra Sinfônica Brasileira detonada pelo maestro Roberto Minczuk, que impôs uma sessão de "avaliação" dos músicos contratados - uma espécie de "Escolinha do professor Minczuk" - sob o argumento de equiparar a OSB às melhores orquestras do mundo. Se a intenção é essa, o maestro também não teria que participar da "avaliação"?
O fato é que 32 músicos que rejeitaram o "vestibular" do maestro foram demitidos. Ontem, Minczuk foi vaiado pela plateia do Municipal durante 20 minutos até que os músicos da OSB jovem, solidários com os colegas demitidos, deixaram o maestro com a batuta na mão e abandonaram o palco. Fora do Theatro Municipal, os demitidos também protestavam contra o tratamento que recebem da direção da OSB. Aliás, o nível está explícito na frase de David Zylberstjn, do conselho curador da orquestra, que é mais conhecido como ex-genro de FHC e que já foi diretor da ANP, secretário do governo Covas, teve uma ´fracassada participação em uma das tentativas de reestruturação da falida Varig, foi assessor da área de energia do derrotado José Serra, entre outras funções. Irritado com a resistência dos músicos em "negociar", ele mandou essa, segundo O Globo: "Quem quiser se explodir que se exploda sozinho". Qualquer mané sabe que "explodir" e "exploda" estão aí na frase no lugar de "se fuder" e "se foda". Apesar da autossuficiência dos seus dirigentes, a OSB é um entidade privada que deve sim satisfação ao público e ao contribuinte. A Fundação que mantém a orquestra recebe verba do BNDES, da Prefeitura do Rio e da Vale: 60% do seu orçamento para 2011 (32 milhões de reais) foi captado pela Lei Rouanet. Ou seja, é dinheiro público, que abastece inclusive as funções remuneradas da FOSB. Em protesto contra o rolo compresso do maestro Minczuk, nomes como o pianista Nelson Freire e a bailarina Ana Botafogo cancelaram suas participações na programação da OSB.

2 comentários:

debarros disse...

Acho que vc se esqueceu de citar o Eleazar de Carvalho – não sei se é filho ou parente próximo do grande Maestro Eleazar de Carvalho, que participou também dessa conspiração contra os integrantes da OSB.

AD.Dias disse...

Claro que ia dar merda. Tem uns econmistas ex-chapa branca se metendo na admintração da orquestra, sem falar que esse maestro, vou te contar, com um pouco de poder mostrou que é autoritário e insensível. Concordo: para dar o exemplo, a avaliação deveria começar por ele.