por Gonça
Infelizmente, as organizações ambientais tinham razão; a contaminação radioativa em Fukushima é uma ameaça que equivale à tragédia de Chernobyl. Ontem, as autoridades japonesas finalmente elevaram o nível de alerta para o fatídico número 7, o índice mais grave, igual ao que foi registrado na Ucrânia. Em 1986, os ventos levaram partículas radioativas à Europa, o que fez o mundo pressionar fortemente, e com razão, a União Soviética. À custa de vidas, Chenobyl virou um sarcófago de cimento, cidades foram abandonadas mas os danos foram contidos na região da usina. Compreensivelmente comovido com as consequências do terremoto e da tsunami, o mundo omitiu-se diante dos vazamentos de Fukushima, demorou a agir (apenas essa semana os Estados Unidos enviaram um super-caminhão-pipa (equipamente que os japoneses não tinham) para ajudar a resfriar os reatores. Chernobyl vazou radiação por dez dias: de 26 de abril a 4 de maio. O sarcófago foi concluido em sete meses. Fukushima já despeja radioatividade há quase um mês, e não parou. O governo japonês e a empresa privada proprietária da usina estimam que a radiação espalhada já equivale a dez por cento da tragédia ucraniana. Claro que ambos, governo e empresa, um incompetente e a outra tentando preservar investimentos, já perderam qualquer credibilidade. Especialistas consideram o número muito aquém da realidade. O povo japonês, que pagará o preço em vidas, já se manifesta nas ruas em protesto contra o crime oficial depois da tragédia natural.
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Um comentário:
O que se deve esperar de um país que se diz de cultura milanar mas é primitivo em atitudes como exterminar baleias e agora contaminar seu próprio povo?
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