por Gonça
Autoritarismo, arrogância e uma sinfonia de humilhação. Estas são as notas da crise da Orquestra Sinfônica Brasileira detonada pelo maestro Roberto Minczuk, que impôs uma sessão de "avaliação" dos músicos contratados - uma espécie de "Escolinha do professor Minczuk" - sob o argumento de equiparar a OSB às melhores orquestras do mundo. Se a intenção é essa, o maestro também não teria que participar da "avaliação"?
O fato é que 32 músicos que rejeitaram o "vestibular" do maestro foram demitidos. Ontem, Minczuk foi vaiado pela plateia do Municipal durante 20 minutos até que os músicos da OSB jovem, solidários com os colegas demitidos, deixaram o maestro com a batuta na mão e abandonaram o palco. Fora do Theatro Municipal, os demitidos também protestavam contra o tratamento que recebem da direção da OSB. Aliás, o nível está explícito na frase de David Zylberstjn, do conselho curador da orquestra, que é mais conhecido como ex-genro de FHC e que já foi diretor da ANP, secretário do governo Covas, teve uma ´fracassada participação em uma das tentativas de reestruturação da falida Varig, foi assessor da área de energia do derrotado José Serra, entre outras funções. Irritado com a resistência dos músicos em "negociar", ele mandou essa, segundo O Globo: "Quem quiser se explodir que se exploda sozinho". Qualquer mané sabe que "explodir" e "exploda" estão aí na frase no lugar de "se fuder" e "se foda". Apesar da autossuficiência dos seus dirigentes, a OSB é um entidade privada que deve sim satisfação ao público e ao contribuinte. A Fundação que mantém a orquestra recebe verba do BNDES, da Prefeitura do Rio e da Vale: 60% do seu orçamento para 2011 (32 milhões de reais) foi captado pela Lei Rouanet. Ou seja, é dinheiro público, que abastece inclusive as funções remuneradas da FOSB. Em protesto contra o rolo compresso do maestro Minczuk, nomes como o pianista Nelson Freire e a bailarina Ana Botafogo cancelaram suas participações na programação da OSB.
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domingo, 10 de abril de 2011
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